Já notaram como neste país nunca se deixa de falar em eleições? Pode até ser igual, aí por fora... Mas, cá prá nós, isso aqui é uma compulsão. Nem bem termina um pleito, como o do ano passado, para eleger governador, senadores, deputados federais e estaduais já se falava, dia seguinte, nas eleições de 2012 e 2014. Quem seria candidato natural, quem iria se aventurar ou quem teria, ou não teria, chances de se candidatar. Inacreditável. Dizem que faz parte do jogo... Do jogo, minha gente. Como jogo e jogador, hoje em dia, goza de conceitos mais amplos, tudo bem!
Ocorre, porém, um detalhe desse jogo que vale à pena registrar: de dois em dois anos, o Brasil gasta cerca de R$ 704,0 milhões com a realização de eleições. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o País gastou R$ 462,0 milhões nas últimas eleições apenas no lado operacional, com investimentos em equipamentos, transporte de urnas, impressão de cadastro de eleitores e relatórios de votação e alimentação para mesários. A este valor, some-se mais R$ 242,0 milhões de renuncia fiscal com a isenção de impostos concedidos às emissoras de rádio e TV que transmitiram o horário eleitoral. Com essa grana, o Governo Federal poderia construir 32 mil casas populares, mais 2.350 postos de saúde ou 3.520 quadras poliesportivas cobertas. Francamente, é um absurdo para um país cheio de carências sociais. Eleição unificada, a cada quatro anos, já seria de bom tamanho para esse... esse jogo! Pense na economia para os cofres públicos.
Agora, por exemplo, já se instalou o clima de eleições para 2012, embora falte um ano para a realização do pleito. É por essa e outras que o nosso eleitor se acha fazendo papel de palhaço. A grande maioria, sim. Estou tentando livrar minha pele, embora sem muito segurança...
Na prática, essa turma não faz outra coisa a não ser articular e fazer campanha para se eleger. E, nesse ambiente de eterna campanha, esquece de discutir e trabalhar pelo que, de fato, interessa ao eleitorado. São poucos, muitos poucos, que se mostram empenhados por resolver os problemas fundamentais da sociedade, entre os quais os da Saúde, da Segurança, da mobilidade urbana e da Educação. E, sendo poucos, já viu. Entra ano, sai ano, sai governo, entra outro e esses temas são sempre postos à margem. Viram retóricas de palanques, de dois em dois anos.
O Brasil não merece esta situação. Infelizmente, ou por sorte, vive aqui um povo manso e conformado com um estado de penúria e degradação social, onde o que impera é a insegurança, as doenças endêmicas, uma mobilidade prejudicada, uma Educação de base indigna e, para completar, um sistema eleitoral inadequado que privilegia o acesso de pessoas, em grande parte, desabilitadas para exercer qualquer dos cargos eletivos. É revoltante. Quem, porventura, mete os pés fora do país, volta decepcionado ao conferir os padrões social, infra-estrutural e político que se respira nesta Terra de Cabral. Imagine em que condições sócio-econômicas estaríamos, se tivéssemos um povo educado, qualificado tecnicamente, com saúde, empresários mais competitivos, juros civilizados, investimentos produtivos seguros, infra-estrutura de país grande e liderado por governantes éticos.
O eleitor (falo do orientado) já não agüenta mais de assistir essa estupidez. Já não tem mais condições de ver, por exemplo, seu representante votar secretamente num processo de julgamento de um deputado corrupto que, no final da sessão, ao invés de cassado, sai triunfante e com os louros da absolvição! Essas votações – por uma questão de ÉTICA – teriam que ser DECLARADAS. Queria ver como seria. Fico tiririca da vida de não saber como foi o voto do meu representante, digo, aquele no qual votei. Acho engraçado é que, nessas horas, como todos querem sair bonitinhos no filme, dizem que votaram pela condenação. Prá cima de mim...
Pois é, não se fala noutra coisa a não ser de eleições, ano após ano. Discutir os anseios da sociedade é coisa para o dia “são nunca”. Na hora da campanha preparam um discurso bem bolado – com ajuda de um marqueteiro, um neurolinguista, um maquiador/cabeleireiro, por vezes um pai-de-santo e, claro, um bando de asseclas gritando o “já ganhou”... – E ganha! A maioria não sabe o que fazer depois de eleito. E povo? Ah! Como dizia certo humorista, o povo é apenas um detalhe. É um jogo sem fim.
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens
Ocorre, porém, um detalhe desse jogo que vale à pena registrar: de dois em dois anos, o Brasil gasta cerca de R$ 704,0 milhões com a realização de eleições. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o País gastou R$ 462,0 milhões nas últimas eleições apenas no lado operacional, com investimentos em equipamentos, transporte de urnas, impressão de cadastro de eleitores e relatórios de votação e alimentação para mesários. A este valor, some-se mais R$ 242,0 milhões de renuncia fiscal com a isenção de impostos concedidos às emissoras de rádio e TV que transmitiram o horário eleitoral. Com essa grana, o Governo Federal poderia construir 32 mil casas populares, mais 2.350 postos de saúde ou 3.520 quadras poliesportivas cobertas. Francamente, é um absurdo para um país cheio de carências sociais. Eleição unificada, a cada quatro anos, já seria de bom tamanho para esse... esse jogo! Pense na economia para os cofres públicos.
Agora, por exemplo, já se instalou o clima de eleições para 2012, embora falte um ano para a realização do pleito. É por essa e outras que o nosso eleitor se acha fazendo papel de palhaço. A grande maioria, sim. Estou tentando livrar minha pele, embora sem muito segurança...
Na prática, essa turma não faz outra coisa a não ser articular e fazer campanha para se eleger. E, nesse ambiente de eterna campanha, esquece de discutir e trabalhar pelo que, de fato, interessa ao eleitorado. São poucos, muitos poucos, que se mostram empenhados por resolver os problemas fundamentais da sociedade, entre os quais os da Saúde, da Segurança, da mobilidade urbana e da Educação. E, sendo poucos, já viu. Entra ano, sai ano, sai governo, entra outro e esses temas são sempre postos à margem. Viram retóricas de palanques, de dois em dois anos.
O Brasil não merece esta situação. Infelizmente, ou por sorte, vive aqui um povo manso e conformado com um estado de penúria e degradação social, onde o que impera é a insegurança, as doenças endêmicas, uma mobilidade prejudicada, uma Educação de base indigna e, para completar, um sistema eleitoral inadequado que privilegia o acesso de pessoas, em grande parte, desabilitadas para exercer qualquer dos cargos eletivos. É revoltante. Quem, porventura, mete os pés fora do país, volta decepcionado ao conferir os padrões social, infra-estrutural e político que se respira nesta Terra de Cabral. Imagine em que condições sócio-econômicas estaríamos, se tivéssemos um povo educado, qualificado tecnicamente, com saúde, empresários mais competitivos, juros civilizados, investimentos produtivos seguros, infra-estrutura de país grande e liderado por governantes éticos.
O eleitor (falo do orientado) já não agüenta mais de assistir essa estupidez. Já não tem mais condições de ver, por exemplo, seu representante votar secretamente num processo de julgamento de um deputado corrupto que, no final da sessão, ao invés de cassado, sai triunfante e com os louros da absolvição! Essas votações – por uma questão de ÉTICA – teriam que ser DECLARADAS. Queria ver como seria. Fico tiririca da vida de não saber como foi o voto do meu representante, digo, aquele no qual votei. Acho engraçado é que, nessas horas, como todos querem sair bonitinhos no filme, dizem que votaram pela condenação. Prá cima de mim...
Pois é, não se fala noutra coisa a não ser de eleições, ano após ano. Discutir os anseios da sociedade é coisa para o dia “são nunca”. Na hora da campanha preparam um discurso bem bolado – com ajuda de um marqueteiro, um neurolinguista, um maquiador/cabeleireiro, por vezes um pai-de-santo e, claro, um bando de asseclas gritando o “já ganhou”... – E ganha! A maioria não sabe o que fazer depois de eleito. E povo? Ah! Como dizia certo humorista, o povo é apenas um detalhe. É um jogo sem fim.
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens
10 comentários:
Caro Girley, você foi bondoso com a corja pois devemos somar aos 700 os outros 700 x "n" da correção (+) marmeladas (+) licitações fajutas, etc. etc...
Prezado GB:Os caminhos existem,você aponta um deles - o da eleição unificada,sonho antigo nosso,de idealista.Existe também a cobrança de metas,redução drástica de quadro e de mordomia.Implantar a gestão de q ualidade-reduzir custo,aumentar produtividade.Servidor público com mordomia?Enviei por e-mail uma reportagem com o titulo Cada um viaja ocmo pode.Enquanto permanecer o pensamento de "Não é comigo..."eles deitam o ro lam.É só a gente que tem o VOTO na mão agir.Além de acionar os MP federais e estaduais.Estão ali para trabalhar.De 2a.a 6a.feira,sem extras,e sem viagens.Que paguem do p r oprio bolso suas viagens,como na i niciativa privada
Amigo Girley
Isso tudo é reflexo de uma sociedade atrasada,com baixo nível de escolaridade e de um sistema político totalmente defasado.
Abraços
Felipe Coelho
Prezado Girley,
Esse gasto todo se deve ao sistema eleitoral proporcional que criou esses monstrengos como o famoso Guia Eleitoral que, de gratuito, nada tem!! Também a famigerada figura dos suplentes e, pior ainda, dos puxadores de voto, como o Tiririca. Não vai aqui nenhum desrespeito a figuras como os falecidos Eneas e Clodovil Hernandez. Ambos deram suas contribuições positivas para o debate político nacional. Porém, graças ao sistema eleitoral, Enéas, por exemplo, arrastou para Brasilia "deputados" com menos de 300 votos. Enquanto isso, gente com mais de 70 mil foram derrotados pelo voto de legenda.
O sistema proporcional brasileiro faz com que cada partido busque um puxador de votos como o Tiririca, o Romário, entre outros.
Como os votos dados aos deputados e vereadores são distribuídos por todo o território estadual ou municipal, as campanhas se tornam mais caras, especialmente, pela existência do fundo partidário e do horário eleitoral gratuito, normalmente, em horário nobre das rádios e TVs desse país.
Assim, meu amigo, só vejo um jeito que os políticos daqui não querem: O sistema distrital puro. Voce é muito viajado e sabe que é o que impera nas principais democracias do mundo. Nele, não precisa haver nem fundo partidário e nem "guia eleitoral" pois todos os candidatos (um só por partido nos distritos) tem condições de fazer suas campanhas a pé ou de bicicleta, democratizando o pleito para ricos e pobres. Taí um debate que o povo brasileiro precisa conhecer.
Abraços
Baiano
Girley, bom dia.
Realmente voce tem razão e veja que cada eleição é num intervalo de 2 em 2 anos, mas o Brasil pára, porque mal o eleito senta na cadeira, já fica pensando na próxima, é o samba do crioulo doido; na minha opinião as eleições, para todos os cargos, deveriam ser em uma mesma data de 4em 4 anos ( vereador, prefeito, deputados estudual e federal, senador/sem suplentes, governador e presidente), um abraço !
Ailton da Mata
Tenho acompanhado seu blog há um bom tempo. A clareza com que você expõe suas idéias e a capacidade de representar nossa percepção da realidade são um consolo, nesse mar de conformismo e alienação em que nadamos (diga-se, de passagem, contra a corrente). Suas palavras permanecem, provocam uma reflexão séria sobre os temas comentados e creio que se tivéssemos uma pequena dose (saudável) de inconformismo, não faltaria motivação para que saíssemos desta zona de conforto, pelo menos, no momento do voto. Ao compartilhar de suas colocações, fico com a mensagem de que não podemos perder a capacidade de nos indignar e reagir, desejar e colaborar para que este cenário de adversidades seja modificado.
Cristina Antero
"Eu estarei pronto, seja Lula ou Dilma."
Senador Aécio Neves, já disposto a sair candidato a presidencia em 2014. Muito à propósito, não acha? Hugo
Caro amigo Girley:
Olhe eu aqui mais umz vez me manifestando, agora sobre este tema que para mim é da maior importancia para a nossa sociedade. Quero desta feita deixar para vc e seus leitores uma pergunta: Como podemos mudar esta situação se tudo dependende deles?
Até o voto distrital não seria a solução se nós eleitores não tivermos a capacidade de cobrar daqueles que elegemos de forma permanente e consciente.
Para não ficar apenas na crítica, sugiro que se formem grupos de eleitores que representem aqueles que elegeram cada parlamentar para atuarem como agentes de cobrança de suas ações de forma direta e permanente.
A idéia está lançada, o como fazer é uma etapa posterior à aprovação da mesma.
Um grande abraço e até a próxima.
Orlando Chalegre
Prezado Girley, julguei muito oportuno seu trabalho sobre o assunto. Sabemos todos que no nosso "país tropical" obter um mandato político é "tirar o pé da lama" para muitos, a exemplo do personagem Justo Veríssimo (Chico Anísio), e do prefeito Odorico Paraguassu (Paulo Gracindo.
Em países de população alfabetizada, o regime democrático efetivamente contribui para que o politico eleito, represente a vontade do eleitor. No nosso, onde a grande maioria ao invés de ler os jornais, utiliza o mesmo para outras finalidades menos nobres, o eleito raramente está preocupado com as necessidades de saúde, educação e segurança do eleitorado que representa.
Quem sabe no século XXII, a coisa muda!
Rodrigues
Apoiado professor!
Eleições unificadas a cada quatro anos já... só mais uma coisa, porque o Sr. não se candidata a um cargo digamos, de deputado?
Só mais um detalhe, fiquei também pensando em outras formas de reduzir o gasto público com eleições e me veio à mente, será que pelo menos com a turma mais jovem e ou antenada não poderia ser pela internet, claro, após confirmação de dados pessoais e confidenciais; será que haveria fraude?
Grande abraço,
Danyelle Monteiro
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