Mesmo sem querer, termino bancando um saudosista. Digo isto porque quando vejo as programações festivas para o curso da Semana Santa, aqui em Pernambuco e pelo Brasil afora, fico meio que sem entender essa nova ordem das coisas. Antigamente, digo, na minha vida de antes, quando criança ou adolescente, a história era outra. Já falei disso aqui no Blog, é verdade. Mas, com o passar dos tempos, percebo mudanças radicais no pensar da sociedade e dessa turma jovem.
A Semana Santa, como a própria denominação sugere, sempre me pareceu ser um tempo de recolhimento e reflexões. Não falo de retiro espiritual! Todo cristão devia respeitar a ocasião em que se recorda o sofrimento e a morte em cruz daquele que se respeita como o Messias e Salvador. Mas não... O feriadão, como se chama atualmente, serve de ocasião para os embalos e festivais de musica e dança. Que coisa! Em São Paulo, por exemplo, vai acontecer um tal de Festival Lollapalooza, que é um negocio importado dos Estados Unidos e promete abalar a Paulicéia, que já é desvairada por natureza. Serão onze horas diárias, durante três dias, de tremenda metaleira, num espaço de centos e centos metros quadrados, a pista de corridas do Jóquei Clube paulistano, para receber milhares de fãs do Rock da pesada. E sabe quando vai começar? Em plena Sexta Feira Santa. “Senhor perdoai, porque eles não sabem o que fazem”.
Aqui, em Pernambuco, ao mesmo tempo em que as paixões de Cristo são levadas teatralmente aos palcos de inúmeras cidades – incluindo o Recife e a Nova Jerusalém – o povo sai do teatro e cai na gandaia dos forrós e shows de axés e coisas parecidas. São bandas cujos nomes já predizem tudo: Calcinha Preta, Garota Safada e Saia Rodada, entre outros tão ousados quanto. Imagino o que fazem as safadas garotas, de calcinhas pretas e rodando as saias para mostrar seus dotes físicos, aos marmanjos ensandecidos e mamados de álcool, nas evoluções que as musicas de som estridente e letras indecentes produzem. Pelo amor de Deus!
Confesso que sou meio ortodoxo, nessas horas. Tenho dentro de mim certos valores inabaláveis. É quando me considero “um cabeça dura” e conservador. Para mim, Semana Santa continua sendo uma coisa sagrada e não feriadão. Vou honrar, até o fim, os ensinamentos da finada Margarida, minha mãe. Recordo que na casa dos meus pais, quando chegava o tempo da quaresma, o cardápio era peixe toda sexta-feira. Isso durante 40 dias. Na semana da paixão, a partir do meio-dia da 4ª. Feira, a regra era severa, peixe na mesa para todos, inclusive os pirralhas inapetentes. Era peixe ou nada! Somente no Sábado de Aleluia e no Domingo da Páscoa é que a carne vermelha voltava à mesa. São preceitos e tradições que marcam a vida de qualquer individuo. Acho, inclusive, que isto é também uma forma especial de educar. Aquela liturgia e a própria dieta mudava o tom do dia-a-dia e convidava a família para viver um pensar diferente, no qual amor, compaixão e solidariedade permeavam cada gesto, cada oração e todas as atitudes coletivas, preparando os espíritos para festejar o tempo da Páscoa.
O mais curioso é que, apesar de todo cuidado de pautar o cardápio, a base de pescados, considero que terminávamos pecando pela gula. Também, pudera... as comidas da época são, de modo geral, tão apetitosas e saborosas que poucos se contentam com pequenas porções. Sou louco por um feijão e um bredo de coco. Para os que não sabem o que é isto, veja a foto a seguir. Escaldado, cozido no molho de coco é uma tentação, na certa. E o bacalhau ao forno? Com um vinho adequado, cai bem demais. O que dizer da moqueca
de peixe (foto mais acima) do vatapá e do bóbó de camarão? Peraí, assim já estou pecando por pensamentos e palavras. Jesus Cristo que me perdoe! E me livre dessas novas ordens de hoje em dia. Feliz Páscoa, minha gente!
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens
A Semana Santa, como a própria denominação sugere, sempre me pareceu ser um tempo de recolhimento e reflexões. Não falo de retiro espiritual! Todo cristão devia respeitar a ocasião em que se recorda o sofrimento e a morte em cruz daquele que se respeita como o Messias e Salvador. Mas não... O feriadão, como se chama atualmente, serve de ocasião para os embalos e festivais de musica e dança. Que coisa! Em São Paulo, por exemplo, vai acontecer um tal de Festival Lollapalooza, que é um negocio importado dos Estados Unidos e promete abalar a Paulicéia, que já é desvairada por natureza. Serão onze horas diárias, durante três dias, de tremenda metaleira, num espaço de centos e centos metros quadrados, a pista de corridas do Jóquei Clube paulistano, para receber milhares de fãs do Rock da pesada. E sabe quando vai começar? Em plena Sexta Feira Santa. “Senhor perdoai, porque eles não sabem o que fazem”.
Aqui, em Pernambuco, ao mesmo tempo em que as paixões de Cristo são levadas teatralmente aos palcos de inúmeras cidades – incluindo o Recife e a Nova Jerusalém – o povo sai do teatro e cai na gandaia dos forrós e shows de axés e coisas parecidas. São bandas cujos nomes já predizem tudo: Calcinha Preta, Garota Safada e Saia Rodada, entre outros tão ousados quanto. Imagino o que fazem as safadas garotas, de calcinhas pretas e rodando as saias para mostrar seus dotes físicos, aos marmanjos ensandecidos e mamados de álcool, nas evoluções que as musicas de som estridente e letras indecentes produzem. Pelo amor de Deus!
Confesso que sou meio ortodoxo, nessas horas. Tenho dentro de mim certos valores inabaláveis. É quando me considero “um cabeça dura” e conservador. Para mim, Semana Santa continua sendo uma coisa sagrada e não feriadão. Vou honrar, até o fim, os ensinamentos da finada Margarida, minha mãe. Recordo que na casa dos meus pais, quando chegava o tempo da quaresma, o cardápio era peixe toda sexta-feira. Isso durante 40 dias. Na semana da paixão, a partir do meio-dia da 4ª. Feira, a regra era severa, peixe na mesa para todos, inclusive os pirralhas inapetentes. Era peixe ou nada! Somente no Sábado de Aleluia e no Domingo da Páscoa é que a carne vermelha voltava à mesa. São preceitos e tradições que marcam a vida de qualquer individuo. Acho, inclusive, que isto é também uma forma especial de educar. Aquela liturgia e a própria dieta mudava o tom do dia-a-dia e convidava a família para viver um pensar diferente, no qual amor, compaixão e solidariedade permeavam cada gesto, cada oração e todas as atitudes coletivas, preparando os espíritos para festejar o tempo da Páscoa.
O mais curioso é que, apesar de todo cuidado de pautar o cardápio, a base de pescados, considero que terminávamos pecando pela gula. Também, pudera... as comidas da época são, de modo geral, tão apetitosas e saborosas que poucos se contentam com pequenas porções. Sou louco por um feijão e um bredo de coco. Para os que não sabem o que é isto, veja a foto a seguir. Escaldado, cozido no molho de coco é uma tentação, na certa. E o bacalhau ao forno? Com um vinho adequado, cai bem demais. O que dizer da moqueca
de peixe (foto mais acima) do vatapá e do bóbó de camarão? Peraí, assim já estou pecando por pensamentos e palavras. Jesus Cristo que me perdoe! E me livre dessas novas ordens de hoje em dia. Feliz Páscoa, minha gente!
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens