Acompanhamos, por bom tempo, a lenta decadência da política bolivariana, na Venezuela, e seus
desdobramentos maléficos sobre a nação vizinha e, agora, estamos assistindo inesperados movimentos
populares em vários países da América Latina gerando apreensão e insegurança
no Continente.
Na Colômbia,
as Farc ameaçam voltar à luta armada; no Equador população vai às
ruas por conta de aumento dos preços da gasolina; no Peru o povo exigiu e
o Governo aplicou um revés ao Congresso e destituiu os Ministros do Supremo
Tribunal Nacional, envolvidos em grandes corrupções, inclusive sob os auspícios
da Construtora Odebrecht, do Brasil. E nestes últimos dias, Chile e Bolívia andam
às voltas com movimentos políticos populares, com repercussões de grande monta negativa.
O caso do
Chile é, certamente, o mais surpreendente: manifestantes foram às ruas, adotando formas
violentas e ameaçadoras da segurança social, incendiando patrimônios privados e
públicos. O motivo original foi detonado após a majoração das tarifas do Transantiago, metrô local da capital chilena. Na esteira desta revolta, outros pleitos terminaram sendo expostos. O governo reagiu e a situação esquentou. É surpreendente o que ocorre neste caso. Lembro que o Chile vem se
destacando, nas últimas décadas, como sendo o país mais tranquilo e
economicamente equilibrado da América Latina. Oferece, aparentemente, as melhores condições de
vida à sua população, com saúde, educação e segurança eficientes. Estive
recentemente em Santiago e observei, in
loco, sinais de pujança e desenvolvimento socioeconômico. Tem um custo de vida alto, é
verdade, mas também adota um salário mínimo que, atualmente, corresponde ao dobro do que se
paga no Brasil. Energia elétrica e abastecimento de água
potável são fornecidos por tarifas civilizadas. A carga fiscal é, também, das mais
civilizadas no Continente. Conversei com profissionais da área (meus ex-colegas de
trabalho) e sai bastante impressionado. Tenho dificuldades para entender o que vem ocorrendo. Desejando saber mais, acesse: http://observatorio.ministeriodesarollosocial.gob.cl/ipc_pob_informe3.php?ano=2019
Manifestação incendiária em Santiago do Chile |
Evo Morales não aceita o provável resultado. Deseja continuar no Poder. |
Já na
Argentina, onde manifestações ocorrem também com frequência, outro sinal de alerta disparou com o resultado das prévias eleitorais
prometendo o retorno do peronismo e, particularmente, da Senhora Kirchner, como vice-presidente. A rodada final será no próximo domingo (27.10.19). Parece ironia, mas, vão
consagrar corruptos no poder. Quem diria que os argentinos errariam outra
vez, depois de tantos insucessos no passado. A culpa é do Macri que não soube domar as manhas da economia dos hermanos. Bom, é de se considerar que na Argentina crise socioeconômica é coisa endêmica. Acompanho o pais vizinho desde a década de setenta - à distancia e in loco - e não lembro de bom tempo de verdade.
Finalmente, e pelo visto, as
coisas tendem a regredir no Continente. A onda neoliberal que acenava com bons ventos sofre seus percalços. Resta acompanhar os acontecimentos e, particularmente, no caso brasileiro,
torcer para que as reformas que estão sendo levadas a efeito surtam
bons resultados e a onda reformista se espalhe na vizinhança.
NOTA: Fotos que ilustram foram colhidas no Google Imagens.
4 comentários:
Analise imparcial, honesta, simples de fatos em nosso continente.
Não era de se esperar q a esquerda (foro de sao paulo) aceitasse calados as derrotas sofridas e o risco de que apos uma decada, nao conseguiria mais parar a onda de crescimento e com isso, seus discursos cairiam por chao, local ao qual pertencem.
Precisamos rezar muito e pedir a Deus pela paz mundial . 🙏🙌
Maravilhoso se o Brasil aprovasse as reformas necessárias, que tramitam no Congresso. Poderia servir de modelo, para a América Latina, como o Chile já foi por décadas. Da para sonhar?
"Excelente análise das conjunturas política e econômica que assolam o nosso país." Parabéns.
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