A Argentina
está, neste momento, recebendo uma nova invasão de turistas brasileiros. Se o
país dos hermanos é um dos destinos
mais populares dos brazucas
viajantes, com o Dólar nas alturas em que anda a coisa se intensifica e as
linhas aéreas, junto com os operadores do turismo, estão fazendo a farra que há
bom tempo não faziam. E quando pinta um feriadão, como o de 7 de Setembro, da semana passada, não
dá outra senão a de brasileiros dançando tango e bebendo os Malbecs da vida, in
loco. Como sou filho de Deus, entrei nessa onda e me escorei por quatro dias
nas encostas dos Andes, precisamente na mais tradicional estação de inverno do
Cone Sul, Bariloche, que já está podendo, na atual conjuntura, resgatar o velho
cognome de Brasiloche.
Nunca vi
tantos brasileiros antes, como essa ocasião da semana passada. Turmas alegres,
sempre ruidosas e distribuindo alegria. São famílias inteiras, inclusive a
minha, enchendo as ruas, lojas, restaurantes e, principalmente, as tentadoras
chocolaterias (vide foto a seguir) que surgem a cada esquina que o visitante
dobra. Isto sem falar nas estações de esqui, propriamente dito.
Eu conheço
Bariloche desde a passada década de 70. A cidade cresceu muito de lá para cá.
Notei isto, com certa surpresa e algum lamento, na visita da semana passada.
Bariloche já não é mais uma pacata vila de repouso para cansados esquiadores,
após um dia inteiro de deslizar pistas abaixo do Cerro Catedral, ou turistas
comuns, curiosos por ver de perto a dinâmica de uma estação de inverno diferenciada,
que nunca deveu homenagens a qualquer das mais sofisticadas estações alpinas ou
do Colorado.
Na verdade,
é uma delicia visitar Bariloche. Começa pela paisagem deslumbrante (vide foto a
seguir) que se divisa a 360 graus, o clima, independente da estação do ano, o
lago Nahuel Huapi, a
gastronomia, o burburinho do sobe e desce dos teleféricos
que conduzem esquiadores ou pretensos esquiadores aos altos das montanhas, as
“academias” de esqui, os cafés e chocolates quentes e os vinhos, claro. A
cidade se nutre economicamente do turismo. A brasileirada, adepta ao seleto
esporte na neve, faz de Bariloche a cancha das competições anuais. Nem precisa
dizer, mas nossos esquiadores são, em grande parte, paulistas. Meus dois
filhos, entusiasmados com a vibe
reinante se meteram e, achando pouco, me meteram dentro das indumentárias exigidas
e lá fui eu... Quando vi de perto a “parada”, parei. Passou do meu tempo.
Preferi me encolher nas beiradas da pista e ver de camarote a minha moçada
tentar (Vide foto a seguir).
Foi um tal de cair, levantar, deslizar, equilibrar
e tentar novamente. Várias vezes. Confesso meu temor. Não é coisa pra qualquer
um... Agora tem uma coisa: se esquiar, mesmo, não foi possível, possível foi
apreciar aquela paisagem branca cortada pelos incontáveis esquiadores hábeis,
velozes e com intimidade com o ambiente. É um troço bonito demais. Vale à pena
curtir. Outra coisa a destacar é o silencio da montanha, cortado apenas pelo ruído dos pequenos regatos,
que surgem neste final de estação, formados pelo desgelo montanha abaixo, quando ao
subir e descer naqueles teleféricos – alguns percursos de quase meia hora –
induzindo o passageiro a uma contemplação fascinante e convidativa às reflexões mais
raras. Subi e desci sozinho o alto do Cerro Catedral (aproximadamente 2.500m de altitude). Vide foto a seguir. Me
sentido mais perto do céu, agradeci ao Deus Todo Poderoso, o dom da vida, a
visão deslumbrante, a oportunidade que experimentava, a companhia da família, a
saúde e a fé. Bendito seja este nosso Universo e seu Criador.
Por fim, volto a dizer que lugar bom de se fazer turismo é aquele que dá vontade de voltar.
Bariloche é assim. Tem aquele gostinho gostoso de quero mais.
Bom, justiça
se faça, a Argentina é um país fantástico no tocante ao Turismo. Tem paisagens
de toda natureza. Se curtir a neve de Bariloche é programa de garantida
satisfação, percorrer a capital Buenos Aires, a vizinhança brasileira das Cataratas
do Iguaçu, o desértico Noroeste, as vinícolas de Mendonza, as geleiras de El
Calafate e o extremo ponto continental de Ushuaia é igualmente tentador. Tudo
ali, bem pertinho e com as facilidades, por enquanto, de cambio favorável.
NOTA: AS fotos que ilustram este post são da autoria do Blogueiro.
3 comentários:
Buenos Aires, é uma linda cidade... Bariloche , tem um sabor especial. Já estivemos lá algumas vezes e temos vontade de retornar. É uma cidade que sempre me encantou....
Nós já estamos em Portugal, na cidade de Olhão, no Algarve e muito breve de retorno ao nosso Recife...
Boa sorte nas viagens.
Abs
Que experiencias tan increíbles, pero lo mas importante con casi toda tu familia.
Susana Gonzalez
Delicias... argentinas ! Com água na boca... saudades !
Elda Galvão Diniz
Postar um comentário