domingo, 13 de setembro de 2015

Brasiloche

A Argentina está, neste momento, recebendo uma nova invasão de turistas brasileiros. Se o país dos hermanos é um dos destinos mais populares dos brazucas viajantes, com o Dólar nas alturas em que anda a coisa se intensifica e as linhas aéreas, junto com os operadores do turismo, estão fazendo a farra que há bom tempo não faziam. E quando pinta um feriadão, como o de 7 de Setembro, da semana passada, não dá outra senão a de brasileiros dançando tango e bebendo os Malbecs da vida, in loco. Como sou filho de Deus, entrei nessa onda e me escorei por quatro dias nas encostas dos Andes, precisamente na mais tradicional estação de inverno do Cone Sul, Bariloche, que já está podendo, na atual conjuntura, resgatar o velho cognome de Brasiloche.
Nunca vi tantos brasileiros antes, como essa ocasião da semana passada. Turmas alegres, sempre ruidosas e distribuindo alegria. São famílias inteiras, inclusive a minha, enchendo as ruas, lojas, restaurantes e, principalmente, as tentadoras chocolaterias (vide foto a seguir) que surgem a cada esquina que o visitante dobra. Isto sem falar nas estações de esqui, propriamente dito. 
Eu conheço Bariloche desde a passada década de 70. A cidade cresceu muito de lá para cá. Notei isto, com certa surpresa e algum lamento, na visita da semana passada. Bariloche já não é mais uma pacata vila de repouso para cansados esquiadores, após um dia inteiro de deslizar pistas abaixo do Cerro Catedral, ou turistas comuns, curiosos por ver de perto a dinâmica de uma estação de inverno diferenciada, que nunca deveu homenagens a qualquer das mais sofisticadas estações alpinas ou do Colorado.
Na verdade, é uma delicia visitar Bariloche. Começa pela paisagem deslumbrante (vide foto a seguir) que se divisa a 360 graus, o clima, independente da estação do ano, o lago Nahuel Huapi, a 
gastronomia, o burburinho do sobe e desce dos teleféricos que conduzem esquiadores ou pretensos esquiadores aos altos das montanhas, as “academias” de esqui, os cafés e chocolates quentes e os vinhos, claro. A cidade se nutre economicamente do turismo. A brasileirada, adepta ao seleto esporte na neve, faz de Bariloche a cancha das competições anuais. Nem precisa dizer, mas nossos esquiadores são, em grande parte, paulistas. Meus dois filhos, entusiasmados com a vibe reinante se meteram e, achando pouco, me meteram dentro das indumentárias exigidas e lá fui eu... Quando vi de perto a “parada”, parei. Passou do meu tempo. Preferi me encolher nas beiradas da pista e ver de camarote a minha moçada tentar (Vide foto a seguir). 
Foi um tal de cair, levantar, deslizar, equilibrar e tentar novamente. Várias vezes. Confesso meu temor. Não é coisa pra qualquer um... Agora tem uma coisa: se esquiar, mesmo, não foi possível, possível foi apreciar aquela paisagem branca cortada pelos incontáveis esquiadores hábeis, velozes e com intimidade com o ambiente. É um troço bonito demais. Vale à pena curtir. Outra coisa a destacar é o silencio da montanha, cortado apenas pelo ruído dos pequenos regatos, que surgem neste final de estação, formados pelo desgelo montanha abaixo, quando ao subir e descer naqueles teleféricos – alguns percursos de quase meia hora – induzindo o passageiro a uma contemplação fascinante e convidativa às reflexões mais raras. Subi e desci sozinho o alto do Cerro Catedral (aproximadamente 2.500m de altitude). Vide foto a seguir. Me sentido mais perto do céu, agradeci ao Deus Todo Poderoso, o dom da vida, a visão deslumbrante, a oportunidade que experimentava, a companhia da família, a saúde e a fé. Bendito seja este nosso Universo e seu Criador.
Por fim, volto a dizer que lugar bom de se fazer turismo é aquele que dá vontade de voltar. Bariloche é assim. Tem aquele gostinho gostoso de quero mais.
Bom, justiça se faça, a Argentina é um país fantástico no tocante ao Turismo. Tem paisagens de toda natureza. Se curtir a neve de Bariloche é programa de garantida satisfação, percorrer a capital Buenos Aires, a vizinhança brasileira das Cataratas do Iguaçu, o desértico Noroeste, as vinícolas de Mendonza, as geleiras de El Calafate e o extremo ponto continental de Ushuaia é igualmente tentador. Tudo ali, bem pertinho e com as facilidades, por enquanto, de cambio favorável.
 
NOTA: AS fotos que ilustram este post são da autoria do Blogueiro.

3 comentários:

Francy disse...

Buenos Aires, é uma linda cidade... Bariloche , tem um sabor especial. Já estivemos lá algumas vezes e temos vontade de retornar. É uma cidade que sempre me encantou....
Nós já estamos em Portugal, na cidade de Olhão, no Algarve e muito breve de retorno ao nosso Recife...
Boa sorte nas viagens.
Abs

Susana Gonzalez disse...

Que experiencias tan increíbles, pero lo mas importante con casi toda tu familia.
Susana Gonzalez

Elda Galvão Diniz disse...

Delicias... argentinas ! Com água na boca... saudades !
Elda Galvão Diniz

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