Para minha surpresa, encontrei a capital chilena com um novo perfil. É impressionante como conseguiram, em tão pouco tempo, transformar a cidade numa metrópole de padrão internacional. Dá gosto transitar pelas largas, bem tratadas e limpíssimas, avenidas, alamedas e parques. E mais: túneis imensos, viadutos, trevos viários complexos e passagens inferiores, que terminam por conferir à cidade um trânsito ágil, com motoristas tranqüilos e seguros. Os serviços de transporte de massa é outro detalhe importante, destacando-se o metrô agora mais extenso e com novas linhas a serviço da população, além de muito limpo. Inúmeros estacionamentos subterrâneos dão uma imagem clean à cidade. Não existem as populares áreas a céu aberto ou carros estacionados pelas calçadas ou imprensados a cada lado das ruas e avenidas, atrapalhando o fluxo de transito, como e vê na maioria das cidades brasileiras. E, tem mais, não vi engarrafamentos de veículos. Talvez nessa época de férias. Não sei noutras épocas do ano.
Fica claro que rolou muito dinheiro e isto dá uma idéia da pujança econômica que o país vive nesses últimos vinte anos.
Outra coisa que salta aos olhos do visitante brasileiro é o fato de não haver pedintes nas esquinas e semáforos. Limpador de pára-brisas? Nem pensar! Menores abandonados à sorte, tampouco. O povo que circula pelas ruas, em geral, desfruta de uma boa qualidade de vida e revela muita dignidade. Não vi descamisados (embora o calor de 30 graus), descalços ou maltrapilhos.
Bom... É assim, pelo menos, na capital. Não sei no interior.
O Chile não tem montadoras de veículos e importa tudo que o chileno sonha ter. Santiago está repleta de carrões, das marcas mais sofisticadas, das mais diversas procedências, circulando numa nice, sem medo de assaltantes. Ocorre que os impostos são muito baixos e um carro sai por menos da metade do preço no Brasil. Meus filhos, que estavam comigo nesta viagem, ficaram babando com o preço da sofisticada Masserati 2009, de um amigo chileno, que foi de US$ 220.000,00. No Brasil um carro igual não sai por menos de US$ 500.000,00. Isto, quando é vendido, uma vez na vida. São Paulo, pode ser...
Sempre gostei muito de visitar o Chile por ser uma experiência muito instigante. Já andei por lá quatro vezes. A conformação geográfica desse país é muito especial. Trata-se, na prática, de uma extensa “língua” de terra – encostada na Cordilheira dos Andes e escorregando pelo Oceano Pacífico – dotada de imensa diversidade. Em menos de 24 horas, por exemplo, fizemos um recorrido de, no máximo 150 km., desfrutando de uma bela praia no Pacifico, em Viña del Mar, e de uma estação de sky, no alto dos Andes, no Valle Nevado. Isto na região central do país, arredores da capital. A visão da Cordilheira, coroada de neves eternas, dão um especial toque ao

E, se o assunto for gastronomia, não há quem resista às iguarias da cozinha chilena, misto de espanhola, crioula e mapoche. Come-se muito bem no Chile. Como especialidade, o que se destacam são os frutos do mar. Peixes deliciosos, crustáceos exuberantes, como a centolla – imenso caranguejo – que pela raridade e sabor da carne pode custar, no mercado público, a bagatela de R$ 400,00 a unidade. O sujeito precisa ter muitos pesos chilenos na carteira e muita coragem para enfrentar uma conta dessa ordem. Além disso, saboreiam-se com facilidade outros produtos do mar, entre os quais as ostras magníficas, ouriços, lagostas, locos e peixes deliciosos como o côngrio e a reineta. Para quem for por lá, aconselho pedir um popular Chupe de caranguejo e loco. É de comer ajoelhado, lamber os beiços e sentir vontade de repetir. Ah! Já ia esquecendo de registrar que o Chile é especialista na produção de salmão. É de lá, aliás, o salmão que em geral consumimos no Brasil.
Outro destaque desse maravilhoso país é a produção vinícola e isto merece outra postagem, que logo seguirá. Nesta não cabe mais...
Foi bom voltar ao Chile que, sem dúvidas, se constitui num cenário diferenciado na América Latina.
Nota: Fotos do Blogueiro e do Google Imagens.