O caráter plebiscitário que a eleição da próxima semana
assumiu é, além de lamentável, preocupante quanto ao destino que o país vai
tomar. Minha impressão é de que qualquer um dos dois representantes finais, no segundo turno, que vença
enfrentará o gigantesco desafio de governar e manter a governabilidade. Prevejo
um período de extremas dificuldades para o país. Isto porque as ideologias que sustentam
cada um das candidaturas finalistas serão exploradas e defendidas ao extremo, levando a quem conquiste a vitória se
concentrar mais na defesa dessas referências partidárias do que pensar num
Brasil carente de ações objetivas nos inúmeros setores, hoje abandonados
pela inépcia dos governos recentes. O país além de dividido sociopoliticamente - entre esquerda e direita - estancou
numa encruzilhada transtornante, sem que visualize um destino seguro e capaz de
proporcionar dias de paz e prosperidade como a Nação aspira.
As propostas de governo, esboçadas até agora, são na verdade retóricas mal arranjadas pelos candidatos
e, na prática, desprovidas de argumentos convincentes e compatíveis com o quadro
caótico amplamente diagnosticado. Algumas refletem claros sinais de ignorância da verdadeira situação. Pensando bem, são discursos de muita "pirotecnia" jogados ao léu tentando iludir o
eleitorado cada vez mais perplexo e saturado com tantas imoralidades, antes cometidas principalmente pelos próprios postulantes aos cargos eletivos.
Impressiona-me o fato de não enxergar, com clareza e explicitamente projetadas, propostas
que tratem de temas fundamentais como a segurança jurídica para o cidadão comum e para o investidor
privado; melhoria e modernização da máquina do estado; propostas de
investimentos maciços, objetivos e seguros para a educação, saúde e segurança públicas; geração de empregos; referenciais para regulamentação honesta, racional e segura de exploração dos recursos naturais e proteção ao meio
ambiente; tributação justa e de padrões mundiais; melhorias substanciais da obsoleta infraestrutura
nos diferentes modais e, por fim, incentivos e financiamentos corretos para o
investidor privado, principalmente os micro e pequenos. São os exemplos que me ocorrem no momento e que considero coisas do tipo "primeiros socorros". E, naturalmente, as urgentes reformas previdenciária, política e tributária, sem as quais nada será viabilizado. Observe-se que, em debates nos meios de comunicação, ao invés de abordarem assuntos emergentes, como acima apontados, rolam somente insultos, acusações e trocas de desaforos. Ora, meu Deus, isto tem sido puros desestímulos aos eleitores que já estão fartos, saturados, de tanta bandidagem explicita.
Temo que os temas de verdadeira importância e as necessidades da sociedade sejam esquecidos e as inexoráveis futricas políticas terminem levando pelo ralo a oportunidade de ouro que temos logo mais de retomar o ritmo de
crescimento e devolver à sociedade um país mais tranquilo e digno da sua gente, suas
riquezas e suas potencialidades.
NOTA: Ilustração obtida no Google Imagens
7 comentários:
É isso aí primo todos os dias uma nova denúncia hoje mesmo pegar a dinheiro na casa de Marcone na campanha os planos não são de governo são de ataques aos seus postulantes os que tem tempo de TV usa para atacar seus oponentes e fazem as coligações mais espúrias e Lula mesmo preso fica estimulando tudo isso não se procura uma solução digna honesta e sustentável o que procuram e se ofendendo publicamente causando uma grande insegurança nos eleitores que ficam sem saber em quem votar as vezes fico pensando que o Lula mesmo da cadeia fica gozando de nossa cara estamos em uma grande nave sem comando
Já dizia o filósofo Branchu, se o eleitor que tem pele de caju não votar certo iremos tomar no CUrto prazo uma Rebordosa!Excelente Post, reta final, agora é com o povo!
Mais um belo texto, amigo. Faltou só dizer em quem devemos votar. Abraços
Sábias palavras. Reta final acontece tudo, inclusive quase nada. Esse tipo de alerta é extremamente importante.
Grande Escriba, tenho dito a todos que mesmo NÃO sendo obrigados a votar - eu e a minha esposa - ante os nossos mais de 70 anos, lá estaremos para registrar a nossa escolha, pois mesmo sendo só "dois" é uma contribuição importante para mudar a bagunça que reina em Pindorama. E as suas colocações me levaram aos anos 60 quando morava no Rio de Janeiro e Stanislaw Ponte Preta (Sergio Porto) publicou o Festival de Besteira que assola o país, denunciando os mesmos desmandos e roubalheiras que agora "assola" o país. Parabéns pelas colocações.
A hora é essa para não chorar depois! A Venezuela está no retrovisor! Ou nos juntamos , ou isso aqui vira Brazuela
Caríssimo Girley.
Você mostra o atual estágio político com as imprevisíveis e possíveis consequências advindas dele. Este é um momento único de mudança, ele é real e o voto é decisivo para isso. O povo cansou de ser espoliado e quer mudança, esse é o mote atual, não adianta filosofar. O terreno está sujo e infértil. O voto está sendo usado como pesticida, quanto ao fertilizante a ser usado depois, imagina-se o melhor.
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