Que a atual
crise político-econômica brasileira está empurrando muitos brasileiros,
sobretudo jovens profissionais sem emprego, para outros países ninguém duvida. É um tema recorrente em rodas de conversa, análise socioeconômica e política. Canadá, Estados Unidos, Portugal, Austrália e Nova Zelândia são alguns
dos países que estão atraindo nossos jovens talentos para exercer, na grande maioria, funções de qualificação inferior as que se prepararam aqui no Brasil. É
uma triste situação que parece não ter fim.
Nem mesmo o
futebol está livre dessa avalanche. Esta semana vi um comentário de analista
esportivo dando conta de que clubes europeus mantêm “olheiros” pelo Brasil
catando talentos nas categorias de base dos principais clubes do país e que
terminam levando jovens promissores na modalidade. Estes, muitas vezes, se
mudam de “mala e cuia” para algum país e chegam a mudar de cidadania, dando
adeus ao Brasil. Conheci, recentemente, o caso de um garoto pernambucano, de 12
anos, que está fazendo o maior sucesso na base de clube paulista e promete ser
um furor em campo. Já foi com o clube disputar torneios no exterior e é sucesso garantido. O pai já se desligou da indústria multinacional que
trabalhava por longos anos e se mudou para a capital paulista com vistas a
administrar a carreira do garoto. Detalhe: esse menino aos doze anos já fatura
mensalmente a bagatela de R$ 32 Mil, que significa 4,5 vezes o que o pai ganhava
no emprego aqui. Não preciso comentar mais nada.
Minha
reflexão, agora, gira em torno da ilimitada evasão dos jovens talentos
brasileiros. Engenheiros, Advogados, Especialistas em tecnologia da informação
(TI), especialistas na área da Saúde, entre outros, largam tudo e se mandam
alimentando o sonho do sucesso. Seja lá de que modo. Tenho exemplos na
família. Como, na maioria dos casos, são impedidos de exercer a profissão para
a qual se prepararam por aqui e terminam exercendo funções de segunda categoria
nos mercados locais do exterior. Aliás, vejo nisto uma forte mudança de cultura dos
brasileiros. Ao contrário do que se observava no passado, a turminha de hoje
visa, acima de tudo, o dinheiro no bolso. Ter renda é o que importa. E seguramente acontece. No
exterior, ficam livres dos rigores culturais que obrigam a pessoa seguir
rigidamente o ritual de ser profissional qualificado e conforme sua formação.
Livres dessas amarras os jovens profissionais brasileiros que fogem da crise
tupiniquim estão sendo balconistas de lojas ou lanchonetes, garçons ou
garçonetes, Ubers, pedreiros, jardineiros, faxineiros, babás, entre outras
atividades. Terminam ganhando muito mais do que se estivessem por aqui. Faturam em dólar e por hora trabalhada. Alguns conseguem sustentar familiares que deixaram por aqui. A autoestima do brasileiro está sendo corroída, o amor à Pátria se desintegra cada vez mais e os governantes não percebem. Ao invés disso só pensam em se manter no poder a qualquer custo, inclusive roubando cinicamente.
Cabe, então, a dura pergunta: e o
futuro do Brasil? Como preparar uma
força de trabalho qualificada e adequada aos tempos que virão? É doloroso ver
os baixos investimentos do Governo em atividades geradoras de empregos e nas
atividades básicas como a Educação, a Segurança e a Saúde. Aliás, é a falta de sustentação deste fundamental tripé
social que os evadidos justificam, também, suas fugas. Há uma imensa insatisfação, na verdade medo dos brasileiros jovens que vivem no exterior. Na Austrália, onde tenho
dois filhos, ouvi isto com constância. A insegurança do Brasil apavora os que
vivem em ambiente seguro e livre de assaltos, balas perdidas, crimes de toda
espécie e instabilidade política e jurídica.
Tudo isso tem uma
influência enorme na autoestima dos brasileiros, principalmente entre os
mais jovens, que veem os seus sonhos corroídos por políticos que só
lutam pelos seus próprios interesses. A máquina administrativa é pesada e
ineficiente. Os cortes no orçamento, quando necessários, ocorrem em
segmentos indispensáveis, como saúde, educação e segurança. Nada é feito
para acabar com o excesso de mordomias dos diferentes poderes. Por
isso, muitas coisas precisam ser mudadas. - Jornal do Comércio
(https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/opiniao/2018/07/637563-evasao-de-jovens-talentos-e-preocupante.html)
Tudo isso tem uma
influência enorme na autoestima dos brasileiros, principalmente entre os
mais jovens, que veem os seus sonhos corroídos por políticos que só
lutam pelos seus próprios interesses. A máquina administrativa é pesada e
ineficiente. Os cortes no orçamento, quando necessários, ocorrem em
segmentos indispensáveis, como saúde, educação e segurança. Nada é feito
para acabar com o excesso de mordomias dos diferentes poderes. Por
isso, muitas coisas precisam ser mudadas. - Jornal do Comércio
(https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/opiniao/2018/07/637563-evasao-de-jovens-talentos-e-preocupante.html)
Tudo isso tem uma
influência enorme na autoestima dos brasileiros, principalmente entre os
mais jovens, que veem os seus sonhos corroídos por políticos que só
lutam pelos seus próprios interesses. A máquina administrativa é pesada e
ineficiente. Os cortes no orçamento, quando necessários, ocorrem em
segmentos indispensáveis, como saúde, educação e segurança. Nada é feito
para acabar com o excesso de mordomias dos diferentes poderes. Por
isso, muitas coisas precisam ser mudadas. - Jornal do Comércio
(https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/opiniao/2018/07/637563-evasao-de-jovens-talentos-e-preocupante.html
Resumo da
ópera: o País do futuro, que me prometeram no passado, perdeu o bonde da história devido às
irresponsabilidades dos governantes. O futuro virou pretérito.
NOTE: A ilustração foi obtida no Google Imagens
5 comentários:
Excelente análise. 👏👏
Essa falta de perspectiva angustia a todos que temos filhos e netos. Deprime a quem apostou no futuro de nosso sofrido Brasil
É uma análise fria e objetiva do processo que vivemos hoje no Brasil: educação de bx qualidade, desemprego, acesso indiscriminado aos cursos superiores sem a devida condição para tanto, redundando em profissionais medíocres que vão para outros países e aceitam qq trabalho. Esses trabalhos revelam o despreparo para um trabalho mais qualificado. Temos tb profissionais de excelente qualificação que conseguem o reconhecimento e assumem um trabalho que é condizente com seu valor e os remunera de acordo com essa performance - são minoria, mas existe. Não é só uma questão de auto estima; é mais de sobrevivência e de poder se sentir útil produtivo. O trabalho dá identidade e prazer. Muito boa reflexão, Girley.👏👏👏👏👏
Pior, amigo, é que você provavelmente tem razão. Abraços.
Boa noite, Girley ! Toda razão a vc. Parabéns por sua colocação, política e econômica.
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