Neste final de semana estive na simpática e acolhedora cidade de João Pessoa. Ao tomar a estrada BR-101, que liga o Recife à capital paraibana tive a idéia de que iria trafegar numa rodovia duplicada e segura, tendo em vista que, quando fiz este mesmo percurso, pela última vez, há quatro anos, eu disse quatro anos, os trabalhos de construção estavam iniciados e aparentemente adiantados.
Para minha surpresa, tive que trafegar numa espantosa parafernália rodoviária, com precária sinalização, muitos trechos em construção, alternados por outros construídos, em quantidade ainda a desejar, se considerarmos o tempo que se tem desde o inicio das obras.
Chegar a João Pessoa e de lá retornar se transformou num suplicio, dadas as oportunidades de insegurança e perigo que experimentei. Ocorre que além dos buracos, dos inúmeros desvios, o entra e sai em pista dupla e o tráfego intenso, chovia muito, o que tornava a situação mais difícil ainda. Isto, sem falar na notável quantidade de veículos em transito e dos mais diferentes portes.
Tudo bem se pensarmos que, em se tratando de uma estrada em obras, a coisa não poderia ser muito diferente. Contudo, o que mais me impressionou foi o atraso das obras dessa duplicação da estrada, tão bazofiada nos discursos dos governantes de plantão. É de lascar conviver com tanta fanfarrice. Não tenho mais paciência...
Ora, minha gente, a BR-101, em particular nesse trecho entre Recife e João Pessoa sempre foi uma artéria de intenso movimento, notadamente com ônibus de passageiros e caminhões de carga, transportando mercadorias entre as duas capitais ou como passagem estratégica para outras praças, entre as quais Natal, capital do Rio Grande do Norte. É bom lembrar que na Região Metropolitana do Recife se concentra uma boa quantidade de Centrais de Distribuição de Mercadorias, de onde se efetua o transbordo de produtos para praças menores da Região.
A situação descrita desse trecho da BR-101 pode, de modo claro, ser tomado como um bom exemplo da situação caótica na qual se encontra o sistema rodoviário deste país. Toda semana vê-se pelo menos uma reportagem na TV mostrando as barbaridades registradas nas estradas do Brasil. Mortes e prejuízos materiais engrossam, cada vez mais, uma lamentável estatística de atraso e descaso com o transporte rodoviário, que, no final das contas, é o modal mais comum do país. Aliás, um erro de decisão política, nos meados do século passado. Não se admite que um país das dimensões brasileiras não se disponha de um bom sistema de transporte ferroviário, como o que se observa em outros países, como os europeus, a Índia, o Japão e tantas outros, digamos, mais inteligentes.
Agora, preste atenção, caro leitor ou leitora, à propaganda eleitoral desta atual campanha e tente ver alguma proposta voltada a resolver este caos. Eu ainda não vi nada dessa ordem. Nem mesmo quando se fala de melhorar a infra-estrutura. Fala-se de portos, aeroportos e até de um trem bala para um número de privilegiados sulistas, mas, rodovias parece ser coisa secundária. Só que, como o transporte rodoviário é o tipo básico, não dá para ser coisa secundária. Isto é um descaso inaceitável. É ou não é?
domingo, 22 de agosto de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Voltando
Tenho tido dificuldades para emitir uma postagem semanal. Confesso. De tempos em tempos, essa dificuldade bate e termina cravando um estranh...
-
Prometi interromper meu recesso anual sempre que algo extraordinário ocorresse e provocasse um comentário do Blog. Estou, outra vez, a post...
-
Entre as muitas belas lembranças que guardo das minhas andanças mundo afora, destaco de forma muito vibrante, minha admiração com os cuidado...
-
Q uando eu era menino, ia sempre a Fazenda Nova – onde moravam meus avós e tios – para temporadas, muitas vezes por longo tempo, ao ponto de...
8 comentários:
Exato e pertinente comentário companheiro Girley; os candidatos a presidencia só se apegam aos seus pontos de vistas dados por market:
1-vi~sao macro e masculina do país; 2-visão micro feminina e idealista;
3-visão feminina dentro do que Lula age, o que o povo quer ouvir e pensa.
O fundamental para a circular as riquesas do comércio, turismo, indústrias... Se sobrar verba no país, houver pressão política nas regiões será executado, lentamente,
Ladjane Conolly
Caro Girley,
Passei por suplício semelhante quando fui para Natal.
Foi um grande sofrimento.
Caro Girley. Contundente, seu artigo. Concordo em gênero, número e grau em tudo o que você escreveu. É uma irresponsabilidade. A única estrada que dispomos é a que tem 126 quilômetros trocada pela CELPE, a mais lucrativa do estado. Será que uma empresa como a CELPE vale apenas essa extensão de estrada? No mínimos, não soubemos negociar. E o que épior. Entregamos o ouro aos "bandidos". E prepare-se. Alegando perdar enormer no fornecimento de energia, o governo estará criando a TELEMIDIÇÃO. Uma vez implantada, o débito de nossa conta será medido desde a sala de operação da CELPE e o consumidor assumirá todas as perdas ocorridas ao longo de um sistema com mais de 50 anos e, assim, capenga. Some-se a isso, o desemprego que acarretará com a demissão dos leituristas. A situação da distribuição de energia no estado está pondo também em risco a vida de inúmeras pessoas que construíram suas casas sob as linhas de Alta Tensão, l1.3, 69 e 230 kv, esta última, que não permite, segundo a NB-182, número antigo, hoje deverá ter outra numeração, plantas acima de três metros. Imagine um shopping de dois pavimentos. Esse absurdo se dá no trecho pedrtencente à CHESF, que fica entre a Subestação do Bonji e a Seccionadora da Várzea, bem nas barbas da Geradora e da Disltribuidora de Energia Elétrica, a CELPE. Um acidente ali acarretará num desastre com perda de muitas vidas e até mesmo, um simples desligamento, dificultará o socorro pelo fato de falta de acesso às estruturas. Isso é um descaso. Abraços, Arlégo.
s trocados que o Jarbas tomou na CEF, em vaores de hoje, superior a 350 milhões, que o Governo Eduarddo Campos foi obrigado a assumir e parcelar o pagamento, a fim de sair da inadimplencia e não ter bloqueado as verbas destinadas ao Estado. A crítica é sempre positiva, mais se tem de olhar que o Governo LULA foi muito bom para o país, especialmente norte e nordeste. Alem da BR 101 com destino a João Pessoas, outras BRs saindo de Pernambuco, estão sendo duplicadas. Ainda voltando a BR 232ressalte-se que já está com alguns trechos imprestáveis, demonstrando que as empreiteiars contratadas pelo Governo Jarbas não fizeram um bom serviço.
Meu grande abraço - ALMIR REIS
No te preocupes, que ya vienen los compromisos del mundial y la olimpiada entonces si, que tienen que tener buenas carreteras y lo hacen o lo hacen. No se como sea la distribución del comercio en ese país tan grande, pero aquí en México, todo se hace por carretera pues terminaron con las lineas ferroviarias, así que tenemos muy buenas carreteras y que crees, se lo debemos al presidente mas bandido que ha habido, ese que engaño hasta los gringos, Salinas de Gortari, hizo una distribución de carreteras de peaje en todo el país impresionante. Así que como ves, en la vida no todo es tan malo, ni todo tan bueno.
Girley
Dizem as boas e más línguas que o efetivo do Batalhão de Engenharia de Construção que realizava os trabalhos foi inesperadamente transferido para trabalhar na Transposição do Rio São Francisco tão logo aquele frade malucoide achou de fazer uma greve de fome contra o empreendimento. De lá pra cá não ata nem desata. Coisas do nosso Brasil varonil. Abraço. Hugo
Girley:
Perfeito seu comentário, como também o estaria na década de 1980 quando eu viajava muito à Paraiba a trabalho.
Era clara a diferença de cuidado ao atravessarmos a divisa dos estados: a estrada pernambucana parecia o acostamento da paraibana...
Corumbá
Caro Girley
É realmente um absurdo essa estrada está inacabada. Tivemos o mesmo desprazer de ir a João Pessoa para um concerto, entretanto a alegria da visita a esta cidade jardim, se tornou num tormento no trajeto de ida/volta. Nem a companhia de um casal amigo, a conversa agradável, as frutas de lanche, e a seleção musical minimizaram o perigo que nos assombrava do lado de fora do carro a cada buraco, desvio,lombada e o perigo de colidir com o excesso de velocidade dos outros veículos. Para piorar não havia sinalização.Retornar à João Pessoa, não pretendo nem tão cêdo!!!!
Postar um comentário