Parado, diante da beleza do mar turquesa alagoano – que coisa linda – cheguei à conclusão que, apesar de voar muitas horas, andar muito, encantar-me diante de monumentos milenares ou das pujanças arquitetônicas chinesas, paulistas ou do Planalto Central, termino esquecendo as raras belezas que estão próximas.
Entregando-me ao ar puro da praia do Futuro, em Fortaleza, comendo lagosta e camarão trazido do mar, na hora, (vide a foto a seguir), tentei dar um fora no vendedor de bordados e rendas, aconselhando-o não perder tempo, porque estávamos ali para curtir a praia. O caboco deu uma resposta de desmontar pernambucano: “Doutor, aqui ninguém perde tempo, porque aqui é o paraíso. O senhor já viu se perder tempo num lugar desse? Aqui se ganha tempo e tempo, Doutor, é vida. Veja meus bordados e compre, porque o preço está bom demais”. Minha mulher comprou a toalha e eu fiquei comendo meu camarão com cerveja e matutando com a filosofia popular. Fiquei, conscientemente, curtindo o dito paraíso. Isto mesmo. É lindo e bom demais. Em Porto de Galinhas “atolei o pé na jaca” dos caldinhos pernambucanos, da gastronomia sofisticada do balneário e me senti, outra vez, no Paraíso. Por fim, fui á Maceió e galvanizei-me diante daquele marzão azul turquesa. Que coisa meu Deus! É impressionante. Quanta beleza! E, o bom de tudo, bem pertinho. E aí, pensei: como é bonito o meu “gramado”.
Agora, tenho que fazer algumas ressalvas quanto à estrutura de receptivo ao turista. A beleza é natural, é verdade, mas não se pode dizer que vem sendo bem capitalizada, que é lamentável. O que nós temos no Nordeste do Brasil desbanca qualquer caribezinho da vida ou qualquer das costas européias. A vantagem destas é que estão super preparadas para receber o visitante. Falta muito para que o Brasil saiba aproveitar suas potencialidades.
Olhando para mar é uma coisa, na praia ou seus arredores, de modo geral, damos de cara com esgotos a céu aberto, animais pastando e o perigo da insegurança nos assombrando. Em alguns lugares, como na Praia do Francês (foto a seguir), em Alagoas, tirando a beleza do mar, achei tudo excessivamente rústico, desorganizado e mal conservado. Um turista mais exigente (quase sempre é) não vai aprovar. Porto de Galinhas, apesar dos recentes investimentos, dos
maravilhosos resorts, restaurantes e comercio sofisticados, precisa ainda de um severo retoque na administração. O ordenamento das atividades precisa ser encarado urgentemente, antes que seja tarde. Porto (foto abaixo) não pode perder o posto de mais bela praia do Brasil, eleita por dez anos consecutivos pela critica especializada. E tem que fazer jus à propaganda que se faz na Europa, notadamente entre os ibéricos.
Os governos precisam – de uma vez por todas – entender a importância do turismo como atividade econômica. Mas, pelo visto, a coisa anda longe do caminho adequado. Fiquei pasmo com a nomeação de certo Senhor Deputado maranhense do PMDB, Pedro Novais, que além de ser um ilustre desconhecido, “pau-mandado” de Sarney, parece que contando com 80 primaveras, vai ser o responsável pela pasta do Turismo, assunto do qual não tem noção, segundo os críticos políticos. Aliás, caro leitor ou leitora, você já viu que horror essa acomodação política que vem pautando o ministério de Dona Dilma? Eu estou assustado.
Mas, não quero me alongar nessas observações criticas, porque hoje o foco é a beleza natural do nosso litoral. O verão está aí, vamos aproveitar e valorizar o que temos, porque nosso gramado é mais bonito.
NOTA: As fotos são da autoria do Blogueiro
Mas, não quero me alongar nessas observações criticas, porque hoje o foco é a beleza natural do nosso litoral. O verão está aí, vamos aproveitar e valorizar o que temos, porque nosso gramado é mais bonito.
NOTA: As fotos são da autoria do Blogueiro
7 comentários:
Grande amigo viajante
Está mesmo com o pé na estrada, heim!!!
É sempre bom ler os seus artigos. Não nos temos visto, mas, seguramente, nos veremos neste próximo ano.
Receba um abraço e lhe desejamos um Feliz Natal e um Venturoso 2011.
Ogib
Professor...
Não viajei metade da metade da metade q o senhor viajou, mas conheço Porto, algumas praias de Alagoas, praia de Iracema e do futuro... faz tempo que fui ao Ceará, mas lembro que as praias que visitei eram muito limpas, dotadas de uma excelente infraestrutura, enfim... mesmo assim, a sensação que tive quando fui à Porto de Galinhas... e ainda mais para a Fliporto, que na época era realizada lá, com palestra de Ariano Suassuna... nossa, achei um paraíso, deu até vontade de ficar lá para sempre... nesse mundo paradoxal, onde a tecnologia cada vez avança mais e nós trocamos as antigas conversas de beira de calçada pelas redes sociais, um de meus antigos sonhos reaparecem de uma forma... queria ser hippie, sair de lugar em lugar, sem obrigação com nada, sem destino, sem amarras... livreeeeeeeeeeeeee... mas até esse antigo sonho não passa de mais uma ilusão do mundo de maya, pois estamos todos tão acostumados com certas facilidades que teríamos (pelo menos eu), dificuldade em virar hippie... fiquei sabendo disso quando resolvi apresentar trabalho num congresso de história em Petrolina (OBS: me formei em Ciências econômicas em 2008), na semana santa desse ano de 2010... faltou água e tivemos q ir tomar banho no prédio ao lado... todos acampados dentro da UPE de lá...kkkkkk... um calor infeliz, comprei uma barraca e não sabia nem armar, aprendi na hora... o povo lá no sol, na terra com as formigas perto...kkkkkkk... eu preferi os corredores e ainda não agüentei o calor, fui para uma das salas e dormia com a barraca aberta em frente pro ventilador...kkkkkkkkk... e a comida? Eu não como carne vermelha e todo dia de manhã e à noite era cuzcuz com salsicha... ainda me ofereceram um ovinho frito...eca... ainda consegui uma margarina... ainda bem q tinha lanchonetes em frente com o basicão... bem, belezas e problemas políticos à parte, a descrição das desgraças do país ou do Estado não me surpreendem mais, mas vou pôr pimenta... gostaria de vê-lo provocando os seus leitores... o que vocês fariam se... aí fala do problema público e a gente fica brincando de governar nossa Parságada...
Grande abraço,
Dany Monteiro
Caro Girley
Como vai meu amigo viajante? Que sabe como ninguem exaltar as belezas de nossas paragens sem perder o olho crítico de que somos irresponsáveia e inconsequentes no cuidado de nossas riquezas.
Ao abrir o blog achava que iria falar de Gramado , que está muito bem cuidado no sul de nosso querido Brasil
Gostei de sua reflexão da sabedoria do matuto vendedor de rendas e sua rendição a sabedoria do mesmo.
Gostei mais ainda de sua denuncia a desfaçatez da indicaçào de um despreparado e pau mandadado do que existe de mais nojento e retrogrado no País . Sarney.
A politicalha que estraga nosso gramado ainda continua.
Assim passamos do céu ao inferno.
Um abraço amigo.
Geraldo Leal de Moraes
Girley
Nota 1000 para a sabedoria popular.
Quanto a Dilma, agora é tarde Inês é morta! como diz o proverbio popular.
Só nos resta ter um Feliz Natal, é o que lhe desejo
Tereza Viana Gadêlha
Caro Girley,
Não sei de onde tiramos a idéia de que para se vender turisticamente o que temos de especial - paisagens,clima e povo maravilhosos, temos que "empurrar" de contra-peso a falta de higiene, estrutura e atendimento
dentro de padrões civilizados. Não há paisagem deslumbrante e aí cito em especial a nossa Porto de Galinhas,
que resista ao mau-cheiro e esgoto correndo a céu-aberto na porta de restaurantes com qualidade e preços
internacionais. Tirando alguns "bichos-grilo", acredito que todo ser humano goste de simpatia acompanhada
de um mínimo de civilidade.
Se não nos indignarmos e protestarmos contra isto também não podemos fazer o mesmo quando o mundo nos classifica de destino adequado apenas ao turismo sexual rasteiro, a exemplo de outros países igualmente privilegiados em termos turísticos mas, que optaram pelo caminho fácil de "arrancar dólares de gringo trouxa".
Nesta década teremos uma oportunidade "nunca antes vista na história deste país" de sediar os dois maiores eventos de receptividade global - Copa e Olimpíadas. Está na mão da gente definir se vamos continuar a ser destino turístico mais ou menos - "bonitinho mas ordinário" (by Nelson Rodrigues), ou se vamos entrar no circuito dos grandes, para onde todos nós, vamos correndo gastar o nosso suado dinheirinho.
O tempo está passando. Ainda ontem o Joseph Blater, CEO da FIFA avisou , "a mãe de vocês subiu no telhado".
O Plano C pode estar no bolso da calça.
Um abraço,
Celso Cavalcanti
Girley meu amigo nosso gramado e o gramado deles também são bonitos. Essa comparação em nada muda minha admiração pelas belezas naturais do nosso país. Entretanto o que me deixa estarrecida e desapontada é observar o comportamento de indiferença e de irresponsabilidade do povo diante dessa vergonha que é o aumento salarial dos nossos senadores e deputados. Em qualquer "gramado" do mundo Girley você sabe o povo em nossas condições económicas sociais, reagiria através de contínuos e maciços protestos, greves e numerosas passeatas para impedir a concretização desse abuso. Onde estão os líderes que se alardeam como éticos (você os ouviu protestar?) claro que não estão locupleteados com toda essa artimanha. Infelizmente meu amigo, nosso povo hoje é um povo pusilânime, frouxo, igualzinho a uma malhada de ovelhas e que certamente merece muito bem a sola dos sapatos que pisam em seus "gramados".
ana maria menezes
Cuanta saudade deverdad, tu país es bellisimo y como lo sueño, pero el mío también y Brasil es Brasil, pero caribe también es el caribe. No cabe duda que lo natural es lo más bello. Ven a Cancún y verás. Mil besos
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