Eu não tenho
dúvidas de que os assuntos relativos à política e o desandar da economia brasileira não
são do agrado geral. Pelo menos no rol dos que me acompanham semanalmente neste
Blog. Vez por outra, recebo claros retornos a respeito dessa rejeição. E é
compreensível porque as pessoas andam saturadas dessas noticias ou
comentários. Ao mesmo tempo, é
impossível passar batido diante desse cenário caótico que atravessamos, na
atual conjuntura. No meio do mundo há verdadeiros desastres e aqui “dentro de
casa”, nem se fala. Aliás, se fala... Fala-se, sobretudo, que o “fim do poço”
ainda está longe de ser atingido. A cada amanhecer, uma novidade bombástica.
Fico
estarrecido com as imagens da TV mostrando aqueles pobres coitados asiáticos e
africanos buscando melhores meios de sobrevivência em terras da Europa, se
lançando em precárias barcas superlotadas e atravessando o Mar Mediterrâneo, na
busca de uma terra firme e segura. São jovens em idade ativa, crianças,
mulheres e idosos totalmente vulneráveis que, sem meios de sobreviver ou ter segurança
e sem esperanças na terra natal, jogam com a sorte na busca de dias melhores. A
situação é, muitas vezes, tão extrema que morrer afogado no meio do mar termina
sendo uma opção considerada. O que revela a falta total de perspectiva de vida.
Doloroso. Estima-se que aproximadamente 300 mil pessoas já empreenderam essa
desventura e pelo menos 3.000 já morreram na travessia, somente este ano,
segundo os organismos internacionais que monitoram esse movimento migratório.
Ultimamente,
o que chama a atenção é que muitos desses estão acampados em Calais (França)
aguardando oportunidades para se meter no Eurotunel e atravessar o canal da
Mancha, a pé, pegando caronas perigosas ou pendurados – como só Deus sabe – em
caminhões de carga, para alcançar a Inglaterra. É uma imagem sem precedentes.
Aterradora. São seres humanos em inimaginável degradação social. (Foto abaixo)
Nisso tudo
que ocorre na Europa, temos a prova concreta de que os europeus que colonizaram
os países africanos e asiáticos estão pagando um preço altíssimo pelas
atrocidades e atitudes predatórias que cometeram no passado. Sem nunca planejar
um futuro digno e uma relação civilizada, exploraram tudo que puderam dessas
nações deixando-as, em meio a lutas sangrentas, na miséria e na desorganização
político-social. Eis, então, um colossal desafio para quem está, há séculos,
instalado numa zona de conforto invejável. Pobres europeus. Estão experimentando
do “pão que o diabo amassou”.
Outra coisa
que assusta e não me conformo é a destruição criminosa do patrimônio histórico
da humanidade, que vem sendo praticado pelo tal do Estado Islâmico. Esta semana
destruíram, sem pena, templos romanos, com mais de 2.000 anos, em Palmira, na Síria. Esses
loucos se alastram pelo Oriente Médio, espalhando medo e terror nas nações da
região. (Foto a seguir)
Como se tudo
isso fosse pouco, para nós de Pindorama, a situação vai de mal a pior. Um
espasmo de concórdia rolou nas últimas duas semanas sem que, contudo, surtisse
o efeito político desejado. Os “líderes” de plantão – geralmente com os rabos
presos – não cedem nem avançam e a Nação sofre cada vez mais. Estamos vivendo
um pesadelo nunca visto antes na História deste País. A inflação está corroendo
os salários e a tendência é de piora, ao beirar a emblemática casa dos dois
dígitos. Estima-se que em setembro ela passe dos 10%. Quando isto acontece,
acende-se uma luz vermelha e a grita geral se torna mais clamorosa. O PIB
(Produto Interno Bruto), anunciado nesta Sexta Feira (28.08), caiu 1,9% no
segundo trimestre deste ano, apontando para o aprofundamento da recessão. Ao
mesmo tempo, já se fala em cobrança de CPMF outra vez. Ou seja, mais impostos,
no lombo do contribuinte. É desesperador. Se o assunto for desemprego, a coisa
fica ainda mais difícil. As demissões na Indústria e no Comércio assustam
qualquer analista de são juízo. Aliás, neste país, analisar a situação
econômica é puro risco profissional. O que será do amanhã? Ninguém sabe!
O que nos
resta, nesta cruel conjuntura, é sentar e orar. Se você não professa nenhum
credo, procure um terapeuta que acalme seus ânimos abalados.
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens.