terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Ano Novo e mesma vida

Mês de janeiro avançando, quase findando, e levando de vez as quimeras de que um mundo novo estava por vir, ao romper do ano, conforme prometido pela mídia durante os festejos natalinos e do réveillon. Ano Novo, Vida Nova! Bom seria... Sem querer ser pessimista durão concordo que devemos sempre alimentar esperanças. E até tentei. Mas, não vi nada de novo neste ano que se inicia. Dessa vez, nem o Governo é novo, que apesar de tudo poderia ser mesmo uma novidade. As guerras não cessaram, o Japão sofreu mais um terremoto, Donald Trump volta fazer campanha presidencial, Putin não recuou na Ucrânia, Israel continuou destruindo a Faixa de Gaza e Lula continua incrementando a agenda de “turismo” com Janja. Já o nosso povão deixou tudo de lado e saiu pra curtir o verão e as praias, marcando passo para emendar com o carnaval – dessa vez bem mais cedo – esperando a ficha cair dando conta que é ano novo. Neste item, inclusive, a turma faz questão de confirmar a ideia de que no Brasil o ano só começa depois do carnaval. Coisa que, aliás, não é novidade, também. É tudo velho e muita coisa é dentro do velho e tradicional roteiro.
Mas, não fiquei parado e fui conferir a mesmice das vidas mais adiante. Tomei assento num desses cilindros metálicos avoantes e fui parar no Centro-Oeste. Fui beijar uma preciosa pedra familiar na aprazível cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás. Confesso sentir um grande prazer aterrissar no Santa Genoveva e ganhar uma cidade jovem e vibrante, nada comparável com o Velho e secular Recife. Moderna, bem traçada, abundantemente verde, repleta de parques e local de uma gente hospitaleira.
Ali não se vê engarrafamentos de transito, pedintes ou limpadores de para-brisas nos semáforos, nem moradores de rua. Ao invés disso é notório perceber que se trata de uma cidade onde corre a pujante riqueza gerada no agronegócio da região e, ainda,base econômica nacional.(Fotos acima). É prazeroso circular nas amplas e longas avenidas, visitar os bairros nobres com seus arranha-céus e suas mansões bem desenhadas, bem como os locais periféricos que revelam um Brasil mais digno em urbanismo, moradias e gente feliz. Naturalmente que existem pobreza e problemas, mas, num nível bem mais administrável que noutras regiões e metrópoles brasileiras. Comer um pastel de feira delicioso e tomar a cerveja mais gelada do Brasil, não tem preço e é somente possível em Goiânia, nos incontáveis bares e restaurantes da cidade. E, no capitulo gastronomia é fundamental aproveitar as delicias regionais, como um arroz de pequi, e não perder a chance de um bom churrasco goiano. Se Goiânia deixou-me com vontade de voltar e ainda provoca-me saudades o mesmo não posso dizer da minha velha paixão que é São Paulo. Voltei para uma rasante, antes de retornar ao Recife. Não tenho dúvidas que é por lá que tudo acontece. Mais do que nunca. A Paulicéia continua sendo a locomotiva do país. Os sinais são sempre muito visíveis, começando pela dinâmica frenética dos aeroportos. É impressionante a movimentação de gente num Congonhas, por exemplo. Um formigueiro humano. Parece mais uma dessas rodoviárias em dia de Natal, quando os viajantes se esgueiram na luta por uma passagem dum ônibus extra com destino à cidade de papai e mamãe. O mais curioso é que o aeroporto de Congonhas foi remodelado, anos recentes, mas os arquitetos subestimaram a demanda pelo transporte aéreo do país. As aeronaves que embarquei estiveram, inclusive, literalmente lotadas. Alta estação é verdade, mas, de todo modo surpreende. Mas, não é somente de aeroportos que quero comentar. O que mais me surpreendeu em São Paulo de hoje é a insegurança reinante. Instalado numa região nobre, recebi inúmeras recomendações de dobrar os cuidados ao circular. Senti-me inseguro por vários momentos. Portar livremente o celular nem pensar. Motorista do taxi relatou-me que, mesmo com vidro levantado, os assaltantes quebram com uma pedrada e arrebatam seu celular. Impressionante. Circular a pé nas redondezas, à noite, é inteiramente desaconselhável. Memso nos bairros mais nobres e zonas de franco comércio ha moradores de rua arranchados em total penuria. Vide foto a seguir, colhida pelo Blogueiro, na manhã de sábado, no elegante bairro do Itaim. O Cão é guardião do morador para protege-lo de outros moradores pedintes. Incrivel constatação.
Chama atenção a quantidade de vigilantes-seguranças nas portas de restaurantes e negócios comerciais. Fiquei sabendo que um dos negócios mais rentáveis é para empresas que instalam blindagem em veículos particulares. Sai impressionado. Já morei uma época em São Paulo e recordo a cidade que vivi e pela qual me apaixonei. Hoje, porém, temo pelos familiares que lá vivem e quase desanimo de visitá-la ,bem como lamento haver feito estes registros. O ano é novo, a vida é velha, mas a vontade de viver é a mesma. Salve 2024 com o fim do recesso e a volta do Blog!NOTA: as fotos de Goiania foram colhidas no Google Imagens. A terceira foto é da autoria do Blogueiro.

12 comentários:

Restony de Alencar disse...

Grande Mestre,

Vosso racional desânimo revela a sabedoria que o tempo lhe concedeu, fatalmente os centros populacionais nos faz relembrar Juscelino quando decidiu descentralizar o País buscando ocupar o vasto território central e criar rotas alternativas, econômicas e sociais, eia que surge o DF, GO, MS, MT, TO, alterando a lógica de ocupação só Pais e representando hone com o Agro 30% do PIB. Juscelino se foi, os militares se foram para dar lugar ao Civil e a nova ordem Democrática, tivemos benefícios de modernidade e tecnologia a bem da verdade, mas a mesmice ficou como bem V.S.a., colocou aqui. Abcs

JMG disse...

Feliz Ano Novo em uma realidade velha,
desencantadora, repleta de desgovernos nos tres níveis de poder e alucinante ano de eleições. Pra que eleições se nada irá mudar para melhor, ao contrário, nada estará tão ruim que não possa piorar neste nosso Brasil varonil.

Vanja Nunes disse...


Assim sendo, vamos vivendo
Feliz ano novo !!!

José Paulo Cavslcanti disse...

Faltou só uma linha, mestre fotógrafo. Antes de “ Israel continua destruindo a Fauxa de Gaza “ , faltou “ Os terroristas não devolveram os mais de 200 reféns que continuam presos “ . E ninguém mais fala nisso. Como se fosse a coisa mais natural. E não merecesse reprovação. Bem vindo de volta, mestre. Estava fazendo falta. Abraços fraternos.

Nininha Brasileiro disse...

Goiânia eu não conheço mas são Paulo eu já morei realmente é mdduito triste a maior cidade do Brasil está

Susana Gonzalez disse...

Debemos decretar un año de Paz!

José de Moraes Falcão disse...

1 - Goiânia é uma bela cidade e um plano de desenvolvimento urbano fantástico.
2 - Não sei se outra cidade tem. Goiânia tem Edifício Residencial com garagem para veículo em elevadores que leva seu veículo para a sala de seu apartamento até 30 andar.
3 - Uma vez Jorge Amado foi a Paris para tratar de um problema no olho. O iftalmo francês mandou ele voltar e ir para Goiânia. Lá estava o maior profissional oftalmo do mundo. E é verdade. Eu fui lá visitar o marido de minha sobrinha que é deputado pelo Piauí. Hoje o cara está bonzinho.
4 - as mulheres de Goiás são altas e belíssimas. Todas parecem modelos da Ford.
5 - Joaquim Roriz quando gov do DF quis fazer trem bala Goiânia-Brasilia. A inveja não deixou.
...
20 - O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Pernambuco corresponde a 0,673. Goiânia possui um IDH considerado elevado de 0,832.
Você não quis almoçar comigo aqui em Brasília. Professor malvado.
kkkkkkk

Ina Melo disse...

Você amigo não deixa de espinafrar o LULA! Será que com o falso messias estaríamos melhor? Parece até o Dourado cidadão do
mundo!

Maria Zuleida disse...

Depois dessa crônica perfeita, nada mais a declarar.. Paz para todos/as nós.

Ana Lúcia Simões disse...

Girley , nunca vi tantos moradores de rua aqui pelo Derby como tem agora. Onde era o Lapac naquela praça botaram uma ONG onde dão banho e comida para eles .Aí saem alimentados para nos assaltar. Aqui era uma área nobre, hoje cheia de assaltos pois a maioria que vem para essa ONG estão com tornozeleiras fora que estão montando barracas para o comércio de drogas. O Derby está entregue as baratas. A noite quando fechamos aqui tem mais de 10 dormindo aqui na calçada. Onde deixam a maior imundície com restos de comida e mal cheiro de urina e fezes. Esse é o nosso Brasil atual. Não temos a quem recorrer.

Luís Montenegro disse...

De fato aquelas cidades ligadas ao agro oferecem uma boa qualidade de vida. Feliz 2024 pra o blogueiro e os demais do grupo.

Kennys Maziero disse...

Suas crônicas chegam a nós, sempre para acrescentar conhecimento, sobre tudo e sobre todos. Parabéns pela primeira publicação, de mais um ano velho ....não não..ano novo....enfim será mais um ano novo ou velho....rsrsrs

Lição para não Esquecer

Durante a semana passada acompanhei com interesse de quem viveu a historia, as manifestações que relembraram o golpe militar de 1964. Com um...