domingo, 15 de agosto de 2021

Sinais do Tempo

É curioso como o recifense vem reclamando, ultimamente, da baixa temperatura que se experimenta na cidade, neste inverno de 2021. Termômetros marcando repetidamente 20 ou 21 Graus Centigrados é coisa rara nessas bandas. É frio para uma cidade tropical. Por outro lado, é curioso também, ver o noticiário da TV dando conta de que na região da Sicília, na Itália, os termômetros marcaram em dias desta semana a inusitada temperatura de 46,8 Graus Centigrados provocando incêndios devastadores. É verão no hemisfério Norte. Na Califórnia, nos Estados Unidos, grandes extensões são igualmente devoradas pelo fogo que surge de mopdo espontâneo. No verão do ano passado, a Austrália ardeu em chamas resultando em florestas e fauna detonadas, naquele país. Outra curiosidade recente e rara, também, foi nevar em muitas cidades das serras gaúchas e catarinense, no sul do Brasil. Algo estranho, indiscutivelmente, vem ocorrendo no nosso meio ambiente. Pelo visto são concretos sinais de que o tempo vem mudando gradativamente em todo o planeta. Recordo que não é de hoje que se fala no aquecimento global e nas mudanças climáticas que se esperam diante de ataques humanos ao meio ambiente. Alguns se mostram incrédulos. Muitos alertam para um futuro traumático. Estudos mais acurados se multiplicam e vêm revelando resultados pouco animadores. A partir dos anos 80 e 90 do século passado os clamores tornaram-se mais intensos e geraram cúpulas mundiais para debater seriamente o fenômeno. Recordo da Rio-92, Conferencia das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que resultou num documento firmado por 179 países (Rio de Janeiro, 14/06/1992) que se tornou em instrumento de planejamento visando ao desenvolvimento sustentável. Entre outras importantes propostas do documento destacam-se: Mudança dos padrões de consumo; Proteção da atmosfera; Integração entre meio ambiente e desenvolvimento na tomada de decisões; Manejo de ecossistemas frágeis; A luta contra a desertificação e a seca e Manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos.
A este evento seguiu-se outro importante realizado em Kyoto, no Japão, promovido também pelas Nações Unidas e centrado na discussão especifica de conter as emissões de gases de efeito estufa no mundo inteiro, considerado como o grande vilão da história. E mais recente, veio a celebração do famoso Acordo de Paris, (12/12/2015) cujo objetivo foi substituir o protocolo de Kyoto e reforçando a ideias da redução do aquecimento global. A questão foi discutida por representantes de 195 países e entrou em vigor em 04 de novembro de 2016. 147 países ratificaram o acordo e o Brasil está entre estes. O referencial disso tudo são estudos, já publicados, dando contas de que os oceanos e a atmosfera esquentaram, ao longo dos tempos, causado pelas massivas emissões de gases de efeito estufa. Os maiores responsáveis são a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento das florestas. Ora, estes dois elementos são os responsáveis diretos pela renovação do oxigênio. Sem este não se vive. Daí a luta pelo desenvolvimento sustentável aliando a tríade: social, econômico e ambiental. Como era de se esperar, todos esses acordos e tratados são objeto de debates políticos acalorados, mormente o fato de que muitos países se mostram céticos e alguns pouco dispostos em aderir às severas cláusulas que encerram o Acordo. Certamente que ainda existem sérias dúvidas quanto às reais práticas propostas por nações grandes emissoras de gases. A China e os Estados Unidos são sempre as grandes dúvidas. Em 01/06/2017, o estapafúrdio presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, anunciou que seu país abandonava o Acordo, gerando uma grande revolta ao meio. Por sorte, o sucessor, Biden, ao assumir decidiu ao contrario. O Brasil, por exemplo, ao ratificar o Acordo se comprometeu reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030. A referência de comparação foram os níveis de 2005. Eis, então, um dos maiores desafios da humanidade para este século 21. Que haja uma união de esforços e que cada um de nós contribua para a salvação do planeta e o bem-estar mundial. Enquanto isto, nós recifenses, vamos curtir as baixas do termômetro. Bom frio! NOTA: Foto obtida no Google Imagens.

9 comentários:

Thereza Leal disse...

Vc sempre muito inteligente gosto muito dos seus blogs Parabéns

Adierson Azevedo disse...

Parabéns meu professor! Vou guardar esse texto como referência para meu artigo sobre sustentabilidade!

Restony de Alencar disse...

Meu nobre amigo, nos trazendo sempre temas atuais e provocações positivas para o debate coletivo,reflexões que tem relação direta com nosso cotidiano e neste caso específico se nada for feito teremos sérias consequências para a vida humana como moatram estudos e projeções do IPCC. Excelente

Ina Melo disse...

O mundo virando de cabeça pra baixo. imagina Gravata com neve.

José Paulo Cavalcanti disse...

Acho engraçado. Alemanha tem só 3 por cento de florestas. Nós, quase 70. Ela queima carvão. Nossa energia é quase toda limpa. E os vilões somos nós?

Anônimo disse...

Sem controle populacional vai tudo para o beleléu.

Francisco Brito disse...

Este tema é polemico demais.
Deixaram a ciencia de lado e usaram narrativas climaticas. Em 2009 qdo estudei sobre isso, em uma pos graduaçao, vimos o qto a UN fez disso um comercio global, os volumes de dolares q recebe com isso sao cifras estratoferivas.
O Brasil tem a receber alguns bilhoes de dolares do fundo mundial de CO2, e nao pagam. Kd a UN para nos pagar os creditos de carbono para investirmos nas nossas florestas??

José Otávio de Carvalho disse...

Parabéns amigo. Tema atualíssimo tratado de forma equilibrada e inteligente. Temo pela qualidade de vida de nossos netos. Ouçamos os gritos de John Kerry e Marina Silva.

Claudio Targino disse...


A mim, é agradável essa mudança de temperatura.
A minha preocupação é quando o sertão virar mar (escrito na música do Gonzagão)

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