quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Vida Segue

O tempo vai passando e a vida segue independente das agruras humanas entregues à pandemia da Covid-19. Ainda bem que o ser humano tem suas particularidades: muitos se conformam, outros se revoltam, muitos se rebelam. Sem que se fale dos que fenecem. Pior, tudo junto e misturado. Tempos difíceis. Por volta de março, no inicio da crise, o pânico assaltou a todos e, diante do caos instalado, viveu-se um clima de perplexidade e guarda geral. As noticias eram sempre calamitosas. Como a vida segue, acomodações foram ocorrendo, o inimigo mesmo invisível ficou melhor conhecido e, inclusive, mais vulnerável aos choques que lhe aplicaram proporcionando ao mundo uma convivência relativamente pacifica com o assaltante assassino. Curva sobe. Curva se achata. Curva desce e a vida seguindo. Graças à inteligência dos assaltados aos poucos foram surgindo formas de proteção e maneiras alternativas de viver, enquanto um novo normal se anunciava a toda hora. E a vida seguindo na costumeira velocidade, com uma lua cheia a cada trinta dias e o sol dando as caras cada manhã a distribuir Vitamina D a todos os penitentes. Nem tudo estava perdido para quem se salvou da sanha do assaltante. Por sorte, a mesma inteligência pondo mãos à obra misturam, hoje, elementos libertadores da peste capazes de decretar o tal novo normal. Bem vindas sejam, então, as vacinas salvadoras. Antes que a salvação chegue e com o passar do tempo, no entanto, prejuízos são contabilizados das mais diferentes naturezas e em todas as dimensões. Sem que se fale dos indiscutíveis prejuízos econômicos, foquem-se os de fatores emocionais. Os assaltados já não suportam mais as novas alternativas de vida postas em prática a favor do distanciamento social. Daí a busca incontrolável por colocar o pé fora de casa e, na verdade, voltar ao antigo normal. E o novo normal... Existirá mesmo?
Os professores já não toleram a falta de interação física com os alunos, estes se acomodam numa zona de conforto pouco salutar, as crianças da pré-escola já não têm o mesmo desembaraço social de antes, os balconistas do comércio perdem a capacidade de convencer o cliente assustado e sem saber onde colocar as mãos, os idosos se acabrunham num retiro indesejado (foto acima), justo numa fase em que mais desejam liberdade. Adeus parques, adeus lojas movimentadas e florescentes, adeus salas de aula, adeus jardim da infância. Vida segue, dificil, mas segue. NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens

4 comentários:

José Paulo Cavalcanti disse...

O que me dizem, amigo, é que o vírus não gosta do calor. Se assim for, descance. E deixe para se preocupar lá para maio. Abraços.

Susana Gonzalez disse...

Tristemente así es, apenas saliendo de una ola y otra vez regresando con la esperanza y una sensación de más urgencia q esto ya termine.

Ina Melo disse...

Pois é. Quem mais está sofrendo com esse distanciamento, são os idosos, principalmente aqueles que não fazem parte do nosso pavilhão, os que sempre viveram em casa tendo por companhia um aparelho de TV e cuidadores solícitos (ás vezes) mas que não interagem, pois são apenas profissionais, isso quando são de fato. Na maioria das vezes integrados à tecnologia, ficam sentados com os olhos grudados nos joguinhos inerentes ao seu grau de escolaridade e, aqueles idosos que, vez por outra saiam para dar uma volta no Shopping, no páteo ou mesmo na rua, agora nem os netos e filhos podem abraçar! Finalmente, quem transmite o Covid-19? Eles ou os que continuam com a sua vida normal, no bem bom e vez por outra dizem: “fique em casa”. Abraços

Israel Guerreiro disse...

Não perco a fé de que essa pandemia vai acabar,e que as coisas voltem ao normal.
Muito boa tua reflexão.

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