sexta-feira, 5 de abril de 2019

A Muvuca do Vélez

“O que é que você acha dessa muvuca que está acontecendo no Ministério da Educação?” Esta foi a pergunta feita por uma amiga e leitora deste Blog do GB, durante um almoço desta Sexta-Feira (05.04.19). Ri muito com o expediente da amiga e respondi com outra pergunta: “e o que vem a ser uma muvuca?” Recebi dela uma resposta bem parecida com o que depois conferi no dicionário do Professor Google explicando, entre outras conceituações, que “muvuca é um grupo de pessoas fazendo bagunça, desorganizada”. Pensando bem é exatamente isto que esse colombiano/brasileiro estabanado anda fazendo no nosso Ministério da Educação, nesses três meses do Governo Bolsonaro. E, até agora, com o beneplácito dele, Bolsonaro. 
Parece brincadeira o que tem sido visto. Quatro substituições na Secretaria Executiva e dezoito exonerações em cargos chaves do importante Ministério. Dezoito cargos vagos! E pensar que Mozart Neves (pernambucano competente e expert em Educação) tenha sido “queimado” na escolha de titular da Pasta, dá grande revolta.  

Sou economista e tenho noção da importância que deve ser dada às medidas de politica econômica porque o país depende delas para  ser salvo da quebradeira geral. A Reforma da Previdência, indiscutivelmente, será a salvação inicial. Sem o sucesso dela a coisa pode ficar preta. E depois, que venha a Tributária, a Politica, seguidas das de promoção de investimentos, de privatizações e tudo quanto jogue o Brasil na rota da recuperação. Chega de crise.    
Contudo, deixar ao “Deus dará” e nas mãos de um aventureiro, um Ministério da importância como é o da Educação, tenha paciência.
Com a vitória do Bolsonaro, uma das maiores esperanças foi a de que, finalmente, a Educação teria a oportunidade de destravar e começar a render bons frutos. O governo passado deixou este setor na pior das condições, tanto em recursos financeiros, quanto em desempenho. Deixou, sim, um aparelhamento político nocivo à nação e sem que apontasse para resultados positivos e concretos, no intuito de se perpetuar no poder. Vejam os resultados negativos revelados pelas avaliações internacionais. O Brasil se nivela, atualmente, aos  mais débeis e atrasados países ou situado bem abaixo de muitos subdesenvolvidos. Uma vergonha para quem tem tantas potencialidades e tantas inteligências sobrando. Vide gráfico a seguir. Numa amostra de 65 países o Brasil se situa em 58º. lugar. Absurdo.  

É uma lástima saber que hoje a Educação Básica, de 1º. e 2º. Graus, entregues aos municípios e estados padecem, na sua esmagadora maioria, de total indigência devido à incapacidade dos gestores e a escassez de verbas. Estados e municípios na pindaíba deixam que seus futuros cidadãos cresçam ser saber multiplicar e dividir e sem condições de interpretar um simples texto. Isto ao completar o primeiro grau. Ora, meu Deus, o Brasil exige uma politica de Educação séria, apolítica e capaz de preparar o cidadão e as cidadãs do futuro. O mundo inteiro sabe que uma Nação se constrói com uma Educação forte. É a base de tudo e é o que falta aos brasileiros.
Mas, atenção, porque não é apenas nos segmentos de Educação de base e sim também na Educação Superior, a cargo do Governo Federal e gestor das Universidades Federais, hoje muito criticadas, pelos sucateamentos que amargam e por ter sido transformadas em trampolins para militantes políticos que, de fato, não buscam formação profissional e sim formação de guardiões de um socialismo barato, enganador e anacrônico. Por isso, e não é à toa, que proliferam Universidades e escolas privadas, sem condições de funcionamento e servindo muitas vezes de lavagem do dinheiro sujo dos seus idealizadores. Formando, inclusive,  profissionais ineptos.                 
Revoltado, encerro minha conversa semanal lamentando que tenhamos um Ministro incapaz e, de certa forma, irresponsável, por não enxergar a importância e a real missão da sua Pasta, afligindo as pessoas de sadias consciências que abunda em Pindorama. Aliás, será que ele já ouviu falar em Pindorama?
Socorro Capitão! Abra os olhos e dissolva essa muvuca – minha leitora estava certa – que reina da Esplanada dos Ministérios.

NOTA: Ilustração colhida no Google Imagens.

12 comentários:

Dulce Nadruz disse...

Muito bom texto amigo. Lamentável esta situação da educação no nosso país .

José Artur Pars Vieira. disse...

Torcendo para que Mozart Neves Ramos o substitua.....

Vanja Nunes disse...

👏👏👏👏👏👏👏
Adorei o texto
Boa noite e bom final de semana

Armando Vasconcelos disse...

Não me lembro de Ministro da Educação tão despreparado para a complexa missão de liderar uma pasta fundamental no país. Tenho medo que mesmo que o Sr. Ricardo Vélez caia nas próximas horas seu substituto tenha o mesmo perfil. Estejamos atentos para cobrar da Presidência da República que os gestores do primeiro escalão do governo cumpram o seu papel na construção de uma educação de qualidade . É difícil mas não é impossível.

Thereza Leal disse...

Ótimo Blog Girley torço por Bolsonaro para que ele consiga resolver tudo mas tenho esperanças

Restony de Alencar disse...

Caro amigo não conheço a máquina pública como você mas para um bom entendedor pingo é letra.Tivemos um mínimo de encanto que tem se tornado desencontros!!!

José Paulo Csvalcanti disse...

Vamos para frente, amigo. Três meses não é tempo de cobrar recuperação da economia. Isso vai levar mais de ano. A pergunta certa não se houve a recuperação econômica. É se as medidas apontam na direção certa da recuperação econômica. Ou não?

Severino Araujo disse...

Muito bom e oportuno Girley.
Estamos em rumo.

Adierson Azevedo disse...

Prezado Guru e
Nobilíssimo Amigo Girley,

Há muito venho escrevendo sobre a Educação brasileira cuja "muvuca" começou bem antes de meus 10 anos de idade, ou seja, por volta de 1970. O ocaso da Previdência também. Mas, isso, trato em outra oportunidade.

O que esse colombiano está fazendo no Ministério da (quase)Educação, na minha humilde opinião, é algo que chamo de mudança de paradigmas; e o apoio plenamente!! Lamento discordar da, talvez, opinião geral; mas acredito que a educação formal deve ser algo que, como a vida, ocorre nos municípios.

Ora, o maior erro que vem sendo feito nesse país é "federalizar" problemas no sentido de dar-lhes padronização. Isso é, a meu ver, erradíssimo. Assim como todo ser humano é diferente, também o são as localidades!! Ora, ha exemplos de locais onde a educação formal de primeiro e segundo graus deu certo!! Brizola e seus CIEPS, tivessem sido levados a sério no passado, a educação no Rio, quem sabe no Brasil, seria outra?

O que defendo é exatamente o que esse colombiano está fazendo. O ministério de Educação não deveria ter mais que uns 20 funcionários apenas para cuidar das normas nacionais. Educação, tenho escrito, para mim, seria assim dividida em termos de responsabilidades (e orçamento):
Municípios: Do jardim ao 3º ano do ensino médio, e ensino técnico
Estados: Universidades
União: Normatização, Bolsas de Estudo, Pesquisa e Desenvolvimento, Medidas de desempenho nacionais e internacionais

Assim como um triângulo isósceles, na base devem estar o grosso dos recursos, pois é onde estão nossos filhos nos primeiros 18-20 anos de vida. No meio do triângulo, os estados devem receber as atuais universidades federais, que continuariam públicas mas aos estados seria dada a responsabilidade de mantê-las gratuitas 100%, parcialmente, ou pagas, como são os tanques de combustível da Petrobras.

Já a União ficaria responsável pela premiação de desempenho, como ocorre nos EUA, onde a União estabelece e mantém programas de atração da genialidade para pesquisa e desenvolvimento. É por isso que a NASA parou de fabricar foguetes e contratou a SpaceX de Elon Musk para voltar a a explorar o espaço. Foi por isso que ela realizou o estudo científico dos irmão astronautas Scott e Mark Kelley (gêmeos idênticos). Veja o link https://www.nasa.gov/feature/nasa-twins-study-confirms-preliminary-findings

Enquanto os comentaristas entusiastas do atraso brasileiro em Educação continuarem vendo o MEC como saída e solução para o Brasil do século 21, ficaremos presos a paradigmas vencidos e voltados a reinventar a roda, ou investir tempo e dinheiro em dialeto de travestis. Enquanto isso, os principais países do mundo vão montando suas agendas para migrarem para novos mundos próximos de nós.

Enfim, os paradigmas do Século 21 não são os mesmos dos séculos anteriores. Estamos na Era do Grafeno (https://www.youtube.com/watch?v=ODSWqtfKjag).

Portanto, sugiro que aqueles que apoiaram Bolsonaro nas eleições acordem para o futuro que já chegou à 4ª fase da Revolução Industrial, a Indústria 4.0.

Essa é a minha opinião. É hora de acabarmos com essa estrutura velha e carcomida chamada MEC para dar lugar ao investimento em educação do século 21 com paradigmas do século 21. Por mim, todas as delegacias regionais, institutos federais de educação, e todos os funcionários atuais deveriam ser demitidos. O tempo do Mozart Neves já acabou faz tempo. Ele e todos que defendem o atraso educacional brasileiro já tiverem tempo e chances para fazerem algo diferente e não fizeram. É hora de se acordar para o fato irreversível de que estamos em 2019 e, não, em 1819!!

Como sempre, fique totalmente á vontade para usar o texto acima como bem lhe convier e, até mesmo, jogá-lo no lixo que, talvez, seja lugar dele!! rsrsrs

Abraços Bracarenses!!
Adierson
Doutorando em Ciências Empresariais
Escola de Economia e Gestão (EEG)
Universidade do Minho
Braga - Portugal





Julio Torres Silva disse...

Lo de los datos en materia de educación es un problema mayor que el nuevo gobierno tiene que enfrentar decisivamente y sin olvidar que su solución es de largo plazo en un país enorme como el Brasil. Lo importante es que se empiece a atacar el problema aunque no termine de resolverse en un periodo de gobierno
Ánimo Brasil!!!

Marcia Alves de Souza disse...

Oi, meu amigo,
Agradeço, mais uma vez, os diversos e oportunos comentários que me envia, hoje destacando a " MUVUCA do VÉLEZ " no MEC. Fico aqui torcendo para que essa tal MUVUCA tenha "fôlego curto" e rapidamente a EDUCAÇÃO BRASILEIRA volte ao seu honrado espaço para o qual eu também contribuí Meu abraço.


Girley Brazileiro disse...

Preocupado com o que está por vir. O substituto do Vélez é um especialista em Mercado de Capitais! Não consta no Curriculum dele qualquer alusão/participação no setor Educação. É economista. Meu colega. Tudo bem se ele tiver a noção de como administrar a Coisa. Vamos torcer.

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