Só era o que faltava: lixo do primeiro mundo sendo “jogado” no Brasil. Um tremendo desrespeito!
A notícia chamou atenção durante esta semana que passou. Uma inusitada carga de lixo doméstico, vinda do porto de Felixtowe na Inglaterra foi “despejada” nos portos brasileiros de Santos (SP) e Rio Grande (RS). O responsável no Brasil é uma empresa de Bento Gonçalves, próspera cidade do interior gaúcho, que declarou haver comprado uma carga de polímero de etileno para reciclagem, que serve para obtenção de material plástico utilizado na produção ou acabamento de móveis. Bento Gonçalves tem uma forte indústria moveleira.
Foram 40 contêineres, com 740 toneladas de sujeira doméstica. Haja lixo! Um abuso que não podemos tolerar. Acho que esses europeus vão, sempre que têm chance, empurrando a bagulheira, que não sabem onde botar, e criminosamente “exportam” para os países do chamado terceiro mundo que, em certos casos, devem passar batidos pela patifaria. Imagino que fazem isto com freqüência e agora foram pegos no Brasil. Fala-se que há uma máfia na Europa que camuflam o lixo que produzem e envia para outros países, particularmente da África.
Os criminosos tiveram o atrevimento de, junto a alguns cacarecos de brinquedos – boneca sem cabeça, carrinhos sem rodas, etc. – recomendar que lavassem cada peça antes de doar às crianças pobres do Brasil, numa prova concreta de que tinham mesmo a intenção de exportar seus descartáveis, sem que o destino final fosse o que declarado, isto é, a reciclagem do polímero de etileno. Não é uma audácia?
As autoridades brasileiras já adotaram providências no sentido de descobrir os autores drsse crime. A empresa importadora já foi identificada e tem o nome sob sigilo, por enquanto, para que não atrapalhe as investigações. Desconfia-se, ainda, de que existam brasileiros, na Europa, envolvidos na operação. Os contêineres lixeiras estão retidos para investigações que estão sendo feitas pelo Ministério Publico Federal, pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA e órgãos ligados à gestão do meio ambiente.
Para este caso o Brasil tem duas saídas: pode considerar como sendo, na linguagem oficial, um perdimento, por falsa declaração de conteúdo ou por mercadoria atentatória a saúde. A outra saída é, na minha opinião a mais justa, obrigar o importador devolver a bagulheira à origem como forma de compelir e coibir este abuso e, por cima, afastar o risco que ela representa para o nosso país. Enfim, isto não pode ocorrer novamente. O Brasil tem que “botar a boca no trombone!” e protestar. Só era o que faltava, repito.
Isto é apenas a ponta de um colossal iceberg de problemas da poluição planetária, que começa a se manifestar neste inicio de século 21.
Ocorre que lá, no dito primeiro mundo já não se sabe mais o que fazer com o lixo. A produção é fantástica. Os produtos biodegradáveis são mínimos. As embalagens, os brinquedos, os utensílios domésticos, os componentes mecânicos e eletrônicos, entre outros, são na maior parte de material plástico, que duram 300 anos para se decompor. Os oceanos estão abarrotados de plásticos que vão, aos poucos, acabando com o ambiente marinho e o lixo da informática se constitui num dos maiores desafios, no mundo moderno. Países como Estados Unidos e Japão, este, sobretudo, devido sua exígua extensão territorial, ainda não encontraram formas eficazes para administrar seus descartados. Lembro que, certa ocasião, caminhando, tarde da noite, por importantes ruas de Tóquio, tive oportunidade de ver e avaliar a incrível massa de descartados, por dia, jogados nas calçadas a espera da coleta. Fiquei imaginando as dificuldades que devem ter para dar destino aqueles rejeitos.
No Brasil nós temos nosso lixo, que já não é pouco! Inclusive muito material para reciclagem dos plásticos. Não precisamos do lixo dos europeus. Ao contrário, devemos rejeitá-lo com veemência. Espero que as autoridades do Rio Grande do Sul dêem uma dura lição a esses criminosos e que sirva de exemplo para outros países que possam estar sofrendo desses ataques da moderna “civilização”.
Notas: Informe de Carmem Ziebell com dos dados e relatos em: www.jornalagora.com.br
Foto obtido no Google Imagens
sábado, 11 de julho de 2009
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6 comentários:
Olá GB, este seu sentimentonde indignação é compartilhado por todos aqui no Rio Grande do Sul, resido a 40 km de Bento Gonçalves e o espanto por este absurdo deixou todos revoltados. Acredito que revoltados seja a melhor palavra para descrever o que estamos sentindo devido ao enorme desrrespeito que estamos sendo vítimas. Não passa por nossas cabeças que a empresa que recebeu a carga seja culpada neste caso, o que resta para a empresa inglêsa total criminosidade. Devemos exigir a devolução dessa carga e deixar estampado a todos os países que atos como esse nunca sejam repetidos!! Que os países emergentes ou subdesenvolvidos não são "lixões" do mundo e merecem respeito! abraço GB
Não encontrei nos meios de comunicação qualquer protesto do Itamaraty junto à comunidade européia. Será que estou errado?
José Mário
AMIGO GIRLEY,
Isto acontece por CULPA da “MAFIA” DO LIXO.
Lá no sul maravilha, a máfia impera e atua com lixo nas calçadas e nos esgoto, e seu visitante sabe do fato, e bolso dos empresários estão cheio do “dinheiro imundo”
É mesmo uma vergonha que não pertence apenas ao RECIFE.
Abraços
Carlos Antonio
AMIGO GIRLEY,
Isto acontece por CULPA da “MAFIA” DO LIXO.
Lá no sul maravilha, a máfia impera e atua com lixo nas calçadas e nos esgoto, e seu visitante sabe do fato, e bolso dos empresários estão cheio do “dinheiro imundo”
É mesmo uma vergonha que não pertence apenas ao RECIFE.
Abraços
Carlos Antonio
ES EN VERDAD UN ABUSO DE ESOS PAISES QUE CREEN , QUE VIVIMOS EN LA IGNORANCIA TOTAL. PERO MÁS DE QUE LO TOLEREMOS O QUE HAYA GENTE DE NUESTROS PAISES INVOLUCRADA.
NO HE SABIDO AQUI EN MEXICO DE CARGAMENTOS DE BASURA, PERO SI DE LECHE CON RADIOACTIVOS, QUE TUVIERON QUE ENTERRAR EN VERACRUZ, ESA LECHE ERA PARA LOS NIÑOS SIN RECURSOS, UN NEGOCIO DEL HERMANO DE UN PRESIDENTE DE MEXICO, SALINAS DE GORTARI. QUE TE PARECE?
BESOS
SUSANA GONZÁLEZ
Caro GB
Leio sempre com prazer o seu blog e os seus posts.
O que se refere aos "europeus" merece-me um comentário que, certamente, compreenderá.
A Europa tem, actualmente, 49 países, e muito mais línguas, dialectos e culturas.
Por isso somos todos diferentes.
Entre as línguas, aquela que é a terceira mais falada do mundo: a nossa. Por isso nos entenderemos.
Condenando, obviamente, a exportação de lixo e as inaceitáveis recomendações do exportador relativas à reutilização do mesmo, tal como condeno o importador, deixo apenas o comentário de que não se pode meter todos os Europeus no mesmo saco...
Um abraço de Portugal, com a amizade de sempre para ti e para a família.
Francisco FerNANDES.
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