sexta-feira, 17 de março de 2023

Aqui ou Acolá

Abro os jornais do dia e vejo a manchete de cara dando conta de que “No mesmo dia, dois casos de violência contra turistas no Centro do Recife” foram registrados, nesta quinta-feira, 16 de março. Lamento obviamente. E busco engrossar a sociedade que clama por segurança no estado e no país. Numa cidade como o Recife, uma das primeiras urbes do país, e que pretende se consolidar como grande polo de atração turística, fatos como estes se tornam logo matéria de capa dos veículos de noticias. E merece, é claro. A informação é base para o desenvolvimento social e o progresso econômico. E, neste caso, indispensável considerar a importância que o Turismo proporciona. Ontem foram turistas argentinos e noutro dia foram alemães. Todos passageiros de transatlânticos de cruzeiros que aportam no Recife, muitas vezes por poucas horas. À primeira vista, a cidade oferece um panorama de indiscutível beleza, com perfis arquitetônicos neoclássicos e quadro natural diferenciado, na área denominada de Recife Antigo e Marco Zero. São atrações que conquistam facilmente qualquer visitante. (Vide foto abaixo). Tudo à mão e a pé. Dalí, não fica difícil atravessar a primeira ponte e adentrar aos velhos bairros de Santo Antônio e São José. São locais de comercio popular e grande movimento ambulante, que igualmente exerce atração ao turista, sobretudo, o mais desavisado. E é por ali que vem residindo perigo. Foi por lá que ocorreram esses recentes episódios. Contudo, embora lamentável, não é coisa somente daqui. A insegurança reside tanto aqui, quanto acolá. Falando assim, não sugiro justificativa, nem desculpas pelo Recife, mas, tentando fazer um paralelo com as experiências vividas. Acontece que o mundo moderno, gerador ilimitado de pobreza, ao tempo em que oferece as facilidades de deslocamentos, sejam migratórios ou turísticos, pode explicar o universal mau dos assaltos.
Já viajei muitas vezes na vida.Não posso reclamar. Quem me conhece pode afirmar. Nas minhas andanças, nos mais distintos propósitos de viagem, sempre estive atento e vigilante com meus pertences e com a minha vida. Nem por isso estive imune das garras dos assaltantes, porque eles estão em toda parte. É lamentável chegar, por exemplos, no Vaticano ou na Basílica do Sacré-Coeur (Paris) e dar de cara com vários avisos de cuidados porque circulam batedores de carteiras. Já fui vitima de assaltante em Buenos Aires, onde fiquei sem dinheiro, passaporte, cartões e credito e pequenos objetos da bolsa a tiracolo. Não faz muito tempo e fui assaltado em Santiago do Chile, onde um sujeito arrancou-me do pescoço, com violência, um cordão de ouro, onde mantenho uma medalha herdada da minha falecida mãe. A medalha foi salva, mas, o cordão foi levado. A propósito, em Santiago, é bem comum um cinto de segurança, em cada cadeira, em bares e restaurantes, para que o cliente mantenha a salvo sua bolsa ou pacote. Em Paris são populares as duplas de golpistas que iludem os turistas para roubá-los. Um deles trata de distrair a vitima, enquanto o segundo dá o bote na bolsa, carteira ou similar. Em Roma, com minha esposa, tivemos que entrar num Hotel do qual nem éramos hospedes para despistar um provável assaltante que nos seguia insistentemente. E, no Marrocos, tive de pedir proteção à policia, numa rodoviária, para me salvar da sanha criminosa de um sujeito que ameaçou degolar-me. Essa vez, foi muito estressante. Faço ideia do pavor que sentiram os turistas assaltados aqui no Recife. Tomara que esses episódios sirvam de alerta às autoridades de plantão. Que a Senhora Governadora no trato de ajustar a máquina da segurança pública determine modo enérgico para a situação do centro da cidade. O Recife é uma cidade bonita e com características históricas a serem tratadas de modo especial e, com justiça, conquistar um lugar de destaque no cenário turístico nacional. NOTA:Foto obtida no Google Imagens.

7 comentários:

Antônio Carlos Neves disse...

Primo muito bom o post que o primo é viajado e do conhecimento de todos mais ser assaltado nacional e internacional para mim é novidade.
Infelizmente nossa querida cidade além dos assaltantes ainda tem os tubarões

José Paulo Cavalcanti disse...

Brasileiro assaltado no Chile. E era Girley. É danado. Abraços lisboetas.

José Mário Galvão disse...

Terminei de ler seu blog que como sempre está ótimo. Só não entendo as nossas autoridades fazerem vistas grossas para uma realidade como a nossa em Pernambuco.
No momento abro um paralelo com Natal. Tá estranha à situação por lá. Até o secretário geral e federal da segurança pública tirou da reta, prometeu em rede nacional de ontem, GloboNews que estaria, que hoje estaria por lá se reunindo com a governadora e assessores para discutir e juntos resolverem o terror urbano. Se lá esteve, eu não tomei conhecimento do fato pela imprensa. Tudo isso é um absurdo, para o turista e para nós que vivemos aqui. Como se isso acontecesse somente na capital…

Ina Melo disse...

A diferença dos assaltos no Exterior, é que eles apenas roubam e não matam como aqui! Em todos os países existem esses bandidos. Veja os exemplos dos taxistas. Quando sentem que levam um turista, começam a fazer voltas e se você não se informou antes a distância, vai pagar na corrida uma fortuna. Já aconteceu comigo em Roma na primeira vez que lá estive. Como era a noite, fiz um belíssimo city tour pela cidade eterna.

José Otávio de Carvalho disse...

Esse texto nos faz refletir sobre a necessidade de se investir mais nas crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. Nesses dois assaltos a estrangeiros, a exemplo de outros tantos, os assaltantes, em quase sua totalidade são recém saídos da adolescência. Parabéns amigo escriba.

Ana Maria Menezes. disse...

O caos na cidade e o prefeito mais medíocre que se tem memórias esbanjando sorriso largo diariamente na mídia se promovendo. E muita cara de pau!

José Artur Paes disse...

Das minhas viagens uma das coisas mais curiosas foi os nomes das ruas em Moscou... Nem uma placa com qualquer outro idioma... Tudo em Cirílico...
(É assim?) Aqui o puxa saquinho impera:==>>
*AV. NORTE MIGUEL ARRAES DE ALENCAR*...... Todos chamam Avenida Norte...

Haja Cravos

Neste recente 25 de abril lembrei-me demais das minhas andanças em Portugal. Recordo da minha primeira visita, no longínquo verão de 1969, ...