É muito
comum ouvir alguém dizer que não tolera falar de política. Hoje mais do que
nunca, diante das contínuas convulsões da cena política brasileira. Muitos não
querem nem assistir aos noticiários da TV e nem ler jornais porque só se fala
em política e políticos corruptos, roubalheira, prisões, Lavajato,
assassinatos, assaltos e correlatos. Nesse ambiente, digamos, de “alienados” fico sem
entender como se pode viver indiferente a tudo que ocorre no seu entorno. E,
pior, sem se dar conta de que tudo influencia diretamente suas vidas, seus
hábitos e costumes. Queira ou não, todo cidadão ou toda cidadã está sujeito(a)
às regras estabelecidas pela vertente da política. É impossível ser diferente.
Ah! Mas, há
sociedades nas quais a política não é motivo de preocupação. É verdade. São países
de culturas historicamente amadurecidas e com níveis sociais elevados. Assim
mesmo, não se alcança a plenitude. Normas e regras são sempre necessárias e sujeitas
às injunções políticas. É o caso do Brasil de hoje, eivado de conjunturas
eletrizantes. No contexto atual, vamos ter que esperar muito para que a
política seja apenas um detalhe das nossas vidas. Na verdade é quase uma utopia
pensar que isso é possível.
Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) |
Aristóteles
(nascido em 384 aC. e que foi discípulo de Platão!), na antiga Grécia, se
preocupou em definir a condição humana em face da política, dizendo: “dentre as características da natureza
política humana, encontramos o conceito de animal político (Zoon Politikon), um
animal racional que fala, pensa e que, além disso, tem necessidade natural de
conviver em sociedade”. Na sequência o velho filósofo lembra que “a cidade (a Pólis) tem precedência sobre
cada um dos indivíduos, pois, isoladamente o indivíduo não é auto-suficiente”.
Por fim, afirmou que “o indivíduo só pode
se desenvolver em sua capacidade racional
em meio à vida em sociedade”. Ou seja, integrado ao meio no qual inserido.
Daí a necessidade premente de conhecer seu ambiente político.
O Ateneu na Pólis, do filosofo Aristóteles |
Bom, para
quem vive no Brasil de hoje fica difícil mesmo acompanhar o quadro político
nacional. Mas, não tem outra opção porque, seguramente, todos sem exceção
sofrem as consequências do estado (e do Estado!) deteriorado reinante.
Desempregos,
assaltos, atentados, assassinatos banais, prisões diversas, agressões físicas,
destempero emocional, desorganização das empresas, das famílias, das cidades e
estados são frutos da desorganização política que vivemos e que não são
compreendidas pelos indivíduos. Sobretudo esses que não querem ouvir falar de
política e terminam sofrendo, sem noção precisa, mais do que os outros e que acompanham mais
atentos a situação. Eu disse sofrendo mais e isto não quer dizer que esses outros não
sofram. Na prática o estresse tem sido endêmico.
Um exemplo
recente desse destempero social é ver um brutamontes, por um razão banal,
agredir fisicamente um adolescente indefeso, numa a fila de lanchonete, aqui
no Recife, deixando na maior perplexidade uma sociedade que anda às voltas para
escapar da insegurança geral.
Brutamontes agressor, no Recife |
Outro
exemplo é o caso do edifício de 24 andares atingido por brutal incêndio e
desaba, no maior centro urbano do País, e os responsáveis não são
identificados. As vitimas foram invasores indigentes e sem meios dignos de
sobreviver. É algo assustador. Fruto de uma sociedade em abandono e sem
perspectiva de futuro.
Incêndio e desabamento em São Paulo. |
O Brasil
pede socorro. A sociedade está órfã de governantes honestos e verdadeiramente
lideres. Esses que aí estão já mostraram suas incapacidades e o quanto são
ímprobos.
Com efeito, os
brasileiros precisam entender o significado da política na sua essência, não
ignorá-la, para saber escolher seus
governantes, logo mais.
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens
4 comentários:
A Fundação FGV fez pesquisa, amigo. E deu 81% do eleitorado dizendo que, em outubro, gostariam de votar em quem nunca tenha sido candidato a nada. Contra sua tese. Sei não... Abraços.
Muito oportuna sua reflexão.
Vejo este cenário dentro da minha própria família.
O desinteresse pela política, pela notícia.
Fico injuriado em assistir noticiários sozinho, dividindo com arredores alheios.
Prezado e amigo Girley, parabéns por mais essa ótima reflexão, sobre nosso cenário brasileiro, ou quiçá, sulamericano. Acredito que nosso maior problema seja cultural, como pode nascer de um casal de crocodilos, pavões imperiais, o buraco é mais embaixo, o povo brasileiro não se dá ao respeito, não conhece ou exige seus direitos e tão pouco faz questão disso, prefere mendigar favores aos políticos (leia-se corruptos em 99%) e acha isso normal, vejo quase todo dia um povo que ao cruzar com um político eleito, se curva, como que a um imperador, sem falar nas prerrogativas do cargos com acessos exclusivos e prioritários para quem tem a simples e negada função de servir. Forte abraço.
Verdade e só fazem explorar aqueles menos esclarecidos cobram aluguel daquilo que não lhes pertence e usam a política em benefício próprio e temos que dar Graças ao Criador uma vez que ao cair o edifício desmoronou de forma vertical como se tivesse sido uma implosão se caísse de lado seria uma tragédia e a política querendo ou não estar dentro de todos
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