quinta-feira, 21 de abril de 2022

Desafios do Viver

O Blog esteve fora de circulação por duas últimas semanas por amor a vida e à família. O Blogueiro teve o prazer de receber, para festejar a Páscoa, filhos que vivem distantes e, diante das alegrias e prazeres, resolveu tirar férias. A vida tem desses momentos e, mais do que nunca, exigem comemoração e curtição, usando o termo da moda. Três gerações reunidas e louvando a existência, num tempo em que a ressureição de Cristo e o renascimento dão o tom dos festejos. Foram muito temas visitados ou revisitados nas rodas de conversa. Entre estes, dois ganharam destaques e suscitaram debates acalorados: descriminalização do aborto e eutanásia. Nos Estados Unidos em pleno período pascal um dos estados reviu sua Lei de Aborto e reduziu para 12 semanas de gestação o momento limite da prática do aborto. Antes era de 24 semanas. Pouco tempo antes (21 de fevereiro) foi decidida a descriminalização do aborto na vizinha Colômbia, numa “martelada” da Corte Constitucional daquele país, permitindo essa prática até as primeiras 24 semanas de gravidez. Inicialmente, a proposta era de 13 semanas, mas atendendo forte campanha do movimento feminista denominado de Justa Causa, foto a seguir, o tempo foi estendido pela tal Corte. Um magistrado de nome Antonio José Lizarazo foi o responsável pela proposta. Por exceção fica permitido o aborto mediante comprovação de se tratar de um fruto de estupro ou uma gravidez que ponha em risco a vida da gestante.
Como defensor da vida, após a concepção, reputa como uma decisão difícil de ser assimilada, embora concorde com as exceções. Tenho meus princípios moral e religioso, que não nego, mas, parto do principio de que a vida começa no momento em que um óvulo é fecundado, após união de dois corpos que decidem se completar e expressar fisicamente seus incontidos desejos. Claro, é assunto social delicadíssimo e a minha visão, além de amplamente discutida, é sujeita a ilimitadas controvérsias. Ao meu ver acredito que a congeminação humana, ao contrário no reino dos irracionais, é praticada com frequência, naturalidade, até como meio de vida e, não raramente, de modo irresponsável. Por mera diversão. Claro, é bom e prazeroso não nego, também. Faz bem à saúde física e mental. Contudo é preciso ter responsabilidade e precauções para não cair no grupo que busque corriqueiramente a pratica do aborto. È uma questão de saúde publica. A inteligência cientifica criou meios eficazes para evitar. O ex-presidente Lula foi extremamente infeliz ao tocar no tema, num recente encontro da CUT. Amargou algum desgaste politico. Coisas do Brasil, onde o aborto é proibido. Contudo, infelizmente é praticado por “debaixo dos panos” e com métodos dos mais rudimentares. E aí responsabilizo, outra vez, a falta de uma politica de Educação e Saúde Pública. É difícil... sei muito bem. Corro o risco de ser criticado e ficar mal visto por alguns leitores ou leitoras. Mas, a vida segue. Diante de um netinho que atravessa a sala, corre no gramado e chuta uma bola sobre as taças de vinhos que tomávamos na varanda, impossível não me lembrar de quantos outros perderam a chance de fazer o mesmo ou algo similar. Enfim, causa-me repulsa quanto ao caso colombiano, ao lembrar que com 24 semanas de gestação um feto já tem em formação todos os seus sistemas corporais e caminha para seu completo desenvolvimento. Numa maneira didática o Doutor Google explica, num dos seus tópicos, que “a gravidez é dividida em três trimestres, em função das especificidades destes períodos. No primeiro, começa a divisão celular, que transforma o óvulo fecundado em um embrião. No segundo, todo o sistema do bebê é concluído. E, no terceiro, o bebê ganha peso e altura, enquanto o corpo da mãe se prepara para o parto”.
Como mencionei no inicio o outro assunto abordado foi à prática da eutanásia. Quem provocou a conversa foi a noticia de que Alan Delon havia decidido por um suicídio assistido. Claro que causa surpresa. Ele é de nacionalidade franco-suíça e tem o direito de praticar a eutanásia. A decisão, aos 86 anos, (Foto acima) veio após um AVC que o limitou fisicamente, deixando-o com profunda preocupação de não viver dependente ou dando trabalho aos filhos ou terceiros. Ficará a lembrança do galã das telas nos anos 60 e 70, que marcou uma juventude fã incondicional do cinema. Resta a discussão da coragem desse homem que cansou de envelhecer preocupado com os que o rodeiam. Egoísmo, vaidade ou empatia? São os desafios do viver. A questão fundamental é que é “preciso saber viver” como cantou Roberto Carlos.

14 comentários:

José Paulo Cavalcanti disse...

Belo texto sobre dois temas polêmicos, amigo, aborto eutanásia. Parabéns pela coragem. Abraços, José Paulo,

Unknown disse...

Primo no meu humilde entendimento a vida é um Dom de DEUS e só o Criador pode tomar decisões sobre a vida

Restony de Alencar disse...

Temas delicados e que mexem com nossas crenças e valores Mestre, o primeiro politicamente caros e por este motivo é sempre tratado de forma rasa, minha formação religiosa me impõe algumas amarras na aceitação mas seguro que as exceções citadas representam um divisor de águas para essa prática aceita em alguns Paises

Itamar ferreira disse...

Muito bom esses temas eu não sou a favor nem do aborto nem da eutanásia,mas essa é só a minha opinião, parabéns pelo posto forte abraço do seu afilhado.

Fernando Brasileiro disse...

Parabéns Primo, excelente texto.

Cristina Brazileiro disse...

Concordo c sua explanação sobre o assunto. Concordo tbm, c um dos comentários feitos : " Deus nos deu a vida é só Ele pode tirá_ la .

Marília Furtado Moraes disse...

Girley, concordo com a sua brilhante exposição sobre Dois Temas, amplamente polêmicos . Quanto a decisão do belo Delon, a TV noticiou que o filho caçula havia desmentido a notícia da Eutanásia , divulgada pelo filho mais velho. Abç. Marília F. Morais

Susana Gonzalez disse...

Lo qué hay q entender es q el hecho de q se autorice el aborto, no quiere decir q uno lo debe de practicar, eso es decisión de cada quien. Lo aquí importa es q se protege la vida de quien decide hacerlo, porque con autorización o sin ella, quien lo decídelo va hacer y entonces, lo hará en condiciones saludables. En cuanto a la eutanasia, me parece que generalmente son decisiones de humanidad. Y son pocas las gentes q lo buscan , porq la mente humana siempre busca la sobrevivir.

Francisco Brito disse...

Nao tem a minima noçao do que faz, quem apoia, quem incentiva, quem pratica (médico ou pai/mãe).
Eles nao sabem o tamanho do problema que causam a si, infinitamente maior que o mal causado à vítima deste ato covarde.

Cristina Carvalho disse...

Tema importantíssimo. Gostei muito da forma como você fez a abordagem. Liberar o aborto é dar uma procuração para ver a promiscuidade, em especial de adolescentes, explodir e o número de mortes de adolescentes e de “crianças” tb. Com a assistência médica que os estados oferecem é suicidio.

José Otávio de Carvalho disse...

Amigo Girley. Temas delicados para colocações pessoais abertas. Parabéns pela sua coragem e pelo desenvolvimento dos temas. Quanto à eutanásia compreendo e respeito a posição de Alan Delon. Com relação ao aborto, entendo que o nó górdio da questão é, não só jurídica, mas de bioética: a maioria dos países que liberaram o aborto limitam a 12 (ou 14 semanas) do embrião (primeiro trimestre da gestação) quando o mesmo não é considerado sujeito de direito, pois o sistema nervoso não estaria formado. Seria uma pessoa em potencial. Nessas circunstâncias se confronta com o direito da mulher de dispor do próprio corpo. Pondera também a questão da política pública de equilibrar as oportunidades para mulheres de diferentes estratos sociais. Um abraço

Elizabeth Carneiro Leão disse...

Parabéns pelo ótimo texto. Gostei de sua abordagem .

Ricardo do Rêgo Barros disse...

Olá Girley, quanto tempo... temas bem polêmicos realmente, mas como você também tenho a raiz do cristianismo no sangue, e respeito muito o direito do criador, "Ele dá, Ele tira", e sou contra assassinatos sejam eles nos incapazes menores ou maiores, assim se é pra ter aborto consentido, não seria bem melhor a vasectomia ou a retirada do útero? #FicaADica

Édson Junqueira disse...

Amigo Girley, bom dia . Assunto muito polêmico , fica a frase de que o importante é a educação . Neste tema nada pode ser forçado .
Abraços

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