sábado, 14 de junho de 2025

Comidas de Mercados

Sempre fui ligado em comidas de mercados públicos. Muitas vezes ouvi críticas por essa minha mania. Nunca tive preconceito ou medo de saborear das gastronomias populares por onde ando. E, não deixo de provar das iguarias dos mercados locais de onde vivo, no Recife. Posso garantir que não há melhor bolinho de bacalhau do que os produzidos pelo Bar e Restaurante Bragantino, no Mercado da Encruzilhada, aqui perto da minha casa. Tão bons quanto os melhores que se come em Portugal. O mesmo posso dizer do Arroz de Braga feito por lá, também. Indo a São Paulo não perco a chance de dar uma passada no Mercado Central e comer o famoso sanduiche de mortadela com um bom chope gelado. Outro Mercado Central que aprecio e onde já estive varias vezes é o de Santiago do Chile. Vale à pena explorar as delícias de frutos do mar oferecidas por lá, incluindo os filé e caldillo de Côngrio. Deliciosos. No mesmo mercado o visitante tem oportunidade de saborear a famosíssima Centolla, um caranguejo gigante de carne adocicada servido frio e inteiro. É geralmente caro. Mas vale à pena o gasto. Outro mercado, por onde andei, e não posso esquecer é o Sydney Fish Market, tido como o maior mercado de peixe do Hemisfério Sul, além de ser um famoso ponto turístico da Austrália. Ali o visitante pode saborear as iguarias mais sofisticadas de pescados, num ambiente diferenciado e atrativo. Outro mercado inesquecível é o de Coyoacan onde se pode experimentar das diversas comidas típicas mexicanas. É preciso cuidado, porém, com as dosagens de pimentas. Mexicano não dispensa de uma boa e ardida pimenta. Mas, minha ideia de falar de mercados públicos nesta postagem surgiu ao recordar das visitas a mercados quando da recente ida à Europa. Destaco dois desses, onde me deliciei de riquezas culturais e gastronômicas locais. Refiro-me ao Mercado da Ribeira, em Lisboa (Portugal) e ao Mercado de São Miguel, em Madrid (Espanha). Dois pontos preciosos e imperdíveis para quem anda fazendo turismo pela Península Ibérica. No primeiro saboreei um belíssimo bacalhau, grelhado, daqueles que somente em Portugal se come. (Foto a seguir) Numa mesa de calçadão, recebendo a brisa vinda do rio Tejo, logo à frente, numa deliciosa tarde de primavera e do modo que a vida passa e pede que os relógios parem de funcionar.
Já em Madrid, numa entrada no São Miguel, uma simples vista d´olhos faz com que as papilas gustativas se agitem e mande recados de sabor ao cérebro antes mesmo de qualquer coisa provar. Esse mercado é especializado em oferecer finger-foods, denominadas de tapas, na Espanha. São espécies de petiscos com uma infinidade de recheios preparados na hora, em cada balcão que se sucedem. Recheios de camarões, lagosta, bacalhau, especiarias diversas, presuntos, lascas de jamón (Vide foto a seguir) entre muitos outros e até caviar. Os preços são bem módicos e o cliente pode sair empanturrado. Naturalmente que boas taças de vinhos são vendidas como bom acompanhamento. As tapas são o que nós chamamos de “tira-gosto” aqui no Brasil. Depois de uma farra dessas fico desejando que nossos mercados saibam melhor explorar o nicho do turismo gastronômico com competência e, sobretudo, responsabilidade pelo produto oferecido. Sei que mercados de Belo Horizonte e Porto Alegre reúnem condições favoráveis e já oferecem bons cardápios.
Soube, outro dia, que nosso Mercado de São José, no Velho Recife, vem sendo reformado e preparado para esse tipo de atração. Tomara, mesmo porque se trata de uma bela estrutura projetada em Paris, em 1872, ao modelo do Mercado de Grenelle. (vide foto abaixo). É o mais antigo em funcionamento no Brasil. O prédio, propriamente dito, uma construção de ferro, foi trazida desmontada da, França para o Recife, no porão de um navio. A obra de montagem ficou a cargo de Louis Vauthier, francês que viveu no Recife e deixou inúmeras obras arquitetônicas, entre outras o belíssimo Teatro de Santa Isabel. Boto fé nesse projeto do nosso Mercado e já me vejo tomando caldinho de feijão com batida de maracujá, pitanga ou cajá. Comendo sarapatel com farinha, mão-de-vaca e chambaril. Buchada e caldeirada! Coxinhas de galinha e croquete de feijão. Tapioca! E, basta! Já estou satisfeito desde já. Simbora! (Vide foto do mercado abaixo) NOTA: fotos do Blogueiro e do Google Imagens.

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