Historicamente
sabemos que toda grande cidade ou metrópole moderna nasceu às margens de um
curso d´água. Muitas das quais num delta caudaloso. Lógico, porque não se vive
sem água e, por isso, as famílias e primitivas tribos buscavam sempre essas localidades.
Água para consumo humano, para produzir seus alimentos, sustentar animais e por
aí vai. Bom, água é vida.
Mas, tem uma
coisa, viver as margens desses cursos d´água exige cuidados que nem toda gente
sabe valorizar. Em tempos de campanhas pró preservação ambiental e viajando
mundo afora, sempre me admirei muito pelos modos como são tratados os cursos
d´água nas cidades que visito. Minhas observações vão desde o ponto de vista
ecológico, quanto no aproveitamento responsável das águas. Cidades inteligentes
concentram suas bases econômicas nos rios que possuem. Aproveitam como fonte
básica de produção e subsistência, como vias de transporte público de passageiros, escoamento de mercadorias
e como lazer de inúmeras modalidades (canoagem, ski aquático, pesca, entre
outros), além de atração turística por meio de tours fluviais panorâmicos e de eventos. Esta ultima
utilização é das mais consagradas entre os viajantes. Lembro dos meus passeios
pelo Sena (Paris), Douro (Porto), Hudson (Nova York), Tamisa (Londres), Tigre
(Buenos Aires), Xochimilco (Cidade do México) e noutros rios, que não me ocorrem lembrar os
nomes, como em Praga, Saint Louis e Xangai. Infelizmente, no Brasil este
potencial turístico ainda é muito pouco aproveitado, salvo pela Amazônia.
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Passeio turístico em Xochimilco (Cidade do México) |
Estes
comentários me ocorrem, hoje, após tomar conhecimento da retomada do Projeto da
navegabilidade do rio Capibaribe – Projeto Rios da Gente –, aqui no Recife, que se arrasta desde
2012 ou 14, sem que desemperre. Está paralisado desde 2016. Este rio corta a capital pernambucana no sentido oeste-leste, indo ao encontro do Beberibe que, segundo o imaginário popular
local, juntos formam o Oceano Atlântico. Coisa de pernambucano megalomaníaco. Folclore à parte, falo de um curso d´água ainda pouco integrado à vida da metrópole
devido à falta de visão e de investimentos das autoridades que governam a cidade
ao longo dos tempos. E da iniciativa privada, também. As tentativas dos
ribeirinhos são muito tímidas e rudimentares. A proposta da Prefeitura do
Recife, orçado em R$ 289,0 Milhões, é de aproveitar a bacia do rio como uma via
fluvial de transporte público, em 11Km de extensão. Projetam-se barcos-ônibus
partindo do limite oeste da cidade e alcançando a área central, com pelo menos
cinco estações intermediárias. Além de desafogar o trânsito nas congestionadas
artérias urbanas, hoje em dia, abriria espaço para uma exploração turística
muito bem vinda ao setor local. A paisagem do referido trecho é bem luxuriante, com rica vegetação de manguezal e árvores seculares.
Os bairros da Várzea, Dois
Irmãos, Monteiro, Apipucos, Casa Forte, Parnamirim, Jaqueira, Ponte
D´Uchoa, Madalena e Derby, todos no
trajeto projetado, são locais que no passado se prestavam para moradias da aristocracia açucareira pernambucana, aproveitados
como locais de veraneios. Imigrantes ingleses, inclusive, que chegaram ao
Recife, no final do século 19 e inicio do século passado, fizeram dessas
localidades pontos de moradias e lazer.
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Vista parcial do rio Capibaribe. Bairro da Madalena. |
Portanto, falo de uma região que pode
contar a história da cidade, através da sua paisagem e beleza natural. Integrando
este projeto some-se a urbanização das margens do rio - Projeto Parque Capibaribe - que poderá dar novas feições ao ambiente urbano recifense. Alguns
pontos já se tornaram realidade como o Jardim do Baobá, às margens do rio à
altura de Ponte D´Uchoa.
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Belo exemplar de Baobá no Jardim a beira do Capibaribe |
O meu amigo urbanista, Francisco Cunha, vem explicando
entusiasticamente este projeto e melhor do que posso fazer neste exíguo ciberespaço.
Animado com a promessa da Prefeitura do Recife, espero
alcançar um tour noturno com jantar romântico à luz de velas e música ao vivo,
num catamarã bem equipado e instalações dignas, a exemplo de muitas cidades que
conheço.
Este é o
Capibaribe que quero.
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens.
7 comentários:
Achei um desmantelo a area do baobá cheia de barraca.Deveria ser area p.piquenique.Nem sabia do passeio.Meu irmão que viu.Aonde vamos tem mascate?
Sucesso amigo.
Todos nós queremos, amigo. Boa.
Seu texto como sempre muito bom
Também quero esse passeio noturno.
Essas idéias de aplicação de projetos de países de primeiro mundo aqui no Brasil nunca deram certo, pois é mais um investimento que não saiu do papel e todo o dinheiro foram pelo ralo ou seja só saída para desvio de verba.
Infelizmente Acredito que só fica na imaginação da população Recife /etc.
Esse projeto de implantação de transporte do Rio Capibaribe seria até mais um ponto turístico e benefícios que a cidade ganhar.
Isso é uma vergonha.???
Moço, o J. Commercio tá te plagiando sobre o Rio Capibaribe... Vistes? Pág. 15....
🤣Amigo Girley Deus queira que isso aconteça é sonho de muitos Recifenses nós adorariamos mas não tenho muita fé
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