O repentino enriquecimento do Ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que multiplicou vinte vezes, em quatro anos, seu patrimônio pessoal foi, certamente, mais um caso estarrecedor nesta republica petista. Revoltante, porém recorrente. A coisa está se cristalizando de modo escancarado, descarado e cinicamente. Com maioria no Congresso, o Governo "deita e rola" fazendo vista grossa para com a revolta da Nação. Nem quero comentar mais... Sinto asco.
Prefiro comentar outros dois fatos que, para mim, marcaram a semana do brasileiro. Refiro-me a dois episódios no campo da Educação, que, indiscutivelmente, é um dos mais esquecidos, ao longo de décadas, dada a irresponsabilidade governamental, de todos os níveis.
O primeiro fato ocorreu no Rio Grande do Norte, quando participando de uma audiência publica a professora Amanda Gurgel, teve concedida a palavra e na sua analise teceu as criticas mais severas e, sobretudo, corretas ao sistema educacional estadual. Se você ainda não assistiu ao vídeo publicado no YouTube, sugiro que o faça agora. (Entre no YouTube e coloque no pesquisador: Professora Amanda Gurgel) Todo brasileiro tem a obrigação de ver aquilo. Brilhante seria pouco para classificar aquele ato. A moça foi desenvolta, lógica nas orações, excelente oradora, contundente, madura e, principalmente, corajosa. Deixou muitos parlamentares estaduais e a Secretária de Educação do Estado numa tremenda “saia justa”. Vai ser difícil sair da situação por ela criada. Salvo se forem cínicos ao extremo, ou irresponsáveis profissionais. É preciso frisar, nesta hora, que a denuncia da professora potiguar é valida para qualquer estado brasileiro. Quando ela afirma que não se respeita o profissional do magistério, ela se refere ao caso brasileiro, como um todo. É por isso, e por tudo que foi denunciado, que o ensino brasileiro é tão mal avaliado, no rank internacional. Espero que este episodio surta um bom efeito. Vide a expressão da professorinha, na foto a seguir. O outro fato marcante da semana, também na área da Educação, foi o da distribuição de livros didáticos, nas escolas públicas de primeiro grau, consagrando expressões e erros gramaticais como corretos e aceitáveis. Um verdadeiro atentado à cultura brasileira. O titulo do livro: "Por uma vida Melhor". Uma pouca vergonha. O conceito de melhor deve ter passado bem longe da cabeça da autora, uma tal de Heloisa Ramos, “abençoada” pelo Ministro da Educação. Segundo ela, o que importa é se comunicar. Pois sim... Essa Senhora devia ser banida, sumariamente, do domínio do magistério brasileiro e nenhuma editora devia abrir-lhe as portas. Mesmo quem considere que Herrar é umano, há de concordar comigo. Pense o que significa mais de 485 mil livrinhos desses, distribuídos pelo país afora. Deus nos acuda!!!!!! Para mim, esta é uma nova modalidade de crime que se comete contra a nossa já combalida educação publica. O povão fala errado, é verdade. Mas, consagrar esses erros, como corretos, é uma indignidade. Nosso idioma é uma dos mais importantes traços de unidade deste país continental. Preservá-lo, na sua melhor forma, é uma obrigação. Odeio quando vejo uma pessoa perguntar “tu viu?”, “tu quer?” ou “tu vem?”, ao invés, de “tu vistes?”, “tu queres?” ou “tu vens?” No tal livro didático distribuído pelo MEC tem uma frase que virou clichê da burrice institucionalizada: “nós pega o peixe?” É demais. Do jeito que a coisa vai, uma série de outras barbaridades será também consagrada. Quer ver uma coisa intolerável? Nos últimos tempos, fico incomodado com o uso do advérbio de lugar “onde” no lugar do de tempo “quando”? Estão fazendo isto a toda hora. Preste atenção e confira. Outro dia, ouvi de um professor, de prestigio e notório saber, a seguinte frase: “... e na próxima semana vamos assistir a uma palestra da famosa Professora Fulana, onde ela vai explicar...” Onde ou Quando?
Tem outra coisa errada e que é dita a toda hora: “... isto aconteceu em Recife” Em Recife? Errado! O correto é: no Recife. Ninguém, por exemplo, diz “...fulano está morando em Rio de Janeiro”. A regra é simples: quando a denominação da localidade for tirada de um acidente geográfico o certo é utilizar a contração da preposição em com o artigo a ou o. No Rio de Janeiro, no Recife, no Cabo de Santo Agostinho, na Bahia, na Ilha de Itamaracá e sempre que couber.
É uma pena que a nossa Educação continue em queda livre. Também, com esses paloccis no Planalto, vai ser difícil brecar a queda.
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens
sábado, 21 de maio de 2011
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10 comentários:
Bem, Girley, pelo menos o governo resolveu o "pobrema" de alfabetizar os adultos no país: Não vai precisar mais..
Grande abraço e parabéns...de novo!
Primo,
Parabéns mais uma vez pelos seus sábios comentários. Quanto ao vídeo da professora do RN, já tinha visto e achei, realmente,que ela se saiu tão bem, que, de fato, deixou a Secretaria de Educação numa tremenda saia justa.Vamos aguardar que providencias serão tomadas.
Abraços.
Wilma Reis.
Girley, discordo da queda livre, que significa tendencia a piorar. Vejo que avançamos na ampliacao do acesso - inclusive ao terceiro grau- e na consciencia pela populacao da importancia da educacao ( as familias e os jovens demosntram a cada dia sua crescente aposta na educacao)
Concordo que os patamares de qualidade sao pessimos, na maioria dos casos, e que o investimento publico precisa ser muito maior. Estamos diante de uma oportunidade: os recursos publicos adicionais que virão da exploracao do pre sal.
Por outro lado, por que decontar da classe media - na declaracao anual de renda- parte do que investem na educaco de seus filhos? É um bom dinheiro que devia ir para melhorar a qualidade do ensino publico. Insita no tema. Mas pense na tese da "queda livre"..abraço Tania Bacelar
Girley
SEGUNDO A NOVA GRAMATICA : A KEDA LIVRE DA EDUCASSÃO VAI SER ACIM.
A educação começou a cair quando os colegios passaram a ser masc & feminino. as meninas começam a namorar os mais bonitinhos e riquinhos e la no coutry vi as meninas das damas dentro da piscina garanhando em vez de estudar e cheias do mé. Eu era diretor do country e quis suspender a venda de bebidas para menores. perdi de 10 a zero.
Adilson
Prezado Girley,
Longe de mim defender a ditadura mas, tomara que essa comissão da verdade apure os enriquecimentos (se houveram) durante o período militar e o posterior a partir do Governo Sarney.
O que eu sei é que nenhum general-presidente morreu rico. Já o ministro Mario Andreazza os colegas de farda tiveram que fazer vaquinha para pagar o enterro dele.
Meu amigo, voce tá vendo que a democracia petista é bem melhor? Hoje vale a pena ser ministro
Presidente nem se fala... Sarney continua presidindo o Congresso. Itamar é senador tambem... Collor voltou e é senador.... FHC foi o único que deixou a política mas continua viajando o mundo...
Ponto especial para o Presidente Lula.... Esse virou doutor, ganha uma fortuna dando palestras, e ainda pode voltar em alguns anos....
Quer mais? Prá que os militares vão voltar? Prá atrapalhar essa mobiliade social? Estragar a festa dos brasileiros??
Acho dificil....
Abraços Nigerianos.....
Baiano
Eu tive a sorte de ter nascido em tempo que escola pública era coisa séria. Lembro-me de que, no Grupo Escolar João Barbalho, onde cursei os 5 anos do curso primário, as professoras ensinavam apenas em um estabelecimento, como o salário percebido viviam razoavelmente bem e eram, realmente, sacerdotizas do Saber. Isso entre os anos de 1955 e 1960, quando daí saí para o então Colégio de Aplicação da Uiversidade, hoje Federal de Pernambuco.
Nem dá para comparar com a penúria que atinge os professores, os prédios, a Educação como um todo, e muito bem traduzido na fala da Professora Amanda Gurgel.
E o pior, parece e lamento, está por vir, quando se vê lançado o tal livro da Sra. Heloisa Ramos.
Coitado do Brasil!
Mais uma vergonha e a cada dia mais cínicos se tornam os políticos brasileiros... a situação está insustentável... pouco a pouco mais dias trabalhamos só para pagar impostos que só servirão para aumentar os já exorbitantes salários dos parlamentares... gente, vamos prestar atenção e não votar mais nesses filhos da p... precisamos exercer nossa cidadania e exigir o que nos é de direito...
Grande abraço "professor" (que bom que o Sr. não é só isso...)
Danyelle Monteiro
Espero que o exemplo de Amanda seja seguido por todos os profissionais da Educação. É preciso que se dê um basta nessa situação. Hoje, educação passou a ser uma prática ilusionista, na qual o professor é forçado a fingir que ensina e o aluno a fingir que aprende.A escola vive um momento trágico e os governos não tem o menor interêsse em sua melhoria, pois é maismfácil dominar um povo ignorante.
Tânia, minha amiga,
Vejo que sua discordância se prendeu à forma que usei ao intitular a matéria com o forte “queda livre”. Não tive a mesma sensibilidade de fazer a leitura feita por você, isto é, “tendência a piorar”.
Por outro lado, fico satisfeito ao perceber que estamos em concordância quando você diz “que os patamares de qualidade são péssimos”. De fato minha amiga. Isto é testemunhado pela revolta da Profa. Amanda Gurgel e pela absurda publicação do livrinho da senhora Heloisa Ramos. Precisamos de algo de melhor qualidade e mais responsabilidade cívica.
No mais, obrigado pela visita ao Blog e pela sua contribuição ao debate. Seja sempre MUITO bem-vinda! Meu carinhoso abraço, Girley
Girley, muito boa!!
Parabéns pelo artigo!!
Lucila Nastassia.
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