quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Recristianização

Sou uma pessoa que não pode se queixar da vida quanto ao aspecto de viajar, conhecer o mundo e se expor à culturas diferentes, inclusive algumas exóticas. Tive oportunidades de rodar o mundo e já “bati ponto” nos cinco grandes continentes. Tanto por motivos de interesses pessoais, quanto por razões profissionais. Vi gente de gostos e modos de vida estranhos, nada comparáveis aos nossos ocidentais. Vi gente que come coisas repugnantes vestem-se a uma moda inadequada ao tempo e ao próprio clima, cultuam seres inacreditáveis e rendem louvores a divindades bem distintas das nossas, apesar de que, concluo ser o Deus de cada um o mesmo e único tido como o Ser Supremo e criador dos céus e terras. Jesus Cristo, Buda, Krishna, Maomé e Abraão são, provavelmente, os messias (ungidos de Deus) mais populares ao redor do planeta. Todos passaram com mensagens, dogmas e princípios baseados num mesmo Deus. Devido à colonização cristã, que nos tocou receber, incorremos sempre no equivoco de que somos os certos e que Cristo, nosso Messias, deve ser tido como o único. E ai vale mais o dogma (indiscutível) da Santíssima Trindade. Não é assim que pensam muitos outros milhões de humanos. O importante considerar, finalemente, é que ter uma crença, seguir uma religião e acreditar num ser supremo faz parte e determina características culturais especiais num povo. Vi coisas bem diferentes na África e na Ásia, continentes nos quais as diversidades culturais resultam numa miscelânea de hábitos, cores, crenças e atitudes. Não posso esquecer jamais, quando, de visita ao Japão, observei pessoas venerando as mais diversas coisas que, para minha cabeça, não fazia o menor sentido espiritual. De onde vinha o referencial religioso daquela gente? Falo, neste exemplo especifico, dos seguidores da religião Xintoista. Trata-se de uma crença, que surgiu naquele país, formada por uma série de lendas e mitos que se referem à origem do mundo. É uma religião baseada no respeito e culto da natureza. É uma crença panteísta, o que quer dizer que Deus se encontra em todo e qualquer elemento sobre a face da Terra. Dessa forma vi pessoas adorando uma árvore, uma pedra, um animal, uma fonte de água entre muitas outras coisas. Vamos e venhamos, para mim católico de raiz, tinha que achar se tratar de uma coisa rara. Além disso, e ao mesmo tempo, os mesmos xintoístas rendiam glorias ao Buda. Vi budas por todo lado. Bom, se eu for falar de outros cultos que vi mundo afora, termino fugindo do tema pautado para hoje. Explico: vi com certo júbilo uma noticia que se espalhou, pelo mundo ocidental, dando contas de que na Hungria as escolas primárias passam por um processo de “recristianização”. Por iniciativa do governo daquele país escolas públicas, com aquiescência da população, foram entregues a ordens religiosas que, com cuidados devidos e estratégias bem discutidas, tratam de dosar os princípios cristãos na grade curricular formal. Vide foto a seguir de crianças sendo educadas e resgatando os principios morais e religiosos cristãos. Causou muita estranheza para muitos quando o ano escolar foi aberto num templo cristão restaurado. Por feliz coincidência, o Papa Francisco, na sua primeira viagem após cirurgia, em julho passado, esteve em Budapest e celebrou para milhões de fiéis. Dali ele se dirigiu à Eslováquia. É o que vem sendo denominado e recristianização, particularmente o catolicismo, numa banda de mundo, onde o regime socialista soviético “imperou” entre 1922 e 1991, no leste europeu. A Hungria e a Eslováquia estiveram sob esse fracassado jugo.
A propósito dessa alvissareira noticia e recordando uma viagem que fiz, em 2010, à República Checa, ex-integrante daquela infeliz União, notei na bela aprazível cidade de Praga, inúmeros edificios com traços arquitetônicos, nitidamente, de caráteres religiosos e, naquela ocasião, servindo de hotéis, hospedaria, teatros, museus, escolas públicas, entre outras finalidades. Eram antigas igrejas, mosteiros, catedrais, e similares que haviam sido fechados pelos soviéticos, época em que falar em Deus e Cristo era coisa proibida pelo Estado. Pouca coisa resistiu ao que era determinado e lá se mantinha com essas desviadas funções. Por sorte cheguei a visitar a Basílica do Menino Jesus de Praga, uma das poucas abertas. A foto a seguir é do antigo Mosteiro e Catedral de São Vito, em Praga.
Já nossa guia em Praga, uma jovem checa de seus vinte anos, falando português com sotaque lusitano, me explicava com tranquilidade e segurança, que não acreditava em Deus, que Cristo foi uma invenção da nobreza antiga e que os papas eram pessoas comuns interessados em "acumular grana" que podiam tirar dos ricos e que tudo não passava de politica e sede de poder. Surpreso com tudo aquilo e entendo que a doce mocinha era o fruto de um regime de punhos de aço e, indiscutivelmente, ignóbil, nem dei continuidade ao papo e tratei de indagar sobre a História e as atrações turísticas da cidade. Comentando sobre essa experiência com uma amiga panamenha que estudou na França, na década de 70, e esteve na Rússia contou-me que foi a uma discoteca em Moscou que funcionava numa antiga e secular igreja católica. Não preciso dizer mais nada. Desejo que essa “recristianização” do leste europeu progrida e que tenhamos um mundo mais espiritualizado, mais culto e humano. Deus existe. Cristo reina. NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens

9 comentários:

Cristina Carvalho disse...

Realmente uma notícia muito boa, especialmente para o mundo cristão. Gostei de saber os detalhes sobre as religiões colocados no texto, também.

Fernando Nunes disse...

Amigo:

Considero o melhor post produzido por vc nos últimos tempos. Parabéns

Adolfo Ledebour disse...

Li a coluna desta semana e me encontrei em algumas peculiaridades. Visitei a Igreja do Menino Jesus de Praga que a Familja Ledebour era devota , carrego na minha carteira um santinho que minha falecida avó Lúcia Magalhaes Ledebour me presenteouha 40 anos, foi muito emocionante a visita e conhecer a história da imagem! Estou no momento em São Petersburgo, como o amigo sabe sou casado com uma Russa de família Ortodoxa , muito Cristã. Após a queda do muro e o fim da URSS os russos voltaram a Igreja Ortodoxa e a Família Real assassinada agora são Santos da Igreja! Pessoalmente conversaremos mais a respeito , deixo aqui um forte abraço !

Sérgio Ferreira disse...

Meu amigo Girley, Deus, o pai Abraão, Moisés, Cristo, Maomé, Buda, Krishna e tanto outros avatares são sinais da presença da espiritualidade na Terra. Mas educação misturando governo e religião é complicado. O estado precisa ser laico. Esse atual governo da Hungria é um retrocesso. Cuidado...., o mundo atual precisa mais de filosofia, de debate maduro, do que voltar ao passado das escolas religiosas. Já basta o tradicionalismo das madraças, que o talibã traz de volta para o Oriente.

Grayny Brasileiro disse...

Girley eu sou cristã e creio em Deus criou o mundo e tudo que existe e nos o homem no seu filho jesus no espírito santo de Deus e na Bíblia sagrada e muito bom saber que nas escolas estão ensinando que Deus existe e a fé e que nos salva por que só Deus e quem conhece o nosso coração e a mente gostei do blog parabens

Adierson Azevedo disse...

Adaptando e parafraseando Friedman, se entregassem à esquerda e/ou aos isentões o deserto do Saara para administrar, em menos de 5 anos acabaria a areia!

Geraldo Magela pessoa disse...

Servir com amor, sem esperar nada em troca, um amor desinteressado, eis aí a nossa missão!

Mauro Gomes disse...

Caro amigo Girley,

99% do que se sabe sobre Jesus está na Bíblia. Sendo assim, se nós acreditamos em Jesus, é porque acreditamos no que está escrito nas Sagradas Escrituras. E é neste livro que o próprio Jesus afirma: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim". João 14:6.

Diante de tal afirmação, acredito que não podemos colocar Jesus no mesmo patamar que Abraão, Maomé, Buda ou qualquer outros líder religioso que tenha surgido na Terra.

Jesus foi o único que se apresentou como salvador de todo aquele que crer nele e buscar servi-lo, mesmo que de forma imperfeita. Único que se apresentou como o próprio Deus encarnado.

Em relação a alguém que afirme tal coisa sobre si mesmo, só podemos chegar a 3 conclusões possíveis. Ele é louco, é um farsante ou Ele é mesmo quem diz ser.

Se acreditamos em suas palavras e queremos ser seus seguidores, ainda que de forma imperfeita, devemos estar preocupados com aqueles que ainda não o conhecem e não creem nele pois tais pessoas serão condenadas eternamente como o próprio Jesus afirma:

"Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. João 3:18,19

Então, se somos cristãos "raiz" devemos procurar propagar o nome desse Jesus maravilhoso para que cada vez mais pessoas encontrem o caminho da salvação eterna.

Me desculpe se estou sendo antipático, mas como seguidor imperfeito de Cristo, me senti na obrigação de apresentar o que a Bíblia fala sobre como Jesus é especial e incomparável mesmo correndo o risco de nunca mais ser convidado a comer um bolinho de bacalhau no Country Club.

Abraço amigo.

Deus o abençoe!

Jocildo Bezerra disse...

Interessante, curioso, tomara que se espalhe por todo o leste europeu.

Haja Cravos

Neste recente 25 de abril lembrei-me demais das minhas andanças em Portugal. Recordo da minha primeira visita, no longínquo verão de 1969, ...