Esta semana começou com a triste notícia do desaparecimento na costa brasileira de um avião da Air France, na rota Rio de Janeiro-Paris, levando 228 passageiros. Uma segunda feira negra para a aviação civil. Um choque para o mundo inteiro. Principalmente para quem, como eu, viaja com certa freqüência, várias vezes nessa rota. Já se vão cinco dias e poucas são as conclusões a respeito das causas do infausto acidente. Pessoas envolvidas no caso e nas discussões, no Brasil, França e outros pontos, levantam as mais diferentes hipóteses, sem que se chegue a uma explicação plausível. Piloto, fabricantes da aeronave e empresa aérea, ficam sob suspeitas, além da hipótese de um atentado. A caixa preta, testemunha tecnológica importante do acidente, dificilmente será pescada das profundezas atlânticas, segundo opinam os especialistas e autoridades. Pura perplexidade.
No final das contas, e o que é mais lamentável, é que vidas foram interrompidas quando, certamente, alimentavam projetos e esperanças de viver por muito tempo. Cientistas, artistas, comerciantes, profissionais graduados de diversas áreas, crianças, casais em inicio de vida conjugal, casais maduros em viagem de comemorações, enfim, uma aeronave recheada de vida. Muitas vidas, liquidadas em poucos minutos.
Numa hora dessas, fico intrigado com essa coisa chamada destino, que eu acredito. O que me reserva o futuro? Como será o meu amanhã? É a primeira coisa que me ocorre pensar. E, quase sempre, chego à conclusão de que viver é, na prática, uma aventura de alto risco. Indiscutivelmente, uma deliciosa aventura. Mas, de alto risco. Certas horas, se o sujeito se acabrunhar e pensar demais, corre o risco de não viver, o que é um desperdício, vamos e venhamos.
Pensando direitinho, este mundo é muito surpreendente e, de certo modo, cheio de artimanhas.
Há quase um ano, estávamos às voltas por enfrentar as agruras de uma crise econômico-financeira de proporções inimagináveis e que ameaçava arrasar, em pouco tempo, os mercados e empobrecer as sociedades, sem qualquer distinção. Houve pânico, desemprego, quebradeira, fome, o diabo a quatro. Autoridades dos quatro cantos do planeta, “engolindo sapos e lagartos”, se virando de qualquer jeito, promoveram ajustes daqui e d´acolá, diante de muito choro e ranger de dentes, para que as coisas tomassem novos rumos de equilíbrio e que, parece, começa acontecer neste final de semestre. A economia começa a dar sinais de reação. Tenho ouvido, com muita freqüência, de sabichões comentaristas econômicos, que a crise acabou. Tomara. Aqui no Brasil, pelo menos, percebo que as coisas começam a sinalizar com mais fôlego. Espero não estar enganado. Tomara, também, que o mesmo venha acontecer pelas bandas do Hemisfério Norte.
Agora, tem uma coisa: analisando bem, essa crise que, durante bom tempo, foi assunto constante nas manchetes e matéria dos jornais do mundo inteiro só saiu do topo das pautas para dar lugar a outro assunto também palpitante, que foi o surgimento da gripe suína. Foi ou não foi? Foi um Deus nos acuda. Estimaram que uma em cada três pessoas do mundo seria atacada pelo vírus. Anunciaram, sem a menor cerimônia, uma pandemia, um verdadeiro caos. Compararam-na com a devastadora gripe espanhola, do inicio do século passado. O México, onde a moléstia eclodiu ficou na berlinda. Durante alguns dias, era o último e pior lugar do Universo. Por lá o mundo parou. Fechou-se o tempo. Nem escola, nem comércio, cerimônias religiosas ou divertimentos. Funcionavam, somente, os hospitais, o que era logicamente compreensível. Parou tudo, mesmo. Acompanhei a coisa, por intermédio de amigos que tenho por lá. Na semana passada, tive a curiosidade de investigar o que de fato restou daquela situação inicial de pânico. “no es tan peligrosa como primero se dijo. La situación está totalmente controlada, gracias a las medidas que se tomaron, aunque a la gente no le gustó, pero fué admirablemente disciplinada la ciudad de México. Hablamos de más de 25 millones de personas. Ya se levantó totalmente la contingência”, explicou minha amiga Susana González, moradora da Cidade do México. No Brasil os casos de pessoas afetadas são em números mínimos, diante da população do país, e tudo está sob controle. Fala-se muito pouco sobre o assunto. Do jeito que vai, acredito, logo estará esquecida. Aliás, esta gripe suína, me faz lembrar uma outra – a aviária – que, lá pelos idos de 2005-06, ameaçava dizimar meio mundo. Eu não conheço ninguém que tenha contraído este vírus da aviária.
Muito bem. E amanhã? Ah! Amanhã o assunto será outro completamente diferente... Até porque, a mídia, que presta um serviço importante, está de olho em tudo, embora, quase sempre, carregue nas tintas. Cá prá nós, deita e rola.
Enquanto isto, uma pergunta que não cala: e o meu destino? E o seu? Você acredita? Por mim, fica por conta da roda do tempo. O Senhor Tempo, que regula nossas vidas. Como diz Chico Buarque, isto tudo é mesmo uma Roda Viva.
Boa sorte, caro leitor ou leitora!
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Recados das Urnas
Para alivio nacional o processo eleitoral deste ano está chegando ao fim. Muita coisa rolou e muitos recados foram dados pelos eleitores. Em...
-
Prometi interromper meu recesso anual sempre que algo extraordinário ocorresse e provocasse um comentário do Blog. Estou, outra vez, a post...
-
Entre as muitas belas lembranças que guardo das minhas andanças mundo afora, destaco de forma muito vibrante, minha admiração com os cuidado...
-
Q uando eu era menino, ia sempre a Fazenda Nova – onde moravam meus avós e tios – para temporadas, muitas vezes por longo tempo, ao ponto de...
11 comentários:
Não existe destino, o que aconteceu foi um erro humano e as mortes foram consentimento divino. Destino nunca, todos temos livre arbitrio se entrar destino, tira-se livre arbítrio, se colocar livre arbítrio tira-se destino, os dois não podem existir para uma pessoa.
Are, baba!!!
Vc hoje está filósofo. Se quiser saber, acredito que seu destino quem faz é você mesmo, a partir das suas escolhas.
Lógico que acidentes são inesperados e ninguém escolheu morrer naquele avião, todavia há de ter havido várias escolhas até chegar no dia e hora e isso ninguém pode prever. É fatalidade e não destino.
Mas uma coisa é certa, meu dileto amigo Girley: Estamos TODOS NÓS predestinados a ler sua coluna.
Até a próxima polêmica!!
Sou evangélico presbiteriano não praticante. Mas, creio que a espiritualidade explica isto.
abraços.
Caro , Girley gb
Sou Contador Autonomo e acredito tambem como disse o colega de email, A espiritualidade explica com certeza tudo que aconteceu., Mas fica ai a minha pergunta., Diante de tantas
incertezas das autoridades , Marinha e Aeronautica., Será que esta aeronave esta no fundo do mar., quero acreditar que a mesma foi sequestrada numa operação muito bem feita sem deixar vestigios., e estao todos refens de sequestradores ., tomara Deus., para consolo de todos nós.
grato Luiz contador (Paulista )
Ah Deus, quem dera que o Sr.Luis Contador esteja certo e tivesse mesmo acontecido um sequestro!....Assim, pelo menos, haveria esperança para essas famílias que tanto sofrem com a incerteza do que realmente ocorreu.
Excelente texto!!!
Fazia tempo que não passava por aqui. Saudades sempre!
Bjoss
GIRLEY, a vida é tão perfeita que a ningúem foi dado o direito de saber o seu próprio destino. Eunice Lira
Olá Girley
Não acredito no destino. Nós somos responsáveis pelas nossas escolhas, o que chamamos de livre-arbítrio e Deus o nosso Pai Maior está no comando de tudo.
Infelizmente as fatalidades acontecem na vida, foi o que aconteceu com o vôo 330 da Air France. A espiritualidade socorre todas as pessoas que desencarnam em morte conjunta e as acolhe com emanações de cura para os seus espíritos.
Mary Caldas
Parabéns, Girley, pela sua última crônica. Nota 10. Ela tanto encheu-me a alma que esborrou para o meu coração, Siga,, meu estimado Amigo. Traduza-se em suas crônicas. Elas são maravilhosas e nos fazem muito bem. Abraço - Assis
Girley:
andei muito do Japão, Paquistão,mas sempre tive medo de avião...sempre entro num avião como se nunca fosse mais voltar...passo toda a viagem orando...não durmo...só stress...e um certo dia, descobri que amava alguém, quando essa pessoa estava cruzando o Brasil de Brasília a Recife de avião...era noite do dia 18 de outubro de 2008...eu estava no casamento de uma irmã. O pânico de avião é tão grande que as pessoas que gosto, amigos, filhos, me deixam sem dormir... pois me tira o sono...muita gente não acredita que uma pessoa como eu tenha tanto mêdo de voar... Mas eu enfrento meus mêdos durante o vôo..que em muitos momentos consigo confiar no avião...há momentos de tréguas entre minha luta com o avião...quando chego no meu destino..poxa vida..agradeço a Deus por mais uma oportunidade de poder ver mais uma vez o amanhecer e o por do sol.
forte abraço,
Eloine Alencar
Girley amigo,
Li o que voce escreveu e tambem os comentarios inclusive os da nossa filosofa Eunice. Achei as reflexoes interessantes, cada qual com suas crenças. A minha sensaçao e que foi um fenomeno da natureza que provocou tudo isso(minha crença). No entanto, me fez lembrar da minha primeira viagem a Paris(Rio-Paris) que comecei a chorar quando o avião levantou voo e um senhor que estava junto de mim me perguntou a razão das minhas lágrimas e eu respondi que se o avião caisse no mar eu nao saberia como me salvar e então ele me disse "nao se preocupe estamos todos no mesmo barco". A questao era que nao entedia nada do que a aeromoça estava falando e depois que jantamos fui dormir mais calma. E lá fui eu a Orly. 40 anos se passaram,mas parece que foi ontem. Voltando a roda viva da vida, a VIDA E UM GRANDE MISTERIO.
Abraços,
Beta Marinho
Postar um comentário