sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Sombrero Mexicano

Esta foi a terceira versão que tentei redigir meu post semanal. Foi um processo dificil, embora a riqueza de pautas. Quando conseguia engatar uma marcha acelerada era obrigado a parar e recorrer a uma à ré, para reanalisar o ambiente. Comparo esta semana politica a uma das minhas antigas idas ao parque de diversões e ficar perplexo diante dos equipamentos diversionais disponíveis: trem fantasma, roda gigante, carrossel de cavalinhos, autopista... Nessa minha elucubração imaginei ver-me naquele carrossel chamado (pelo menos por aqui) de Sombrero Mexicano. Aquele que gira ultrarrápido levando o passageiro, dependurado numa cadeirinha, a girar sem chance de focar num ou noutro objeto parado ao redor. Vide foto a seguir. Ocasiões que enxergava alguma coisa e, de repente, outra contrária e inesperada. Resumindo: o Brasil está semelhante a um Sombrero Mexicano. Apesar de uma navegação imaginária, sinto tonturas até agora. Tive náuseas, entrei em estresse, sofri junto com metade da Nação devido ao clima de expectativa, inseguraça, tensão coletiva. Nesse clima, recordo que em 2018, decidi votar pela recuperação da Nação amada e exausta devido às administrações que a vilipendiaram por longo tempo. Não foi uma escolha fácil. Concluida as apurações percebi, sem muito esforço e de pronto, haver saído das urnas um resultado que produziu uma Nação dividida. Até aí, nada estranho em se tratando de uma democracia viva e pulsante.Confesso que bateu-me algumas duvidas e tratei desse tema aqui no Blog, em 28/10/18 Vide: http://gbrazileiro.blogspot.com/2018/10/e-agora-capitao.html
Extravagante, contudo, é que, com o passar do tempo, o que se observa é a exacerbação de correntes antagônicas que, indiscutivelmente, não se revelam preparadas para viver num regime democrático. Todo mundo se acha no direito de mandar. A bordo do Sombrero Mexicano, quando é possível, só enxergo rompantes de aspirantes a ditadores, postados em cada banda (poderes?) da sociedade, em detrimento da real Nação castigada pelo abandono, pobreza crescente, pandemia, inflação e economia cambaleante. Muitos falam, poucos se entendem e multidões sobram às franjas da sociedade. Finalizando, arrisco uma pergunta: até quando o direito de governar será desrespeitado mediante o resultado final das urnas? Quando eleito, pelo voto popular, o cidadão – bom ou ruim – passa a ser o Presidente de todos. E esses todos devem respeitar e pugnar para contribuir respeitosamente pelo bem geral. Se a conclusão for a de se tratar de um inepto no poder executivo que o tirem da cadeira presidencial. Mas, que seja tirado através do voto popular nas urnas. Simples e democrático. Chega dessa banalização do dispositivo do impeachement. Por favor. O país não suporta esse sacolejo ilimitado. E quando este país deixará de ser um sombrero mexicano? NOTA: Foto obtida no Google Imagens.

7 comentários:

Unknown disse...

Sombreiro mexicano é moleza. Subir no sombreiro Bolsonaro é coisa para profissionais dos solavancos e aperreio. Não é pra qualquer um não.

José Paulo Cavalcanti disse...

Brilhante, amigo. Se permitir, assino em baixo. Parabéns. Abraços fraternos.

José Mário Galvão disse...

Gostei da publicação. Você pegou leve, desta vez o cara extrapolou todos os limites quebrou todas as barreiras da falta de senso e provou fartamente que não tem a mínima condição de continuar. E podemos nos preparar para o próximo rompante. Ele parece estar pedindo por isso. É incorrigível meu primo. Desembarquei do barco. Essa última semana passei os dias apreensivo com o destino do país, numa nóia de não deixar de acompanhar os noticiários a tempo todo. O veinho aqui não está pra este stress não. Na próxima, pegue com mais firmeza. Abraços.

Antônio José de Melo disse...

Amigo Girley Brasileiro, excelente metáfora, o Sombrero Mexicano está muito bem colocados, quando comparado ao momento político brasileiro. O mau costume e as incoerentes facilidades fizeram os poderes constituídos perderem a noção entre certo e errado. A desarrumação é grande e o medo de mudança, maior ainda. A mudança de valores é grande, tentam deturpar o certo e valorizar o erro. O poder aliado à gana extrapolou os poderes constituídos. O nosso presidente é um enviado divino, fora disso, seria impossível encarar tanta adversidade. Mas com ele, com muita luta e determinação, sairemos vencedores.

Ina Melo disse...

Realmente, só o surrealismo brasileiro aguenta um Bolsonaro! Ele extrapolou todos os limites de desrespeito ao povo que o elegeu. Graças a Deus eu não estou nesse meio, mas brasileira consciente fico muito triste dessa gangorra em que estamos! Boa noite amigo!

Cristina Carvalho disse...

Interessante colocações!

Vanja Nunes disse...


Como sempre excelente e concordo plenamente com vc
Que Deus nos abençoe

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