domingo, 16 de fevereiro de 2014

Nação Asteca

Quando os espanhóis conquistadores chegaram à região mesoamericana, onde hoje se localiza o México, se surpreenderam ao encontrar uma civilização muito desenvolvida e com traços culturais que guardavam semelhanças com as dos povos do antigo Oriente Médio entre os quais egípcios, fenícios, sumérios e caldeus. Muito diferente daqueles que foram encontrados, pelos ibéricos na costa Oriental das Américas. Logo se notou que era uma gente de costumes refinados, cultos e religiosos, dominando conhecimentos de matemática, astronomia, belas artes, agricultura, medicina, arquitetura, engenharia e urbanismo. Numa carta ao Rei da Espanha, os conquistadores relataram, com muita surpresa, haver encontrado uma cidade que era abastecida por água potável através de aquedutos localizados nas montanhas. Aquilo foi um espanto porque, na Europa da época, o povo morria de diarreia, por falta de água potável e higiene.
Esse povo desenvolvido pertencia à Nação Asteca, formada por varias tribos nômades,  proveniente de certo local denominado de Aztlan, ao Norte do continente. A tribo localizada numa ilha do Lago Texcoco autodenominava-se de Mexica (que deu origem do nome do país). Conta-se que por uma determinação divina – eles viviam numa Teocracia – ali se radicaram e fundaram a cidade de Tenochtitlán, que se tornou a capital da Nação Asteca. É uma história que remonta aos séculos 13, 14, 15 e 16.
Foi Hernán Cortés o espanhol responsável pela conquista e destruição da civilização ali existente, em 1521, quando derrotou o Rei Huey Tlatoani, conhecido na História como Montezuma II, morto de modo covarde, pelas tropas espanholas. Dalí em diante os colonizadores destruíram o que lhes aparecia pela frente e sobre as ruínas de Tenochtitlán construíram a atual Cidade do México.
Uma visita ao México equivale a um mergulho na História das Américas, ou pelo menos em parte importante dessa história. Foi o que fiz recentemente. Não fui, propriamente, apanhado de surpresa embora confesse que em muitas ocasiões minhas expectativas foram bastante superadas. As pesquisas e explorações arqueológicas realizadas, sobretudo no século 20, põem à vista maravilhas dessa grandiosa civilização. Com a mesma curiosidade e entusiasmo que já tive ao visitar e explorar os monumentos históricos da Europa e do Oriente, percorri sítios históricos do México, penalizando-me por não haver feito antes.
O primeiro impacto foi ali mesmo no centro da Cidade ao visitar as ruínas do Templo Maior da cidade primitiva. Explorações arqueológicas dão prova da destruição dos espanhóis. Tanta história e tantos vestígios de esplendor, que é impossível não se surpreender. Minha cicerone – Susana González – foi incansável nas explicações de cada ponto, cada espaço, cada pedra e cada pedrinha. Tudo muito significativo. Deu-nos – a mim e minha família – lições de História do Novo Mundo e da Nação Asteca, incluindo noções de Arqueologia. Tomamos um banho de cultura mexicana. Vide fotos a seguir porque fotos falam melhor do que palavras.




Dois outros lugares da Cidade do México são visitas obrigatórias para um turista antenado:  o primeiro é o Sitio Arqueológico de Teotihuacán e, depois, o incrível Museu de Antropologia.
Se uma visita às ruínas do Templo Maior no centro da Cidade do México é algo surpreendente, muito mais é o que se revela no Sitio Arqueológico de Teotihuacan. A primeira coisa que me ocorre dizer é que se trata de algo indescritível. Só vendo para crer. Situado a aproximadamente 40 Km. a Nordeste da Cidade do México o local, com 83 Km², é o testemunho concreto de uma avançada civilização que habitou a região no período pré-Colombiano. E neste caso, refiro-me a um Império mais antigo ainda, digamos que pré-asteca, datado de 600 AC! É ou não é surpreendente? O que se registra é que seu ocaso, que se deu no século VIII, decorreu por conta de dificuldades sociais e climáticas.
Teotihuacan, ou Cidade dos Deuses, foi a maior urbe daquela época e que se tem noticia. É impressionante verificar a noção de planejamento que eles tinham nos domínios da engenharia, arquitetura e urbanismo. Vi coisas que, sinceramente, rivalizam com que se observa no mundo moderno. Um destaque, por exemplo, vai para a denominada Rua dos Mortos, verdadeiro eixo central da cidade. Uma reta de 4 Km. de comprimento e largura de 45 metros. Foto acima. Francamente, para aquela época? Antes de Cristo! Uma surpresa e tanto... A organização social se dava com base numa Teocracia, isto é, os governantes eram considerados e reverenciados como verdadeiros deuses. Todas as atividades sócio-politico-econômicas emanavam de princípios divinos.  
Numa visita a Teotihuacan o que mais chama a atenção são as duas imensas pirâmides lá existentes: a do Sol, com 65m. de altura (foto acima) e a da Lua, com 45m. Turistas crentes escalam as duas para receber energias. Não tive energia para ir colher energias lá em cima. Depois das pirâmides, lembro-me dos fantásticos palácios em boa parte tratados pelos arqueólogos e abertos à visitação publica. É o caso do belo palácio de Quetzalpapalotl. Olhe a foto a seguir.
Ah! E o Templo de Quetzalcóatl, que visitei logo que cheguei e onde gastei as energias que acumulava naquele dia. Uma coisa posso garantir: é preciso coragem e juventude para escalar aqueles monumentos.

No Museu de Antropologia o visitante faz um roteiro, cuidadosamente montado, que o leva a admirar uma das mais belas coleções de peças e objetos das diferentes fases e povos da cultura Asteca. O espaço do Blog é insuficiente para detalhar esse Museu. Valho-me de algumas fotos, a seguir, que pude registrar para ilustrar o Blog. Atenção para a famosa Pedra do Sol, ultima foto, que na verdade é um calendário agrícola. Um ícone da cultura asteca.


Eu teria uma infinidade de relatos sobre o México, mas, um post maior do que isto seria cansativo para o leitor ou leitora.
NOTAS: As fotos são da autoria do Blogueiro.

Se você estiver interessado(a) em algo mais sobre este tema, sugiro que visite o www.youtube.com/ticoso onde meu filho José Antonio Brazileiro postou stripfilmes sobre nossa visita ao México.

MUCHAS GRACIAS: Com minha família estamos gratíssimos pela acolhida da Professora SUSANA GONZÁLEZ pelas atenções, manifestações de carinhos e, especialmente, por haver nos acompanhado, dia e noite, durante os dias da nossa visita à Cidade do México. Os agradecimentos são extensivos à família González Hierro.

2 comentários:

Susana gonzalez disse...

Girley hermoso tu relato y muy acertado, no sabes que gusto me da haber podido llegar a la forma como apreciaste esta cultura, debo agradecerte en nombre de todos los mexicanos, la descripción que haces de nuestro país. Como siempre una delicia de lectura. Besos

Danyella Monteiro disse...

Mas bem que o Sr. disse professor Girley Brazileiro, que teria novidades... inicialmente pensei que dessa vez o Sr. tinha incorporado o professor de história, depois apareceu o senso de humor característico e dei umas risadas e então comecei a perceber o uso das fotos, lindas por sinal; mas o gran finale foi o link onde tem o seu filho Tico falando do lugar, mostrando tudo, ficou bem interativo, a gente vai junto, mas o segredo dele foi a garrafinha de água mineral, na próxima o Sr. compre a sua e vá junto subir os templos. Pergunta que não quer calar, onde estará a família BraZileiro semana que vem?
Danyella Monteiro

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