quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

ACREDITE SE QUISER.

Quando, há quinze dias, eu falei que estava ficando difícil e que havia perdido as esperanças, diante da onda de assaltos e arrastão na porta de casa, muita gente reagiu e me aconselhou não perder as esperanças. Porque perder as esperanças é o mesmo que perder a fé. Pensei muito sobre isto. Meditei e busquei respostas para minhas perplexidades.
Os dias foram passando e já me recuperava do susto, quando ouço falar de um outro “arrastão” no maior shopping center da cidade. Povo correndo em desatino, lojas fechando as portas e pânico geral. Achei que foi uma coisa audaciosa, dei graças a Deus não ter sido vitima dessa emboscada e voltei à estaca zero nas minhas reflexões a respeito da insegurança reinante na minha cidade.
Não temos em quem confiar! Esta é a realidade dolorosa.
Mas, para minha surpresa, ainda maior, eis que os bandidos atacaram, outra vez, na minha região e numa rua paralela à minha. Nas barbas da policia de plantão na esquina da Telles Junior, após o arrastão de quinze dias atrás. Desta vez, eles fizeram uma investida na rua paralela, a Carneiro Vilela, distante, apenas, cem metros da guarnição policial de plantão. Parece mentira! Inacreditável. Fica difícil morar nesse miolo do, antes aprazível e tranqüilo, bairro dos Aflitos, por trás dos clubes Náutico e British Country Club. É uma ironia. Agora sim, podemos dizer que estamos, literalmente, aflitos. Tem sido, minha gente, uma guerra não declarada.
Nestas duas ruas, ultimamente, ninguém pode ver um carro parado no trânsito. Pensa logo que vai sair, lá de dentro, uma quadrilha de bandidos armados.
Eles estão desafiando a policia. Parece que brincando de “gato atrás do rato”.
Está claro que não temos mais a quem apelar. A polícia de plantão na rua é “cega e surda”. A Delegacia do Distrito faz, aparentemente, um “faz de contas”. Governo do Estado? Coitado. Só pensa na campanha eleitoral de 2010. Lula também. Este, aliás, não faz nada pela segurança pública do País. Não dizem nada para ele. Não sabe de nada. Com razão, aliás, porque anda tranqüilo, cercado de seguranças e, pensando bem, é capaz de pensar que esses assaltantes são pobres coitados, injustiçados pelo cruel sistema social brasileiro. É danado não ter a quem apelar. Estamos ao Deus dará. Só resta, quem sabe, pedir socorro ao Conselho de Segurança Nacional ou o da ONU! Ou a Bento XVI! Entreguei-me, com minha família, a Deus. Perdi as esperanças, é claro. Não posso dizer outra coisa.
Acredite se quiser. Mas, uma coisa eu garanto: tudo isto é verdade.
Nota: Foto do blogueiro da manchete do Jornal do Commercio, do Recife, dia seguinte ao segundo arrastão.

3 comentários:

Anônimo disse...

Girley, acredite se quiser, há uns anos atrás eu já tinha previsto tudo isto. Na época, num bate-papo tomando uma cervejinha eu fiz a previsão. Daqui uns 15 ou 20 anos a proliferação de assaltantes será tanta que vão invadir as ruas como tapuru.
Não foi difícil tal previsão. De aproximadamente 550.000 habitantes em 1950 o Recife passou a ter 1.300.000 em 1990. Não acredito que, nesse meio-tempo, o número de escolas municipais e estaduais tenha acompanhado o crescimento populacional. Em qualidade de ensino nem é bom falar.
Naquela época começavam a gradear a entrada dos edifícios, construção de portaria, etc., e depois, fechar vidro dos carros, colação de película escura, blindagem, etc.
Todos sabem que a origem desses elementos (maioria) é de uma camada social de menor poder aquisitivo, maior população e com mais de três filhos por casal. É uma fábrica de bandidos. Não por serem pobres, mas por serem abandonados pelo poder público. Abandonados por conveniência, para serem eternamente objeto de manipulação política. Para viverem sempre sob a proteção de um “Dr. Político” (não é atribuição de vereador ou deputado fazer doação para comunidade – vivemos num país do faz-de-conta). Infelizmente é a verdade e não podemos fugir dela.
E a campanha de desarmamento? Foi ótima, que maravilha. Agora os bandidos têm certeza que o povo está desarmado. Enquanto eles estão usando revólver calibre 38 ou pistola, a alternativa é se locomover num carro blindado. Quando passarem para arma de maior calibre a alternativa será um tanque de guerra.
Essas campanhazinhas/passeatazinhas do tipo Paz e Amor, Pacto pela Vida ou Pombinha da Paz não vão sensibilizar ou amedrontar os marginais.

Abraço,

M. Aurélio

phcosta disse...

Pois é GB,

Eu sou um exemplo de fuga dessa corrente de violência. A cinco anos me mudei para o aprazível bairro de Aldeia, distante apenas 10km da Av. Caxangá. Aqui ainda se convive com um certo clima de tranqüilidade - como nas cidades do interior.

É pena que nossas vozes não ecoem com a maioria, pois somente com MUITA VONTADE POLÍTICA se combate a marginalidade. Enquanto cada um pensa somente em como evitar (eu sou um desses!) e as políticas governamentais são direcionadas a repressão, não iremos chegar a lugar nenhum.

Não sou habilitado pra opinar nessa matéria, mas sinto a mesma coisa que você - completo abandono do aparelho público de segurança, com cada um pensando mais em si próprio e isso inclui nossos governantes, que são pagos para apresentar soluções, operam fábulas de dinheiros em planos mirabolantes E NADA ACONTECE - ou melhor, acontece sim: mais assaltos e a violência literalmente batendo a nossa porta.
Onde vamos parar?

Abraço e boa sorte!!

Philipe

Unknown disse...

Amigo Girley

Estou aqui no que se diz 1º mundo, mas vendo essa insugurança chegar
de maneira sutil mas avassaladora.
Antes de vir para cá, morava na Rua Amélia, onde me sentia muito segura, alias esse espaço sempre foi nosso mundo deste de criança, fico realmente muito preocupada,porque fomos tão feliz, iamos ao Nautico, Portugues sem medo de ser feliz...e agora vejo vecê uma pessoa consciente estar a viver tão perto dessa falta de segurança e sem esperança.
Girley,vou ao Brasil no 2º semestre de 2009, mandei meu filho procurar um apartamento exatamento no Espinheiro, Graças por ai porque pretendo passar 6 meses no meu Recife.
Mas pode ficar certo, vou aos governantes, vou lutar para ter o que nos é de direito.
Porque lhe digo, quem estar a fazer essas barbaria não é porque esta com fome e sim falta a elas a celula familiar, e ai, brincar com a policia, tirar a tranquilidade dos que eles sabem que tem família
é uma forma de superar, digo isso porque fui educadora 30 anos da Rede Pública e ja previa isso.
Vamos lutar, não admito que não possamos mudar isso.
Obrigada pela honra de estar aqui no seu Blog, e ficar a saber dessa realidade de forma real, pois a TV que temos aqui é vergonhosa.
Insisto amigo a esperança é a ultima que morre...temos filhos e eles tem que viver.
Um grande abraço
Inez Mota

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