terça-feira, 6 de janeiro de 2009

ORDEM E PROGRESSO, COM AMOR IMPLÍCITO.

O ano nem bem inicia e já começam a surgir idéias insólitas, tiradas do imaginário de quem, aparentemente, não tem o que fazer. Só sendo.
Imagine que comecei 2009 lendo, entre muitas outras coisas, um artigo retomando a idéia de incluir a palavra AMOR entre os Ordem e Progresso da bandeira nacional. Segundo o articulista, isso seria um incentivo à solidariedade no seio da sociedade brasileira, desorganizada e saturada de problemas socioeconômicos. Com AMOR inscrito na bandeira o brasileiro se sensibilizaria e poderia transformar o País. Ficaria então: Ordem, Amor e Progresso. Uma ilusão, na minha humilde visão.
Na prática, esta idéia remete às origens da inscrição contida na bandeira, surgida na ocasião da proclamação da Republica, com os Jacobinistas (assunto para outra ocasião) marcando presença histórica e impondo parte do lema do movimento positivista liderado pelo pensador francês Auguste Comte, que dizia exatamente: Ordem, Amor e Progresso. Amor por principio, Ordem por base e Progresso por fim. Ou seja, uma idéia copiada dos franceses, sem nenhum idealismo brasileiro.
Tudo bem, deu certo e os brasileiros incorporaram com amor, ao longo desse século e pouco de república.
Quando eu pensava que isso já havia sido demais, ouvi, na Hora do Brasil de ontem (05.01.09), o anúncio do projeto de Lei, do senador Cristóvão Buarque, propondo a supressão total da inscrição Ordem e Progresso, do pavilhão nacional, no ano de 2014, caso, até lá, ainda houvesse analfabetos no país. A justificativa do senador é de que aquela inscrição não faz o menor sentido, diante do imenso contingente de analfabetos, que ainda existe no País. Outra ilusão. Ele quer chamar atenção.
Fiquei atônito diante dessas “genialidades”. E, de imediato, me perguntei: o que será que virá primeiro, o Ordem, Amor e Progresso ou a faixa branca do NADA?
Esta coisa me faz lembrar outras idéias estapafúrdias que surgiram no ano passado. Quem não se lembra das “brilhantes idéias” de implodir o Cristo Redentor – eleito na ocasião como uma das sete maravilhas do mundo moderno – por ser horrendo e de imenso mau gosto, ou a idéia de cassar o título de Padroeira do Brasil, concedido, por Lei, a Nossa Senhora Aparecida? Haja paciência...
Mas, voltando ao caso da bandeira, resta encontrar a lógica dessas idéias de mudar ou suprimir a tradicional inscrição da bandeira nacional. A pergunta que não cala é: desde quando uma dessas mudanças, transformaria o Brasil num país justo para com seus cidadãos e socialmente mais organizado? Ninguém garante.
Para começar, o pavilhão nacional é muito pouco reverenciado pelos brasileiros. A bandeira brasileira só ganha espaço e amor febril, de quatro em quatro anos, por ocasião de uma Copa do Mundo de Futebol. Todo mundo vai às ruas com sua bandeirinha ou bandeirão e, dá-lhe Brasilililililil !!!! Isto, se a seleção se encaminhar bem. Se ocorrer ao contrário, o auriverde pendão é recolhido, mais que depressa. Ou seja, para o povão é, muito mais, considerada uma banal flâmula de um time de futebol, do que qualquer outra coisa. Doloroso...
Noutros países o cidadão comum faz questão de hastear o seu pavilhão nacional na frente de casa e todo dia. A gente anda pela Europa e o que mais encontra são as bandeiras nacionais e, agora, da União Européia, hasteadas em lugar de destaque. Nos Estados Unidos, nem se fala. É uma “febre”! Tem bandeira hasteada em todos os prédios públicos, casas comerciais, bancos, escolas e, até, simples residências pelo país afora. Na 5ª. Avenida, em Nova York, é o que mais se vê. Uma atrás da outra.
Onde se vê isto no Brasil? São raros os casos. Em Brasília, além do bandeirão da Praça dos Três Poderes, podemos ver outra menor no Palácio do Planalto, para avisar a presença de Lula, no Congresso e em alguns outros prédios da Esplanada.
Aqui pra nós, acho que o brasileiro tem é preguiça de hastear (de manhã) e recolher (ao escurecer), a bandeira, a cada dia. Embora existam muitos mastros, por todo lado.
Portanto, do que valerá tirar ou acrescentar inscrições à bandeira brasileira. Ela é bonita e imponente com a mensagem que sempre teve. Ninguém vai mudar o Brasil com idéias tolas como estas.
O caminho para a Nação Solidária e Justa, que se sonha, passa por outros ideários. São os projetos que visam ao desenvolvimento da Educação, da Saúde, do Emprego, com distribuição de renda mais democrática, e um grande projeto de construção nacional visando a Sustentabilidade Socioeconômica e Ambiental, com efetiva participação dos governos e iniciativas privadas.
E você caro leitor, o que acha disso? Responda a pesquisa em cima da Coluna ao lado.

NOTA: Foto obtida no Google Imagens.

A Pesquisa sobre a nudança na bandeira nacional foi respondida por 16 visitantes do Blog. 94% disse não concordar com mudanças. Apenas uma pessoa concorda com uma mudança.

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi Girley,
Parabens. Muito bom o ordem e progresso com amor explicito. um abç. Jocildo

Anônimo disse...

Prezado companheiro,

Parabéns pelo Blog. Tomei conhecimento através da Companheira Cidinha, de São Paulo. Aproveito para convidá-lo a visitar meu blog que contém informações sobre carreira, comportamento e mundo corporativo, além de rotary, é claro.

http://palestranterogeriomartins.blogspot.com

Um grande abraço

Rogerio Martins

wagner pires disse...

Olá, parece que um projeto inicial, quando houve a proclamação da República, previa a inclusão da expressão Amor, Ordem e Progresso.
Pode até dar uma pesquisa interessante.
Abraçõs a todos
Wagner

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