O vendaval gerado pela crise econômica européia, com foco central na Grécia, por fim, chega, com vontade, nos nossos costados e já provoca abalos aqui, dentro da casa de D. Dilma. Ela, naturalmente, reage com altivez, mas, o fato é que dá susto.
No caso do aumento na taxação do IPI, nos veículos importados, o perigo é iminente. As montadoras nacionais – que devem estar por trás dessa gracinha – vão deitar e rolar no mercado interno e, facilmente vão majorar os preços dos seus veículos, além de descuidar da qualidade.
Quando Fernando Collor assumiu o Governo, fez uma critica ácida às montadores nacionais, ao afirmar que no Brasil não se produzia veículos e, sim, carroças. Era verdade. Isto, fruto da ultrapassada política do mercado fechado e reservado à produção nacional. Aquilo foi uma senha para abertura do mercado nacional aos produtos estrangeiros, que no primeiro momento representou um choque na indústria nacional. Ficou difícil concorrer com o produto estrangeiro dentro de casa. Foi um corre-corre danado para remontar as estratégias tecnológicas e de mercado. Reações vieram, como sempre acontece numa mudança, mas, o resultado que hoje se experimenta é, sem dúvida, o melhor.
Ao majorar o imposto sobre os veículos importados, acredito que o Governo dá uma marcha à ré, prejudicando a indústria nacional, o consumidor e tudo mais. Cria barreiras ao jogo de mercado e afasta o Brasil do circuito globalizado. Por outro lado, prevejo que no decorrer da aplicação dessa nova tarifa, haverá também prejuízo para a produção nacional de veículos, à medida que componentes e peças de reposição, hoje importadas, tornar-se-ão muito mais caras e podendo inviabilizar a produção nacional de veículos. De qualidade, quero dizer. Não são poucos os componentes importados que entram na produção de um veiculo Made in Brasil. Corremos o risco de voltar a produzir carroças, novamente. Daqui prá frente 65% tem que ser de conteúdo local. É bronca.
Nesse quadro, vamos ver o que vem por aí. Presumo que vai gerar muita dor de cabeça. Estou com pena do Faustão... Ele ia tão bem... Vai parar de vender os chineses, que, aliás, desistiram de instalar uma montadora aqui no Brasil, na hora.
Já a desvalorização do Real, dessa forma brusca, como ocorreu esta semana é outra coisa preocupante. Bom para os exportadores que vão melhorar o caixa das suas empresas. Mas, muito ruim, por outro lado, porque bagunça meio mundo ao tornar mais caros uma imensa gama de produtos, incluindo produtos básicos, necessários ao dia-a-dia do homem comum e gerando inflação, lá na ponta.

Socorro, D. Dilma! Feche a porta bem fechada, olhe dragão aí!
NOTA: Charge obtida no Google Imagens.