Sou dessas
pessoas que quando abraça um ideal de trabalho faz de um tudo para realizá-lo.
Postar artigos no Blog, por exemplo, tem sido minha “cachaça” semanal. Quando
não é possível no fim de semana, sai no mais tardar no inicio da semana.
Contudo, há ocasiões em que a coisa fica tão difícil que é dureza produzir
alguma coisa. Esta semana foi assim. Tratar desses perrengues políticos, que me
vêm ocorrendo, já está cansando. Chega, mesmo, a provocar desânimo. Não que
faltem outras pautas adjacentes, mas, cadê o estimulo para abordar certos
aspectos dessa parafernália nacional? Além do que, encher a paciência dos
leitores freqüentes não é do meu interesse. Para eles, já basta a dose cavalar
da mídia aberta. Não tem quem suporte mais. Essa arenga entre os três poderes
já passa dos limites toleráveis.
O pior,
contudo, é que, saindo do domínio da política, tudo mais, ainda que muitas
vezes interessantes abordar, virou coisa corriqueira. Banal. São temas que fazem
parte do dia-a-dia nacional e quase sempre passam despercebidos. Coisas graves
como assaltos, roubos, assassinatos, balas perdidas, violência contra a mulher,
sequestros, desastres, drogas, menores em situação de risco, fome, seca,
inundações, entre outros, seriam assuntos a serem abordados. Difícil, porém, é me
entregar à produção de relatar ou tecer opiniões sobre alguma dessas matérias. Pensando
bem, o bom mesmo seria dar um giro por ai e voltar contado sobre o que vi.
Falar de viagens dá sempre uma audiência alta.
De todo modo
e como o tempo não para, pinço um tema especialmente chocante ocorrido nesta
semana: uma senhora grávida, em compras num mercado de Duque de Caxias, no Rio
de Janeiro, foi atingida no abdômen por uma bala perdida, em meio a um tiroteio
entre traficantes e a polícia. Levada às pressas para um pronto socorro, deu à
luz a uma criança do sexo masculino, que infelizmente foi, também, atingido
pela bala na coluna vertebral e na cabeça. Examinando o recém-nascido,
constatou-se que a grave lesão o deixou paraplégico. Que horror! Que
infelicidade para uma mãe que esperava – cheia de esperança e satisfação – a
chegada do herdeiro. Que desdita desse futuro cidadão que pagou alto preço antes
mesmo de vir ao mundo, neste Brasil violento e inseguro dos nossos dias.
Episódios
como o dessa Senhora e seu filho somente escancaram a imagem gerada pela energia
negativa e o desgoverno que reina neste Brasil de hoje. O cidadão antes mesmo
de nascer já é dramaticamente marcado pela violência do meio. Para muitos pode
ser uma coisa crível, mas, sem sombra de dúvidas, é degradante e doloroso.
Triste é ver que, enquanto isto, as autoridades da República travam uma
guerrinha suja, comendo-se uns aos outros, para se sustentarem no poder,
abandonando a Nação, que afunda cada vez mais na orfandade. Já se mata muito mais
neste país do que nos atentados perpetrados por terroristas, no resto do mundo.
E esse mesmo mundo olha abismado para este Brasil se esvaindo.
E a
população, já bem desarticulada, assiste, à margem de tudo e de modo perplexo,
sem saber como se portar. Ninguém mais vai às ruas para protestar, ninguém promove
panelaços e o futuro é cada vez mais incerto. Letargia geral. O que fazer?
Aparentemente, ninguém sabe. Resta apenas esperar em cada amanhecer um novo
episódio doloroso que termina ficando por isso mesmo.
Acorda povo brasileiro!
Lembra-te que sempre fostes forte e nunca fugistes a luta.
E diante deste
quadro, confesso minha tristeza.
11 comentários:
Amigo, retratas neste texto o sentimento de muitos... A falta de esperança é tanta que as palavras somem para comentar!
Que Deus tenha piedade de nós, e não desista de ser brasileiro, como muitos estão fazendo!!!!
Meu nobre amigo Blogueiro, se mantenha firme na caneta ou no teclado, entre uma amenidade e uma realidade mas marcando posição com suas reflexões lúcidas e atuais, não vamos desistir da cidadania mesmo num mar de absurdos e idiossincrasias. Um forte abraço
Bravo, bravo, bravo
Parabéns, pois compartilho do mesmo sentimento!
Amigo Girley ,concordo com tudo ,e resolvi também não emitir opinião ,no máximo ,vou curtir e a última opinião é: estamos num meio de uma briga de Gangs ,uma no poder e outra , querendo o poder e braços fortes e mão amiga Nada .
Amigo Girley,
Mais um excelente post saído de uma das cabeças mais privilegiadas que Pernambuco e o Brasil produziram em todos os tempos. Meu amigo, só sinto que seja mesmo desanimador o Brasil e tudo que nele há para se comentar.
Os perrengues político-sociais, já tenho estado afônico, de tanto falar e escrever, acontecem porque os "áulicos" do poder e da elite política, correm feito loucos do Voto Distrital e da liberdade cambial total, como ocorre no Panamá, no Ecuador, no Suriname, entre outros lugares maiores e menores.
Neste país, criaram reservas de monopólio e de mercado para tudo. O governo é dono ou concede funcionamento para mais da metade da Economia nacional. O subsolo, num arroubo constitucional ridículo, não pertence ao "dono" da superfície e, sim, ao governo travestido de nação. Ainda existem os preços administrados em concessões que o setor público não consegue cuidar o fazer melhor.
Diante de tantos maus exemplos de domínio, resta a você e a mim, o desânimo. O Brasil que, certamente, amamos, é uma peça de ficção. Ele não existe ou acabou antes de começar.
Abraços,
Adierson
A tristeza é muito grande! O brasileiro cansou.
Tobias Silva
Muito bom.
Você que tem o nome de brasileiro não suporta mais, calcule a quem não tem.
Claudio Targino
Uma tristeza realmente amigo. Fico também perplexo com o que estamos vivendo. Abraços.
Robson Sandro
Amigo querido faço das suas palavras a minha realmente estamos vivendo um momento muito triste. Continue escrevendo que nos dá sempre notícias interessantes e realistas. 😘🙏
Raida Branco
Esse período que vive o Brasil, é extremamente necessário que ocorra, pois é apenas o início de um processo de depuração da nossa sociedade.
Amigo Girley, compartilho da sua tristeza diante do quadro político que estamos vivendo no Brasil: a briga de egos inflamados e do quanto pior melhor anunciado pela "presidenta" ao sair do governo. Concordo que nenhum deles faz esforço para minorar a situação. Ao contrário, colocam mais lenha na fogueira que está cada dia mais alta e viva. É uma tristeza assistir esse filme diário e ver que estamos "quase sem saída". Gostei do seu escrito, como sempre. Abraços !!!🌻
Cristina Carvalho
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