segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O JAPÃO NO RECIFE

Mais uma vez, neste último domingo de novembro, o bairro do Recife Antigo, se transformou num ambiente nipônico, com a já tradicional Feira Japonesa do Recife.
Pelo décimo segundo ano consecutivo os integrantes e simpatizantes locais da cultura do País do Sol Nascente, reunidos em várias associações recifenses, deram-se os braços e promoveram o que vem sendo considerada uma das mais belas festas populares do calendário turístico da cidade do Recife.
A Rua do Bom Jesus foi transformada numa autêntica rua japonesa. Logo na entrada um imenso Tori (portal estilo japonês) denunciava a transformação do local. Depois disso, eram muitos bambus, carpas decorativas e lanternas, entre outros adereços, dando um especial colorido ao ambiente e atraindo um público calculado em, aproximadamente, 40 mil pessoas circulando durante o domingo inteiro.
Barracas foram montadas para a comercialização de produtos artesanais, alimentos e bebidas, arranjos florais japonesas (ikebana), bonsais e vestuários típicos completaram a festa e deram alegria aos consumidores e comerciantes.
No final da Rua, na Praça do Arsenal de Marinha, foi montado um grande palco, onde desfilaram inúmeras atrações, locais e de fora. O ponto alto dessas apresentações foi o Grupo Ryukyu Koku Matsuri Daiko, de São Paulo, que deu uma exímia exibição de percussão com taikôs (tambores). Houve ainda as apresentações de Taikôs de Recife e da Paraíba e de uma cantora japonesa, Mio Matsuda, que arrancaram demorados aplausos do imenso publico que prestigiou o Festival.
Um espetáculo à parte ficou por conta da turma do Anime-Mangá-Tokusatsu. Essa turminha virou atração especial, ao fechar uma das ruas do pedaço e, com suas indumentárias tiradas dos filmes de desenho animado e gibis japoneses, surpreenderam os menos avisados e encantou a turma jovem.
A Feira deste ano serviu de fecho das comemorações do Ano do Centenário da Imigração Japonesa no Estado, sobre o qual já falei, outro dia. Foi, na verdade, um encerramento com “chave de ouro”, devido ao sucesso do que se viu ontem no bairro do Recife Antigo.
Por fim, registro uma especial atração da Feira deste ano que foi a Gincana Cultural do Centenário, na qual 32 alunos de oito escolas públicas, do Município e Estado, enfrentaram uma maratona de estudos, pesquisas e práticas dos costumes, artesanato, história, gastronomia, esportes, religião e outros aspectos do quotidiano japonês, num verdadeiro mergulho naquela cultura oriental. Coordenei esta gincana e vibrei, junto com a moçada (de 15 a 17 anos), mostrando as habilidades no uso do hashi (pauzinhos japonesas), confeccionando origamis, vestuário e conhecimentos gerais. Tenho a certeza de que, hoje, esses adolescentes pernambucanos sabem de tudo sobre a cultura japonesa. Como em qualquer outra gincana, foram proclamados vencedores da disputa e distribuídos prêmios valiosos. Porém, o mais importante, ao meu modo de ver, foi que esses jovens – todos de famílias de origem humilde – lucraram culturalmente e jamais esquecerão a experiência que tiveram.
Tudo isto não seria possível se não fosse o empenho do Consulado Geral do Japão no Recife, da Prefeitura da Cidade, das associações culturais japonesas e da Associação Nordestina de Ex-Bolsistas no Japão, que deram de tudo para o sucesso do evento.
Deu um trabalho imenso. Mas, valeu à pena.

Dedico esta crônica a minha amiga e colaboradora, Zélia Faria, diretora cultural da Anbej, que trabalhou feito uma louca, para coordenar a execução da 12a. Feira Japonesa do Recife. Valeu Zélia!
Nota: As fotos são do Blogueiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Girley.
Parabéns ao Amigo!
Saudações.
Gerson Miguel

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