Na esteira desse progresso, as possibilidades de muitos e novos postos de emprego é uma realidade que, naturalmente, é também saudada com entusiasmo. Claro, porque numa região com altas taxas de desemprego, não poderia ser de outro modo. Há uma verdadeira euforia. Tem profissional que se refestela com o poder de escolher para onde ir, fazendo um verdadeiro leilão, num “quem dá mais?” Quem diria? Para completar, a mídia se encarrega de dar uma alavancada para algumas categorias, como é o caso dos soldadores metalúrgicos. Esses são poucos e demandados a peso de ouro. Já é sonho profissional de jovens que chegam ao mercado de trabalho.
Nesse dinâmico ambiente, são milhares de pessoas ( somente no Estaleiro Atlântico Sul e na implantação da Refinaria são, em números redondos, 35.000) na maior parte homens, ocupadas nas obras de construções, instalações e nas linhas de produção já em funcionamento, ganhando

As municipalidades do Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão, Ipojuca, Escada e Moreno – que fazem o entorno do Complexo Industrial de Suape – estão às voltas com problemas sociais sem tamanho. Esses homens trabalhadores – grande parte itinerante – tiraram o sossego das famílias locais. Estão promovendo a maior onda de prostituição adulta e infantil. A coisa tomou conta daquele território e promete se radicar. Jovens garotas de menor idade e totalmente despreparada se entregam, alegremente, aos prazeres do sexo, por um trocado qualquer ou, mesmo, por diversão. O resultado mais tangível são as centenas de garotas, nem bem saídas da infância, grávidas e mães dos já chamados “ filhos de Suape”. Imagine, minha gente, que para abalar a galera e ganhá-la de cara, eles fazem questão de desfilar nos points da moda, fardados com visíveis logos das construtoras que os emprega ou, por exemplo, de EAS e Petrobrás. Vaidosos pelo papel que desempenham vão à loucura, quando disputados na tapa. Posam de “tônemaí”. Enfim, são aventureiros profissionais. Hoje aqui, amanhã bem distante... Doloroso! Haja perversidade.

E as autoridades? Estas, pelo visto, ou são míopes ou fazem vista grossa para o problema, muito embora que alguns partidos políticos (PSTU, por exemplo) se mobilizam para discutir a questão em audiências publicas. A imprensa já se deu conta dessa preciosa pauta. O Diário de Pernambuco, por exemplo, registrou em matérias, no mês de maio passado, resultados assustadores de uma pesquisa de campo, sobre o tema. A Universidade de Ferrara (Itália) também fez de Suape um caso de estudo, trazendo alunos de mestrado em Planejamento Urbano e Desenvolvimento Local, que escancararam a situação. Aliás, está aí um excelente tema de estudo para os pesquisadores de plantão, assim como para dissertações e teses de mestrados e doutorados.
Vai ser difícil contornar o desafio, mas, um trabalho social tem que ser urgentemente implementado junto às famílias e escolas publicas de primeiro grau, onde está a população mais vulnerável.
NOTA: As fotos foram colhidas no Google Imagens.