Aqui no Recife, eles eram os donos das companhias de geração e distribuição de energia, telégrafo, serviços bancários, transportes urbano (vide foto, abaixo, do bonde da

Por justiça, devo dizer que explorando ou não, eles terminaram por contribuir com a estruturação de muitas cidades brasileiras, entre as quais o Recife. E contribuíram socialmente ao introduzirem hábitos e costumes mais refinados, somente existente na Europa. Fundaram associações sustentáveis, como é o caso do The British Country Club, que esta semana completou 91 anos de existência.
Assim eram os ingleses dos séculos 18,19 e 20. Senhores do Mundo. Os Estados Unidos, a Austrália e a Índia, antes de serem essas potências econômicas do mundo moderno, foram colonizadas pela coroa britânica.
Tudo isto, para situar meus comentários de hoje, que se referem ao “conto de fadas” que, ontem, a moderna tecnologia da comunicação jogou aos quatro cantos do mundo: o casamento do Príncipe Guilherme (William) com a plebéia Catarina (Kate). Quanta pompa...
Acordo diariamente a tempo de assistir ao noticiário da manhã. Ontem não tive saída. Tudo era o casamento real, em Londres. Não que eu me opusesse a assistir. Não. Eu costumo assistir tudo que se noticia. Das mais bizarras às mais singelas, passando pelas guerras, tornados, terremotos e maremotos. Foi muito bonito. Um casal bonito. Ela é linda. Pensando bem, a transmissão de ontem valeu como uma pausa entre as noticias catastróficas rotineiras e serviu de lenitivo para os telespectadores do mundo inteiro.
Impressionante como esses ingleses conseguem preservar tanta pompa e solenidade. O mundo muda rapidamente, regras anacrônicas são quebradas e eles se seguram cultivando hábitos e costumes seculares, com pouquíssima atualização, em função de uma instituição decorativa, como é a realeza britânica.
Sem o poderio político-econômico do passado, a Inglaterra parece se valer dessas oportunidades para avisar ao mundo que está viva. Mesmo amargando dificuldades por conta da atual crise econômica, o Império não abdica do orgulho e da majestade. Isso, sem falar no que rende ao país, uma festa desse porte.
Um tom de modernidade foi admitir o casamento do herdeiro da coroa com uma plebéia, com quem ele já vivia há oito anos. Fico pensando no que passa pela cabeça dessa jovem. É uma bichinha de sorte, indiscutivelmente. Sai do plebeu anonimato e se torna futura Rainha da Inglaterra. Mais do que isto, mãe do futuro Rei. Não é mole. Se esse reino tiver a durabilidade que se projeta, ela está com uma responsabilidade daquelas. Mas, sai caro... Já pensou ser uma profissional de nível superior e não poder exercer a profissão? Ela, a partir de ontem, fica proibida de trabalhar, de repetir vestido, cruzar as pernas, chorar em público, proibida disso, daquilo e quase tudo. Uma bonequinha de luxo, que anda e que fala, no Palácio de Isabel (Elizabeth II). Não é fácil, para uma moça do seu tempo. Diana, a mãe do noivo, não agüentou o tranco. Mas, para não dizer que não falei de flores, acho que ela tem porte de rainha. E nome, também. Descontraída, bonita e sóbria. Ela pode se sair muito bem.
No meio da solenidade fiquei sabendo que aquela outra mocinha, de branco, é irmã da Princesa. Fiquei imaginado o que passaria naquela cabeça. “Já que não tenho um príncipe pra casar, vou segurar o rabo do vestido da minha irmã rainha”, poderia ter sido isto. Claro! E a auto-estima dessa coitada? Acho que essa vai ter dificuldade de arranjar um marido. O sujeito que se aproximar dela vai pensar: “o marido da irmã deu o Reino da Inglaterra. E eu, tenho que dar o que?” É cacête... Visse?
E, os pais delas? Como absorveram a idéia de ser pai da futura Rainha da Inglaterra? A mãe, que servia prosaicas e intragáveis refeições, a chatos e exigentes passageiros de uma companhia aérea, junto com o pai, controlador de vôos numa torre de controle de Gatwick.
Assisti a tudo e fiquei analisando aquilo, ao meu modo. Pena que o espaço seja exíguo para debulhar mais opiniões. Ah! Fiquei assustado com algumas imagens de piruas reais usando chapéus prá lá de exóticos. Uma pandega. Tinha cada marmota... Havia uma neta da Rainha, filha da tal de Sara Ferguson, que tinha na cabeça uma alegoria do tipo escola de samba, como da Beija Flor de Nilópolis e na época de Joãozinho Trinta. Veja essa foto a direita.
Para terminar, tenho que dizer que me lembrei da minha mãe, quando contava histórias da Carochinha, para me fazer dormir. Quando ela percebia que eu já ia pegar no sono, dizia: “Eles se casaram e foram felizes para sempre e entrou pela perna do pinto, saiu pela do pato, Senhor Rei (da Inglaterra?) mandou dizer que contasse quatro". The End e que sejam MESMO felizes para sempre!
NOTA: As fotos foram tiradas do Google Imagens