Tenho
acompanhado com especial interesse as repercussões do recente acordo comercial
firmado entre a União Européia e o Mercosul no passado final de semana. Na verdade não se trata de uma
coisa nova para mim porque, à medida que espiei pelo espelho retrovisor da minha trajetória profissional,
recordei-me dos já distantes anos 90, quando ainda funcionário da SUDENE e
exercendo o cargo de Coordenador de Cooperação Internacional da Autarquia Regional,
participei dos encontros de negociações
iniciais entre os dois Blocos. À época representando a própria SUDENE e integrando a equipe do Ministério da Integração Nacional, ao qual a SUDENE era
subordinada. Aqui no Brasil ocorriam no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Faz tempo. Por isso que se noticia tanto o fato, que surpreende muitos,
de que as negociações duraram mais de 20 anos. E é pura realidade. Espero que agora a coisa decole. Será o maior Bloco de comercio do mundo.
Na verdade,
àquela época já se delineava uma longa caminhada para atingir o que hoje
resulta. Eram muitas dúvidas e exigências, lado a lado. Os representantes europeus,
com razão, muito exigentes calcados no fato de que defendiam interesses de um
Bloco relativamente consolidado (prestes a instituir uma moeda única) diante de
um jovem Mercosul. Evidentemente que sublinhavam o interesse que tinham, por razões
político-econômicas efervescentes no pesado jogo da globalização de mercados
que se acirrava. Ficava claro que suplantar a hegemonia norte-americana no mercado global era referencia máxima
dos representantes da União Europeia. O pacto firmado semana passada, enquanto
pode animar partes dos europeus, anima mais ainda o lado brasileiro do grupo sul-americano,
sobretudo, diante as recentes reticências do Presidente Jair Bolsonaro quanto ao
futuro do MERCOSUL. Recordo que as coisas não pareciam animadoras no inicio do atual Governo brasileiro. Resta, assim, aguardar as reações do nosso presidente e, sobremodo, seu Ministro da
Economia, Paulo Guedes.
É preciso
estar ciente que o estabelecido agora ainda vai ter que passar por uma série
de debates secundários nos parlamentos dos países integrantes de cada Bloco e
isto vai dar trabalho e, certamente, tomará outro bom tempo. Estima-se que o
livre comércio propriamente dito só se completará dentro de quinze anos e que estes dois blocos representam cerca de 25% as economia mundial, com um fabuloso mercado de 780 Milhões de consumidores.
Regras específicas de intercambio, reduções de alíquotas, controle de qualidade, barreiras sanitárias, manutenção de equipamentos negociados, entre outros aspectos, deverão ser estabelecidas entre as duas partes ao longo dos próximos anos. Espero que haja tempo suficiente para países como Brasil e Argentina – principais membros do bloco Mercosul – sanarem suas atuais crises político-econômicas e animar seus empresários para competir na abertura de mercado que se dará inexoravelmente. Eis aí um formidável desafio.
Regras específicas de intercambio, reduções de alíquotas, controle de qualidade, barreiras sanitárias, manutenção de equipamentos negociados, entre outros aspectos, deverão ser estabelecidas entre as duas partes ao longo dos próximos anos. Espero que haja tempo suficiente para países como Brasil e Argentina – principais membros do bloco Mercosul – sanarem suas atuais crises político-econômicas e animar seus empresários para competir na abertura de mercado que se dará inexoravelmente. Eis aí um formidável desafio.
E, por falar
em competir como formidável desafio é preciso que nossas empresas tratem, ao longo
dessa jornada, investir maciçamente em inovação/modernização tecnológica nas
suas linhas de produção e comercialização. E ao Governo caberá a básica missão
de equilibrar as contas públicas e dar continuidade ao Programa de Reformas – a
tributária principalmente –, além de criar formas efetivas de investir na infraestrutura,
privatizar empresas deficitárias e serviços públicos e investir com afinco na formação de recursos humanos qualificados, sob
pena de perder espaços no próprio mercado interno.
No caso brasileiro (provavelmente no argentino, também) já há, desde agora, grande preocupação no meio industrial, muito atingido pela crise, carente, portanto, de um esforço maior. Vai ter que enfrentar a concorrência competente dos europeus. Por sua vez, os setores agrícolas e agroindustriais alimentam uma positiva expectativa. Produtores de carnes bovina e avícola, fruticultores, sucroalcooleiro, entre outros já contam com as facilidades que virão e tempos de bonança.
No caso brasileiro (provavelmente no argentino, também) já há, desde agora, grande preocupação no meio industrial, muito atingido pela crise, carente, portanto, de um esforço maior. Vai ter que enfrentar a concorrência competente dos europeus. Por sua vez, os setores agrícolas e agroindustriais alimentam uma positiva expectativa. Produtores de carnes bovina e avícola, fruticultores, sucroalcooleiro, entre outros já contam com as facilidades que virão e tempos de bonança.
Vamoquevamo Mercosul! Alce seu voo global. Não deixe o trem passar.
NOTA: Ilustração obtida no Google Imagens
2 comentários:
Com esse Congresso, amigo, você vai ver a confusão antes de que o tratado seja ratificado. Abraços.
Excelente!!! “Vamo que vamo Mercosul”!!! Vamo que vamo Brasil!!! Vamos ajudar para que o Brasil não perca o bonde da história. 👏👏👏👏👏👏👏👏👏
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